Capítulo Dezoito

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Milo Almeida:

O tempo restante passou voando enquanto eu treinava com espadas junto de Dain e BalCok, que vinham frequentemente e me mostravam maneiras sangrentas de derrotar inimigos em segundos com um único golpe. Nem preciso dizer o quanto adorei essa parte.

Além disso, eu também passava tempo desenhando, criando imagens belas e me empolgando tanto que acabei montando um arsenal particular que armazenei em um colar. Isso me fez pensar em como criar um arsenal para mim em casa. Akira gostou de conhecer Jasmim e Jacob, que brincaram juntos enquanto eu o treinava para ser um cão feroz. Manoela, Célia e até mesmo Carmen e seu irmão Federico ajudavam sempre que podiam, e foi engraçado tê-los aqui.

Além disso, Brand continuava sendo cavalheiro e romântico comigo, o que muitas vezes me fazia corar com suas palavras e gestos carinhosos, especialmente quando estávamos sozinhos. Às vezes, me sentia bobo pelo número de vezes que corava por suas palavras em um único dia.

Também estava conseguindo controlar melhor minha magia e dominar o uso do cetro, contando os dias até poder fazer magia com os dedos. Eloisa estava curiosa para descobrir o limite da minha magia, e um dia ela conseguiu modificar parte das terras da mansão de Brand, deixando muitos dos presentes perplexos. Isso resultou em um incrível jardim que lembrava um parque temático, com vegetação crescendo espontaneamente enquanto eu andava pelo local. Segundo Eloisa, descobrimos que tenho uma energia mágica equivalente a duas vezes a altura do Monte Everest.

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Acordei com a cabeça um pouco confusa quando Manoela me sacudiu, ela estava sorrindo amplamente ao me encarar.

Joguei o cetro no chão enquanto ela pulava na cama, chutando minhas cobertas e fazendo os pés rangerem. Apertei uma almofada na cabeça e me encolhi, tentando ignorá-la e voltar a um sono que mais parecia memórias de minha infância com meus pais cantando para mim ou Mestre August me mostrando como ele forjava suas armas e me ensinava posições de ataque para manter as lâminas limpas.

— Levante, dorminhoco — Manoela disse, puxando as cobertas. — Vamos ao shopping. Tive a ideia de decorar seu quarto de uma maneira incrível, que deixaria qualquer feérico ou mortal com inveja.

Soltei um suspiro e a empurrei para longe, recuperando minhas cobertas das mãos dela.

— Ainda preciso descansar. — Resmunguei. — Lembre-se, a curandeira e sua própria irmã Eloisa disseram que não devo fazer esforço.

— Claro que não é para tanto. Falei com Eloisa e ela disse que você pode sair pelo menos para ir ao shopping no mundo mortal. — Manoela respondeu. — Ela disse que, contanto que você não fique estressado, ficará feliz se você sair para um passeio. Você precisa disso também, só tem treinado com meus irmãos ou praticado magia.

— Não. — Resmunguei, puxando os cobertores ainda mais sobre minha cabeça. — Eu quero dormir, e logo terá a reunião com o sexto clã. Infelizmente, devo estar presente e ainda tenho que planejar meu casamento com seu irmão.

Devido ao meu estado, a família real decidiu adiar a reunião um pouco mais, para dar tempo de eu me recuperar. A nova data foi escolhida para coincidir com o grande torneio feérico. Alguns nobres feéricos não gostaram, mas para mim, um dia a mais ou a menos não fazia diferença. O sexto clã, por outro lado, gostou da ideia de fazer a reunião nesse dia, o que me fez suspeitar que Choé estava tramando algo.

Apesar de o tempo ser relativo aqui, os feéricos parecem estressados com o adiamento de um evento.

Manoela parou de balançar na minha cama, resmungou algo e, de repente, meus cobertores começaram a flutuar acima de mim. Levantei a cabeça para ver Manoela com as mãos brilhando, um sorriso nos lábios.

Uma promessa Ao Lorde FadaOnde histórias criam vida. Descubra agora