Tiziana
O carro parou em frente a mansão e um calafrio percorreu a minha coluna com as lembranças de poucos dias atrás.
Soszac colocou a mão na minha coxa, fazendo-me esquecer tudo o que tinha passado ali, me fazendo focar apenas nele. Tomada pela determinação, endireitei a minha coluna e abri a porta do carro, saindo. Soszac deu a volta no mesmo e veio para perto de mim. Franco nos esperava na porta da frente da mansão.
Nos aproximamos juntos, eu estava impressionada com o quão bonito era Franco, com seus lindos olhos castanhos e corpo magro, mas bem definido, Soszac o superava na altura, mas Franco não era menos assustador por isso.
Ele acenou para a gente um cumprimento de cabeça.
- Ei, Franco. - cumprimentei, dando-lhe um sorriso fraco.
Ele não disse nada, apenas acenou levemente e voltou a sua atenção para Soszac.
- Preciso sair, Franco vai ficar com você, aproveite e descanse um pouco. - Soszac ordenou, voltando ao seu eu habitual, frio e arrogante, mas agora, cuidadoso.
- Hum. - resmunguei, querendo retrucar, mas fiquei quieta quando ele me lançou o seu famoso olhar frio, de aviso. - 'Tá'.
Ele acenou antes de se virar e voltar para o carro, me deixando sozinha com Franco.
Soszac
OLHAVA PELA JANELA DO CARRO PARA A AVENIDA DESERTA, o mato alto cobrindo os dois lados da rua de terra ao lado da avenida onde estávamos nos escondendo. Vincenzo fumava tranquilamente ao meu lado enquanto esperávamos a nossa carga de drogas que vinha da Toscana passar. Não tinha qualquer sinal dos malditos russos em qualquer lugar, nem dos seus amigos japoneses.
- Você vê alguma coisa estranha? - perguntei para Vincenzo, segurando o volante com as duas mãos.
Ele sopra a fumaça e me olha, entediado.
- Não. - ele olha para os carros atrás de nós, cheios com os meus soldados. Ele pega o pequeno aparelho de comunicação do coldre em seu peito e o aproxima da boca. - Alguém na escuta? Câmbio.
- Celino aqui. - um dos meus soldados responde.
- Celino, fique atento, repasse esse recado para os outros, como todos sabem, eles estão com a maldita Yakuza.
- Certo, senhor.
Vincenzo desliga o aparelho e volta a fumar tranquilamente.
- Estou pensando em me casar. - disse de repente.
Franzi o cenho, surpreso e confuso ao mesmo tempo.
- Como? Com quem? - ele me olhou carrancudo, como se a resposta fosse óbvia.
- Com quem você acha? Com Kara!
Estreitei os olhos para ele.
- Você está me pedindo a minha permissão? - era o certo, já que ele queria se casar com uma mulher que não era da Camorra, mas como eram as nossas leis, isso não era um problema a se contar, se um homem queria se casar com uma mulher de fora da Camorra, ele só informava ao seu superior e se casava.
- Sim. - meneei a cabeça em concordância.
- Tudo bem. - respondi, voltando a minha atenção para a rua.
Passaram-se alguns minutos e nenhum sinal dos russos ou da nossa carga.
- Stefano e o Clã D'Neri estão em guerra com o Clã D'Amico, eles estão chamando a atenção dos federais com suas brigas infundadas.
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Abismo Mortal | Série" Camorristas" | Livro 1
RomanceATENÇÃO!- Esse livro contém cenas de sexo explícito, palavras de baixo calão, agressão e temas sensíveis que podem ativar possíveis gatilhos. +18-(Maiores de dezoito). Quanto tempo será que alguém leva caindo no abismo? Ele pode nunca acabar ou e...