Capítulo Trinta e Um

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Milo Almeida:

Deito no sofá. Na minha frente, Sol brinca com seus brinquedos ou os joga de um lado para o outro, tentando chamar minha atenção.

Na tela, um Dragãozinho de desenho animado estava treinando para ser o forte animal de sua espécie. Ele não é muito bom, parecia que a qualquer momento iria se machucar ao se descuidar.

Akira dormia calmamente e abriu um olho preguiçosamente. O cachorro-fada olhou para verificar se Sol estava bem, então voltou a dormir calmamente.

Queria ser como ele e me concentrar em algo tão calmamente, mas é difícil que eu me concentre em praticamente tudo hoje em dia e com calma.

Sol vem até mim em seus passos desajeitados e me preparo para pegá-lo se ele cair. Já faz alguns dias que ele começou a querer andar e isso me deixa preocupado com a casa.

Por um único motivo: se ele cair, começa a chorar e sua magia se descontrola, fazendo toda a casa tremer. De vez em quando, os vizinhos também sofrem seus ataques mágicos e edifícios são destruídos.

Ainda posso me lembrar de como tudo aconteceu nos últimos tempos. Um amigo de Maeru me encontrou na frente daquele parque, eu estava exausto, meus olhos vermelhos de tanto chorar.

Andei ao seu lado em silêncio, com a cabeça em outro lugar, nem me importava com o que o amigo de Maeru dizia para mim ou pensava sobre mim naquele momento.

Quando chegamos na casa que Brand comprou, Gurei, Juvia e Lucy estavam na porta da frente, com Akira parecendo confuso ao me ver.

Passei por eles e encontrei Sol em um quarto, dormindo calmamente em seu berço. Desabei em lágrimas novamente, sentindo meu coração se despedaçar ainda mais.

Ninguém veio até mim, talvez sabendo que eu iria acabar socando um deles.

Naquele momento, as palavras não pareciam suficientes para expressar a dor que eu estava sentindo. Ver Sol dormindo tranquilamente, inconsciente do caos que a vida havia se tornado, era ao mesmo tempo reconfortante e angustiante.

Gurei, Juvia e Lucy mantiveram uma certa distância, respeitando meu espaço e o turbilhão de emoções que me consumia. Akira, o leal cachorro-fada, permaneceu ao lado deles, observando-me com olhos compreensivos.

Minha mente estava cheia de perguntas sem resposta. Por que tudo isso estava acontecendo? Por que Brand nos mandou embora tão repentinamente? Porque bloqueou minha magia.

À medida que o tempo passava, as palavras de minha mãe ecoavam em minha mente. Ela dizendo que mortais e feericos não deram certo.

Então as palavras de Maeru surgindo me alertaram sobre os perigos que a minha união com Brand traria, sobre como os feéricos e o submundo não eram lugares seguros para um humano como eu. Agora, eu estava vivendo essa realidade dolorosa de ser usado e entregar meu coração e ter sido abandonado.

Lentamente, eu me levantei do chão do quarto de Sol, enxugando as lágrimas que teimavam em cair. Meus amigos me conheciam o suficiente para saber que eu precisava de um momento sozinho, um momento para reunir minha força e encontrar respostas.

Caminhei até a janela, observando a noite lá fora. O mundo estava cheio de mistérios, alguns deles além da compreensão humana. Mas eu estava determinado a enfrentar cada desafio que viesse em nosso caminho, por Sol, por minha família e por mim mesmo.

Com essa resolução, eu me virei e me juntei aos meus amigos. Era hora de começar a traçar um plano para proteger Sol e descobrir o que estava causando o aumento dos ataques demoníacos. Mesmo em meio à escuridão, eu encontraria uma maneira de trazer luz de volta às nossas vidas.

Uma promessa Ao Lorde FadaOnde histórias criam vida. Descubra agora