•Capítulo Quarenta e Três •

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Tiziana

O carro parou em frente a mansão e um calafrio percorreu a minha coluna com as lembranças de poucos dias atrás.

Soszac colocou a mão na minha coxa, fazendo-me esquecer tudo o que tinha passado ali, me fazendo focar apenas nele. Tomada pela determinação, endireitei a minha coluna e abri a porta do carro, saindo. Soszac deu a volta no mesmo e veio para perto de mim. Franco nos esperava na porta da frente da mansão.

Nos aproximamos juntos, eu estava impressionada com o quão bonito era Franco, com seus lindos olhos castanhos e corpo magro, mas bem definido, Soszac o superava na altura, mas Franco não era menos assustador por isso.

Ele acenou para a gente um cumprimento de cabeça.

- Ei, Franco. - cumprimentei, dando-lhe um sorriso fraco.

Ele não disse nada, apenas acenou levemente e voltou a sua atenção para Soszac.

- Preciso sair, Franco vai ficar com você, aproveite e descanse um pouco. - Soszac ordenou, voltando ao seu eu habitual, frio e arrogante, mas agora, cuidadoso.

- Hum. - resmunguei, querendo retrucar, mas fiquei quieta quando ele me lançou o seu famoso olhar frio, de aviso. - 'Tá'.

Ele acenou antes de se virar e voltar para o carro, me deixando sozinha com Franco.

Soszac

OLHAVA PELA JANELA DO CARRO PARA A AVENIDA DESERTA, o mato alto cobrindo os dois lados da rua de terra ao lado da avenida onde estávamos nos escondendo. Vincenzo fumava tranquilamente ao meu lado enquanto esperávamos a nossa carga de drogas que vinha da Toscana passar. Não tinha qualquer sinal dos malditos russos em qualquer lugar, nem dos seus amigos japoneses.

- Você vê alguma coisa estranha? - perguntei para Vincenzo, segurando o volante com as duas mãos.

Ele sopra a fumaça e me olha, entediado.

- Não. - ele olha para os carros atrás de nós, cheios com os meus soldados. Ele pega o pequeno aparelho de comunicação do coldre em seu peito e o aproxima da boca. - Alguém na escuta? Câmbio.

- Celino aqui. - um dos meus soldados responde.

- Celino, fique atento, repasse esse recado para os outros, como todos sabem, eles estão com a maldita Yakuza.

- Certo, senhor.

Vincenzo desliga o aparelho e volta a fumar tranquilamente.

- Estou pensando em me casar. - disse de repente.

Franzi o cenho, surpreso e confuso ao mesmo tempo.

- Como? Com quem? - ele me olhou carrancudo, como se a resposta fosse óbvia.

- Com quem você acha? Com Kara!

Estreitei os olhos para ele.

- Você está me pedindo a minha permissão? - era o certo, já que ele queria se casar com uma mulher que não era da Camorra, mas como eram as nossas leis, isso não era um problema a se contar, se um homem queria se casar com uma mulher de fora da Camorra, ele só informava ao seu superior e se casava.

- Sim. - meneei a cabeça em concordância.

- Tudo bem. - respondi, voltando a minha atenção para a rua.

Passaram-se alguns minutos e nenhum sinal dos russos ou da nossa carga.

- Stefano e o Clã D'Neri estão em guerra com o Clã D'Amico, eles estão chamando a atenção dos federais com suas brigas infundadas.

Abismo Mortal | Série" Camorristas" | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora