Capítulo 28

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Estou deitada esperando Fernando sair dessa reunião infinita dele, já faz umas 2 horas que ele saiu.

Ele está sempre trabalhando, das 24 horas do dia nos só estamos juntos na hora de dormir ou quando paramos para transar ou comer juntos, e eu não quero isso, quero que ele tenha mais tempo para mim.

Ele chaga e vai direto para o banheiro, já vi que a coisa não foi boa, sempre que ele faz isso significa que ele precisa esfriar a cabeça. Ele passa um tempão no banheiro e sai sem barba e com os cabelos aparados, não sabia que era ele mesmo que fazia isso, muito menos em casa.

Eu achava que ele fazia nas melhores barbearias da Itália, estava sempre tão bem feita. Ele vai no armário e começa a tirar algumas roupas e por um uma bolsa.

- O que você esta fazendo Fernando? - Digo me levantando da cama curiosa, ele não vai fugir não é?

- Vou precisar viajar, para a Alemanha – diz ele arrumando a mala.

- Agora?

- Amanhã de manhã - ele para de arrumar e deita na cama.

- Quanto tempo vai ficar? - falo me deitando na cama também.

- 3 dias no máximo, se passar disso mando o avião para pegar você - diz ele me dando um selinho.

- Eu quero conversar com você?

- Diga – diz ele de forma paciente.

- Quero que você tenha mais tempo para mim, quero que você separe um horário para trabalhar e um horário para mim, em breve você será pai e ele vai precisar de você presente – digo me sentando na cama e cruzando os braços.

- Eu não posso fazer isso, se eu me isentar posso perder tudo, ele não sentirá falta de mim, terá você.

Como ele pode dizer isso, é claro que o nosso filho vai sentir falta dele.

- Ele precisa de um Pai Fernando!

- Eu não serei um bom pai – diz ele de maneira impaciente se virando na cama.

Vou para cima dele e viro sou rosto para ele olhar para o meu, essas atitudes de fugir dos problemas me ignorando nunca funcionaram.

- Claro que será, você o quer, você escolheu o nome, você é carinhoso e tem medo de me machucar e machucar ele. - Coloco a mão em seu rosto para que ele me olhe nos olhos. Seus olhos estão atentos e vidrados nos meus. Acho que ele não esperava que eu fizesse isso.

- Você será um excelente pai amor – digo colocando suas mãos na minha barriga. Ele faz um carinho leve e me puxa para um beijo.

- Eu vou pensar nisso ok, agora vamos dormir, amanhã preciso sair cedo – diz ele finalizando nosso beijo e me tirando de cima, volto para o meu lugar da cama e ele vira de costas para mim, mas eu sou insistente e o abraço botando meus lábios em sua nuca.

- Pensa com carinho.

- Boa noite Isadora – diz ele com a voz grossa, sei que não foi com grosseria, ele só não quer continuar o assunto e não serei eu quem vou forçar.

- Boa noite amor – digo no ouvido dele e vejo ele se arrepiar.

Homens são tão frágeis.

Manhã seguinte

Fernando e eu estamos tomando café juntos, daqui a pouco ele vai precisar sair para o aeroporto.

- Fernando, preciso comprar as coisas do bebê – digo comendo meu sanduíche.

- Quando eu voltar a gente vê isso – diz ele terminando sua xícara de café e se levantando.

- Não, eu quero ir agora, indo com você não vou poder escolher o que eu quero por que você não vai gostar – digo ainda sentada. Ele não vai deixar eu comprar as coisinhas fofas que quero comprar, só vai querer comprar coisa de macho.

- Isadora, você não faz o que quer, achei que já havia deixado isso bem claro - diz ele se apoiando nos braços da minha cadeira. Me finjo de assustada e abaixo minha cabeça, com um olhar triste. Ele não mais aquele Fernando que me dá medo, pelo contrário, aprendi direitinho como fazer com que ele faça tudo para mim.

- Está bem, vou deixar você com um carro e o cartão. - diz ele desistindo.

Consegui de novo.

- Obrigada meu amor – digo me levantando feliz da vida, abraço o seu pescoço e dou vários selinhos nele, ele me abraça de volta e fica me olhando com uma carinha de apaixonado.

- Gatinha esperta - diz ele sorrindo.

Fiz o chefão da máfia cair aos meus pés, eu sou realmente foda e modesta também hahaha.

- Don Ferreti, precisamos ir – diz Afonso na porta da sala.

- Estou indo Afonso – Diz Fernando se recompondo.

- Te vejo em três dias gatinha – ele me da um selinho.

Ele sai me deixando sozinha na sala de jantar, fico feliz que ele me deu essa liberdade, por mais que agora sejamos um casal normal ainda me sinto meio que em cárcere privado, não poder sair da mansão me deixa louca, tudo bem que tem muita coisa para fazer aqui, tem a piscina, a biblioteca, mas eu gosto de ver outras pessoas, de sentir outros ares, ficar trancada em casa para mim é terrível.

Vou para o quarto, tomo banho e troco de roupa, vou por um vestido bem levinho, eu tenho um lindo que ainda não usei, laranja de bolinhas, ele é bem soltinho, e como minha barriga ainda não está tão proeminente ele não fica tão curto em baixo, não vou levar bolsa já que não tenho o que colocar dentro, o cartão vai na minha mão mesmo.

Desço para a garagem e vejo os caros de Fernando, cada um mais incrível que o outro.

- Qual eu vou querer – digo olhando para os carros.

Eu escolho o BMW X6, é o que menos chama atenção, assim que eu entro no carro eu já percebo que Fernando nuca nem andou nele, tem cheirinho de carro novo, ainda tá com o plástico do display do som.

- Espero que tenha gasolina.

Ligo o carro e graças a Deus o tanque está cheio, saio da garagem e vou em direção ao shopping.

Chegando lá eu já vou direto para a lojas de bebes, compro só o básico e umas coisinhas bonitinhas tipo um bodys temáticos. Sinto uma vontade enorme de tomar um sorvete de pistache.

- Pistache filho? Sério? - Digo falando com minha barriga. Tinha que ser logo pistache?

Estou indo em direção a sorveteria quando sinto um calafrio, uma sensação de que tem alguém me seguindo. Viro bruscamente para trás, mas não tem ninguém. Deve ser apenas minha imaginação.

Tomo meu sorvete como se fosse o sorvete mais gostoso do mundo, embora eu odeie pistache, e sinto Nícolas mexer dentro de mim.

- Gostou né - digo alisando a barriga.

Já cansei de andar e de compara, vou para o estacionamento do shopping, estou quase chegando no carro quando sinto alguém puxar meu braço e tampar minha boca com um lenço.

Eu tento lutar, mas vou perdendo os sentidos aos poucos e desmaio. 

SpeechlessOnde histórias criam vida. Descubra agora