Capítulo 15

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Fernando

Sábado - 27 de junho

Saio do quarto dela sem acreditar que ela teve coragem de me comparar com o mostro do meu pai, e outra como ela sabe disso?

- Minha Nonna – falo com ódio.

Ando a passos rápidos para o escritório e pego meu celular que havia ficado em cima da minha escrivaninha, disco o número dela e logo escuto sua voz do outro lado da linha.

- Nonna , o que você falou para Isadora? - Pergunto ríspido.

- Nada meu querido – diz ela amigavelmente.

- Não minta para mim! – Grito na linha.

- Eu só contei a verdade, contei sobre seu passado, falei de sua mãe e do seu pai – disse ela com tom de brincadeira , ela está gostando do que está fazendo comigo.

- Você não deveria ter feito isso, não era para ela saber, ela agora tem uma vantagem sobre mim – digo batendo na minha mesa.

- Você é tão ingênuo meu amor – diz ela rindo do outro lado da linha - Eu fiz isso para ela compadecer de sua situação e relevar seu jeito durão de ser pondo culpa em seu passado.

- Você não deveria ter se metido nisso – falo me acalmando. Tenho que admitir, funcionou por um tempo, mas acho que depois de hoje esse plano morreu por terra. Jamais terei o perdão dela.

- Se você não quer que ela saiba então mate-a – diz ela calmamente e deliga o celular na minha cara.

Jogo o celular contra a parede fazendo ele quebrar e me jogo na minha cadeira, passo as mãos nos cabelos bagunçando-os, respiro fundo, acendo um cigarro.

Preciso pensar, ligo o computador e fico vendo Isadora, ela está sentada no chão chorando abraçando as pernas, dá pra ver a marca da cinturada vermelha na sua coxa, me lembrou as marcas de chicote nas costas da minha mãe.

- Eu não sou igual ao meu pai – falo esfregando o cigarro em cima da imagem dela na tela do computador como se ela fosse ouvir e sentir.

Ou será que sou?

Quarta 01 de junho

A 3 dias que eu não falo com Isadora, só consigo olha-la pelas câmeras, ela passou todos esses dias trancada no quarto, está muito triste, chora o tempo todo, e nem esta mais ouvindo as músicas que ela tanto gosta e o culpado disso sou eu.

Sinto vergonha do que fiz, não de ter batido nela, mas do jeito que bati, nunca senti arrependimento em machucar ninguém, pelo contrário, sempre gostei de fazer os outro chorarem e gritarem por misericórdia, mas com ela foi diferente ela segura o choro na minha frente, me provoca como se gostasse de apanhar e isso me deixa louco e acaba me tirando do sério. Eu errei, mas ela também não facilita.

- Senhor, os organizadores estão aqui – um dos meus seguranças fala na minha secretária eletrônica.

- Está bem, pode mandar subir - digo.

- Don Ferreti, é um prazer em conhece-lo pessoalmente - fala um senhor oferecendo a mão para mim, ele é magro, alto, de cabelos branco e de bigode, o nome dele e Pierre Delyon, um dos melhores organizadores de festas de casamento de toda a Europa e me deve muito dinheiro.

- Igualmente Pierre – digo apertando sua mão

- Escute, quero fazer uma surpresa para minha noiva, eu a magoei recentemente e quero usar isso como pedido de desculpa – digo apontando para uma das cadeiras autorizando Pierre a sentar em uma delas.

SpeechlessOnde histórias criam vida. Descubra agora