Tiziana
Dei um pulo em cima do colchão, o meu coração martelando rapidamente em meu peito quando a porta do meu antigo quarto se estilhaçou, o barulho alto, fazendo Maik chorar assustado ao meu lado.
Esperava que os russos invadissem o quarto, apontando suas armas para a minha cabeça, mas era Soszac que estava lá, me olhando como se eu tivesse voltado do além.
Franzi a testa, sentindo a raiva borbulhar pela minha garganta acima. Nunca, em momento algum, pensei que Soszac arrombaria a porta do meu quarto.
- Você está maluco?! - exclamei alto, jogando a coberta de lado e me levantando. - Que porra pensa que está fazendo?
Ele não disse nada, apenas veio até mim e me puxou para os seus braços, me apertando contra ele. Confusão me tomou, não entendia o porquê do seu carinho repentino, ou sua preocupação.
Deixei que ele me abraçasse, tentando não vacilar em seus braços. Soszac tinha realmente me machucado, não fisicamente, mas emocionalmente. Ele sabe o que ter um filho significa para mim. Ele tinha que ter pelo menos imaginado isso, a maioria das mulheres querem ser mães, e comigo não é diferente.
- O que foi? - perguntei, surpresa pela minha voz sair tão baixa e calma, quase que reconfortante.
Soszac segurou em meus ombros para me afastar um pouco e me olhou da cabeça aos pés.
- Algo está errado? - perguntei, seguindo o seu olhar para baixo.
Ele suspirou, deixando as mãos caírem ao lado do corpo.
- Sinto muito pelo que eu disse mais cedo. - fiquei ali parada, perplexa. Soszac estava se desculpando? Ou quase se desculpando? - Eu me importo com você, e eu já te disse isso. Eu... - ele olhou para baixo, parecendo relutante em continuar. Outra coisa que Soszac não fazia, ele nunca vacilava. - Eu temo muito que você engravide e acabe morrendo, você é importante para mim, eu sinto dentro de mim que, se eu te perder, eu não vou conseguir me recompor de novo, vou enlouquecer. Superei a perda de Martina, mas era muito jovem e não entendia a maioria das coisas que eu entendo hoje. Eu sei, e eu entendo, com toda a certeza do mundo, que eu não quero perder você, ou sequer arriscar perder você.
Estava prendendo a respiração e sequer tinha percebido. Soszac estava realmente se declarando para mim?
Ele me olhava atentamente, querendo ver a minha reação, mas eu não conseguia fazer mais do que ficar parada olhando para ele, incrédula.
- Você não vai dizer nada? - ele perguntou depois de um momento.
Abri a boca várias vezes, mas nada saía. Eu estava tão... Perplexa!
- Tudo bem. - ele bufou, virando-se para sair.
Segurei o seu braço o mais forte que pude, não podia deixá-lo ir. Ele tinha que ficar comigo.
Todo o meu corpo estremeceu quando ele voltou o seu olhar para mim, parecia tão... Angustiado. Era a primeira vez que ele deixava sua máscara fria cair diante de mim, e eu estava me sentindo malditamente mal com isso.
- Eu... - soltei o seu braço, dando um passo para trás. Olhei para baixo, para os meus pés, tentando formar uma resposta decente. A verdade era que eu estava muito mexida com a sua declaração. - Eu estou sem palavras. - Suspirei, mordendo o lábio com nervosismo.
Soszac se aproximou de mim, fazendo com que todo o meu corpo respondesse a sua proximidade. Ele fazia isso comigo, fazia o meu corpo responder tão facilmente, apenas estando próximo.
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Abismo Mortal | Série" Camorristas" | Livro 1
RomanceATENÇÃO!- Esse livro contém cenas de sexo explícito, palavras de baixo calão, agressão e temas sensíveis que podem ativar possíveis gatilhos. +18-(Maiores de dezoito). Quanto tempo será que alguém leva caindo no abismo? Ele pode nunca acabar ou e...