Uma promessa Ao Lorde Fada

Capítulo Trinta e Seis

Milo Almeida:

Após discutirmos o que eu poderia fazer, todos disseram que eu deveria tomar cuidado. Maure falou que iria comigo, então reunimos nossas coisas rapidamente. Ninguém queria dizer nada; a casa estava estranhamente silenciosa, com as respirações desordenadas de muitas pessoas.

Maxuel concordou em levar todos até a casa de seu filho lobisomem, sabendo que lá estaríamos seguros.

— Você vai mesmo até as Cortes Seelie e Unseelie? — perguntou Maxuel na porta, com a voz rouca.

— Sim, eu sei o que preciso fazer. — Respondi. — Cuide do Sol por mim durante esses dias em que estarei ausente.

Maxuel balançou a cabeça enquanto Maure se preparava para voar.

— Lembre-se, Milo, você é parte bruxa, mas não é imortal — ele retrucou. — Se você acabar indo para o Reino dos Esquecidos, eu rezo para que isso não aconteça, pois lá é o Inferno, se é que existe Inferno... Se você for parar lá, não dê ouvidos a nada do que as fadas Unseelie e Seelie digam, nem mesmo para aqueles que foram presos lá. Não dê ouvidos a nenhuma de suas promessas ou palavras. Jure para mim que não fará isso.

Soltei o ar. Pensei nos anos atrás de Maxuel, quando ele era exortado a não deixar a glória subir à cabeça. A se lembrar de que tudo passava, exceto sua aparência e seu próprio jeito.

Tudo passava. A felicidade passava, assim como a perda e a dor. Tudo, menos o amor. Brand precisa de mim e farei qualquer coisa por ele. Mesmo que o que ele fez comigo ainda doa, não posso virar as costas para ele.

— Eu juro — falei e peguei um bichinho de pelúcia que foi meu confidente em todos esses anos de dor e o coloquei na minha bolsa. — Cuide de todos enquanto eu estiver fora, especialmente do Sol, e não deixe o Akira fazer o que ele bem entende. Também tome bastante cuidado com os demônios que estão atacando as pessoas em maior número.

— Pode deixar, vou avisar alguns conhecidos meus. — Maxuel falou e, para minha surpresa, me abraçou com delicadeza. — Milo, não pense jamais que você precisa demonstrar algo para os outros. A única opinião importante é a sua.

Não respondi às suas palavras, apenas absorvi o seu conhecimento. Posso ter conhecido o Maxuel por apenas dois meses, mas o respeito e admiro por ele nunca ter se deixado machucar por qualquer um ao seu redor ao longo de todos esses anos.

Descemos para o andar de baixo, Manoela olhou preocupada para minha pulseira e depois para mim.

— Milo, não é uma jornada fácil atravessar as terras esquecidas. Elas são repletas de perigos, criaturas antigas e magias selvagens. Você precisa estar preparado.

— Eu sei, Manoela. Mas não vejo outra opção viável no momento. Precisamos reverter essa maldição e impedir que o encantamento continue afetando nossa família. — Retruquei.

Taryn assentiu, concordando com a necessidade da missão.

— Está certo, Milo. Tome muito cuidado.

— Está bem, eu vou voltar inteiro — Falei com um sorriso.

Manoela, então, começou a organizar um pequeno acampamento de apoio para nossa empreitada, enquanto Maxuel e Taryn continuavam estudando o livro em busca de qualquer pista adicional.

Antes de partirmos, Manoela me abraçou e sussurrou:

— Cuidado, Milo. — Ela disse.

Prometi com determinação e, com um último olhar para minha família, me dirigi em direção às terras esquecidas. Sabia que essa jornada seria repleta de desafios, mas estava disposto a enfrentá-los para restaurar nossa família e proteger Fairlane.