TizianaJá faziam alguns minutos que Soszac tinha saído e me deixado sozinha no quarto. Mas eu ainda encarava a porta, esperando que ele fosse voltar.
Por que estava com medo? Podia sentir aqueles mesmos dedos frios subindo pela minha coluna, fazendo os pêlos do meu corpo eriçarem.
Tínhamos acabado de nos acertar, estávamos rumo a uma nova discussão, e então veio esse telefonema que o tirou de mim.
Estava me virando para a cama, determinada a deitar e dormir um pouco quando ouvi passos vindo do corredor. Me virei, animada por Soszac ter voltado. No entanto, não fora ele que apareceu na porta segundos depois. Me encontrei olhando para o soldado que me encarava nas últimas semanas. E ele não tinha um olhar diferente em seu rosto agora.
Dei um passo para trás, engolindo em seco quando seus olhos atentos seguiram o meu movimento.
— O que você quer? — perguntei, minha voz estranhamente saindo tranquila.
Ele entrou no quarto com passos rápidos, me fazendo recuar, até que bati contra a mesinha de cabeceira ao lado da cama e caí.
Ele veio até mim, e recuei, me espremendo contra a parede quando ele levantou a mão e agarrou os meus cabelos em um aperto firme.
Gritei em desespero quando ele me levantou pelos cabelos e me puxou para fora do quarto. Pude sentir alguns fios se desprendendo do meu couro cabeludo enquanto ele me arrastava até a porta.
Finquei os calcanhares no chão, agarrando as suas mãos nas minhas para afastá-lo.
— Me solte! — gritei, me desesperando quando ele me empurrou contra a parede e pressionou seu corpo contra o meu dolorosamente.
Ele agarrou o meu maxilar, me forçando a olhar para ele.
— Fique quieta, vadia. — vocíferou perto do meu rosto.
— Soszac vai te matar, idiota!
Sua gargalhada fez todo o meu corpo estremecer e malditas lágrimas brotarem em meus olhos.
— Ele não saberá quem a atingiu, será tarde demais para isso, tudo parecerá um acidente.
Ele agarrou os meus cabelos e me puxou junto com ele pelo corredor, me fazendo tropeçar várias vezes.
Dessa vez não tinha nada que pudesse me salvar, nem um fodido objeto que seja.
O soldado parou no alto da escada que levava ao segundo andar, me segurando de costas para ela. Sofreria vários danos se ele me jogasse dali, já que a escada era alta e longa.
— Boa viagem para o inferno, pequena vadia. — Murmurou, antes de me empurrar com força para trás.
Um grito alto saiu de mim, e no segundo seguinte eu estava batendo nos degraus, a dor irradiando pelo meu corpo enquanto eu rolava escada abaixo.
Uma dor aguda se formou em meu ventre enquanto eu batia e rolava para baixo. Bati com força contra a parede, a minha cabeça latejando. Rolei até ficar de costas. Minha visão estava turva e cada músculo, cada osso em meu corpo doía.
Uma fincada em meu ventre me fez gemer de dor e encolher, sentindo a dor aumentar. Lágrimas involuntárias saíram dos meus olhos enquanto eu tentava me erguer, mas eu não conseguia. Tudo doía. Podia ver o meu agressor descendo a escada devagar pelo canto do olho, temia que ele chegasse perto e terminasse seu serviço, e era isso que estava me impulsionando a tentar me levantar e tentar escapar.
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Abismo Mortal | Série" Camorristas" | Livro 1
Roman d'amourATENÇÃO!- Esse livro contém cenas de sexo explícito, palavras de baixo calão, agressão e temas sensíveis que podem ativar possíveis gatilhos. +18-(Maiores de dezoito). Quanto tempo será que alguém leva caindo no abismo? Ele pode nunca acabar ou e...