Capítulo 2

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Já estou a horas nessa sala, ninguém vem aqui nem pra ver se estou viva, estou morrendo de fome e sede, meus pulsos estão feridos por causa das cordas, ainda estou vestida com a roupa do trabalho e fedendo.

- Deus, por favor me ajude – disse olhando para cima.

Como um milagre, uma gota de água cai no meu rosto, está chovendo lá fora e tem uma goteira, abro minha boca e bebo a água de procedência duvidosa que caia do teto.

- Aleluia arrepiei, obrigada Senhor - agradeço sorrindo.

Mas como alegria dura pouco escuto passos vindo em minha direção, era ele, o cheiro dele logo chegou as minhas narinas, uma mistura asquerosa de 1 Million com tabaco.

- Está com sede? - pergunta ele parando a minha frente com as mãos no bolso, tenho medo dele mas tenho que admitir que o bicho tem presença.

- Responda – disse ele se aproximando do meu rosto.

- Sim – disse intimidada.

- Eu posso te dar água e comida se você quiser – falou ele enquanto passava a mão no meu rosto fazendo um carinho duvidoso.

- Não quero nada vindo de você - disse puxando meu rosto de sua mão.

- Acho que nossa convidada irá passar mais umas horas aqui pensando no que acabou de fazer – disse ele gritando para o escuro, tem mais alguém aqui, eu estava sendo observado esse tempo todo.

- Vá a merda – disse entre os dentes.

Ele levanta sua mão e me dá um tapa no rosto não foi com força, mas foi o suficiente para eu ter todo o meu orgulho ferido, eu o quero morto, nenhum homem tem o direito de bater em mim, eu nunca permiti isso...

- Primeira regra, eu não aceito que mulheres digam palavrões- falou ele com raiva chegando bem perto do meu rosto.

- Vai se fuder você e suas regras seu merdi... - fui interrompida por outro tapa, bem mais forte que o outro, dessa vez me machucou, senti vontade de chorar, mas segurei, não vou dar esse gostinho a ele.

- Você tem muito o que aprender gatinha, e vai ser um prazer ensinar tudo a você - disse ele fazendo carinho onde havia me batido, ardeu muito.

- Você ficara mais um tempinho sentadinha aí, pra pensar no que você fez – essas são suas últimas palavras antes de sair da minha vista

Abaixo minha cabeça, achei que iria chorar, mas não consigo, sinto muita raiva e ódio, como ele tem coragem de bater em uma mulher amarrada, que merda está acontecendo, ele me trata como uma criança... minha única saída e obedece-lo para tentar fugir daqui, mas, quem é ele? Onde estou? Nada nessa merda faz sentido.

Achei que ele era um concorrente tentando me deixar contra Olívia, mas ele me bateu... não vai me liberar nem tão cedo, sabe que posso ir na delegacia e acusar de violência contra a mulher, meu deus, ele vai me matar.

Algumas horas mais tarde

Estou  de cabeça baixa, olhos e boca seca. Meu deus eu não aguento meu próprio cheiro, fiz xixi em mim mesma, estou em um estado deplorável, nem uma animal deveria passar por isso.

- Isadora – ouvi uma voz masculina falando, não era igual a dos outros era outro homem, olho para cima e vejo um cara de cabelos compridos presos em um coque e uma barba cheia.

- Meu nome é Afonso Gianni, o chefe me mandou aqui para te liberar – disse ele, o chefe deve ser aquele cretino das tatuagens, bem que eu sabia que ele era de patente alta aqui.

SpeechlessOnde histórias criam vida. Descubra agora