Capítulo 14

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Sábado - 27 de junho

Acordo com o sol na minha cara, abro os olhos devagar, a luz está me incomodando muito.

- Porra, que merda, minha cabeça - falo com a mão no rosto, fedo a bebida. Estou no meu quarto, que estranho, eu não me lembro de ter vindo pra casa, e estou pelada... vejo minha roupa jogada toda espalhada no quarto. O que aconteceu aqui?

Levanto e vou ao banheiro a passos lentos, me olho no espelho e minha cara está toda borrada, meu rímel esta na boca e meu batom nos olhos, lavo o rosto e aí...

- PUTA MERDA! – grito, agora lembrei que tinha transado com um cara que conheci na balada, não acredito que trouxe ele para cá, meu deus, Fernando vai matar ele, e me matar depois.

Saio pelo quarto revirando tudo procurando qualquer vestígio que prova que esse cara esteve aqui, e não encontro nada, nem uma meia, nem uma camisinha, nada...

- Pera.... não lembro de ter usando camisinha com ele, meu deus é merda atrás de merda – falo sozinha colocando as mãos no rosto.

- Ok Isadora, pensa, o Fernando não precisa saber desses detalhes, se o cara foi esperto ele saiu sem ninguém ver e a esta hora ele deve esta falando pra todo mundo que te comeu, pronto, problema resolvido – digo falando sozinha que nem uma maluca.

Começo a me lembrar do sexo com alguns fleches, lembro que ele tinha tatuagens, que era forte pois ele me suspendeu na parede, o cara fazia um oral maravilhoso, isso e raro hoje em dia, aposto que Fernando nem encosta lá, deve achar nojento.

Olho a hora no meu celular-radio, 14:22, a essa hora Fernando já almoçou e já esta no seu escritório, não vou precisar encontrar com ele, pelo menos não agora.

Volto para o banheiro, limpo meu rosto no banho, faço o resto da minha higiene pessoal e saio, coloco um short de moletom e uma regata azul marinho, prendo meu cabelo em um rabo de cavalo e saio do quarto.

Andei até a sala de jantar sem encontrar ninguém, mas também não tem nada para comer, quando eu estou andando para o meu quarto vejo Afonso parado na frente da minha porta, me viro como se não tivesse visto ele e tento ir embora de fininho.

- Se correr é pior – Grita ele.

Quando me viro novamente ele esta apontando uma arma para mim.

- Don Ferreti quer falar com você - fala ele com uma cara de bravo abaixando a arma, não sabia que chamavam o Fernando de Don Ferreti... me sinto em O Poderoso Chefão.

- Você sabe sobre o que ele quer falar?- Pergunto esperando um fora.

- Não, mas ele não esta nada feliz, teve que matar um homem hoje de manhã, o infeliz estava fugindo pelo portão, o tiro foi certeiro na cabeça. – diz ele sorrindo, nunca tinha visto o sorriso de Afonso. Meu deus, mataram o cara, e agora vai ser minha vez, pelo menos o sexo foi bom, pelo que me lembro.

- Fudeu – digo sem pensar.

- O que você disse? – Falou Afonso aproximando o ouvido de mim, ele esta adorando essa situação.

- Nada não - digo baixinho com um tom triste.

Ele me leva até a porta do escritório e ficamos lá parados

- Bate – ele ordena.

respiro fundo já sentindo vontade de chorar, mas não vou, dou três batidas na porta, estou com o coração na boca, sinto que minha hora esta próxima.

- Entre – escuto Fernando falar firme do outro lado da porta.

Seja o que deus quiser – penso enquanto abro a porta.

SpeechlessOnde histórias criam vida. Descubra agora