•Capítulo Trinta e Nove•

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Assim que saí do jato em Catânia na Sicília, fui recebida por mamãe, Pati e papai. Pati correu até mim e me abraçou com força, tirando-me o fôlego. Retribui o abraço, fungando em seus cabelos.

— Eu senti tanta falta, ainda bem que você veio! — exclamou, me apertando mais forte contra ela.

— Eu também senti sua falta.  — retruquei, suspirando levemente.

Pati se afastou e logo mamãe se apressou para mim, me abraçando também, seguida por papai. Me senti reconfortada ali entre os três, a minha família.

— Estamos tão felizes por vê-la, querida. — papai disse se afastando para me olhar, ele ficou sério instantâneamente. — Você está bem?

Me afastei de mamãe, enxugando os olhos com a manga da blusa.

— Muitos acontecimentos. — falei, sorrindo para ele.

Ele estreitou os olhos ameaçadoramente, mas isso não me fez mudar de idéia.

— Vamos? Conto para vocês quanto chegarmos em casa.









Soszac

Três dias depois...

— Será um acordo importante para a Camorra. — Vincenzo comentou ao meu lado.

Olhei a minha volta, as várias pessoas bem vestidas no evento de caridade. Estava ficando maluco sem Tiziana, sem vê-la, sabendo que ela estava em outro estado, longe de mim. Em poucos dias estaria embarcando rumo a Catânia, mas por agora, tinha que ficar em Napoli resolvendo as questões da Camorra.

— Soszac? — Vincenzo chamou ao meu lado.

Olhei para ele, levantando uma sombrancelha questionadora.

— Você ouviu algo sobre o que eu disse?

— Sim. — voltei a olhar para a parede a alguns metros de distância de nós, ignorando essa vontade absurda de ver Tiziana que crescia dentro de mim.

— Oh, aí vem Angelita. — avisou.

Bufei, me virando para ver a morena alta andando até nós, com um grande sorriso nos lábios pintados de vermelho. Tiziana não usava vermelho com muita frequência, ela era tão natural que sequer usava maquiagem quando saía comigo.

Balancei a cabeça, espantando-a dos meus pensamentos e voltei a minha atenção para Angelita. Tinha fodido com ela algumas vezes no ano passado, mais pelo fato de ser filha de um dos políticos mais influentes em Campânia.

— Soszac. — cumprimentou assim que parou na nossa frente, me olhando de cima a baixo com um olhar fugaz.

— Angelita. — cumprimentei sério, pegando uma taça de vinho de uma bandeja que um garçom carregava.

Tomei o líquido com um gole e coloquei a taça vazia na mesa mais próxima.

— Não pensei que viria a este evento, que bom que veio, não é mesmo?

Bufei, olhando para o lado.

— Sim. — me virei para Vincenzo. — Vou ao toalete.

E saí dali sem mais nenhuma palavra. Fui para o banheiro e tranquei a porta, tirando o meu celular do bolso. Olhei as mensagens para ver se tinha alguma nova de Tiziana, mas suspirei frustrado quando vi que não tinha.

Abismo Mortal | Série" Camorristas" | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora