Passei pelos vários corpos na pista de dança, indo direto para aquela fileira interminável de sofás vermelhos, lotadas de homens ricos e poderosos. Sim, eles eram poderosos, mas não da maneira que eu estava acostumada, não. Eles eram ricos CEO's, empresários bem versados e cheios da grana. Era exatamente o que eu precisava para acabar com essa farsa que é a minha vida.
Assim que entrei na linha de visão me endireitei, meu vestido de paetês vermelhos e meus cabelos — antes tingidos de loiros — mas agora castanhos, quase a cor natural, descendo em cascatas até o meio das minhas costas, meus saltos super altos batendo uma e outra vez no chão enquanto eu andava até eles.
O avistei de longe, o escolhido. Era ele, lindo e misterioso. Seus cabelos eram castanhos escuros, rentes a cabeça, no estilo social mais comum, em seu corpo um terno preto feito sob medida, perfeitamente esticado sobre seu corpo atletico de ombros largos.
Ele estava sentado no sofá mais distante, dois homens estavam ao seu lado, eles os quais eu não prestei atenção. Queria aquele, o do meio, o misterioso.
Mordi o lábio ansiosa, virando entre os sofás intermináveis até o pequeno grupo de homens. Os dois homens — também muito atraentes — ao seu lado me notaram, menos ele.
Parei, uma mão subindo para a minha cintura enquanto eu esperava que ele me notasse, mas ele não o fez. O desconhecido mantinha seu olhar distante, sério, a cabeça baixa olhando para o copo de uísque na sua mão — cheia de anéis cor de prata, muito sexy. Suspirei, vendo a expressão de divertimento nos outros dois canalhas.
— O que está procurando, docinho? — o do lado direito do homem perguntou.
Levantei uma sombrancelha, olhando para ele de cara fechada.
Só então o meu escolhido levantou o olhar para mim. Ofeguei, perdida demais naqueles olhos castanhos escuros, quase pretos, como a noite, em cima sombrancelhas escuras, uma cicatriz torta atravessava a esquerda. Seu maxilar era firme e coberto por uma barba rala, muito rente ao rosto, seu nariz era um pouco torto, evidentemente já fora quebrado e sua boca era altamente pecaminosa, “perfeita”.
Seus olhos castanhos percorreram o meu corpo com demasiada lentidão, fazendo um inesperado calor subir no meu núcleo, me fazendo apertar os músculos da minha intimidade com o calor repentino.
O que era aquilo? Ele estava causando isso em mim apenas com um olhar?
— Quero uma companhia essa noite... — falei com a minha voz mais sexy, me aproximando do meu escolhido com lentidão. Os olhos dele saltaram para cima, para o meu rosto, eram cruéis, carentes de emoção. Duros, frígidos. Sem vergonha alguma, segurei a gravata escura entre os meus dedos e a puxei um pouco. Vi a hora exata que os olhos castanhos brilharam com malícia mal contida para mim, os olhos de um predador. — ...e eu acho que eu encontrei.
Lhe lancei um sorriso de lado, minhas entranhas revirando com nervosismo quando ele, muito lentamente, tomou o resto do Uísque em seu copo e o colocou na mesa, sem deixar de me olhar, logo depois se levantou, me fazendo recuar alguns passos.
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Abismo Mortal | Série" Camorristas" | Livro 1
RomanceATENÇÃO!- Esse livro contém cenas de sexo explícito, palavras de baixo calão, agressão e temas sensíveis que podem ativar possíveis gatilhos. +18-(Maiores de dezoito). Quanto tempo será que alguém leva caindo no abismo? Ele pode nunca acabar ou e...