- Sente, o senhor Ferretti chegara logo – diz Afonso puxando a cadeira para mim.
Afirmo com a cabeça e me sento na cadeira que ele puxa, estou morrendo de fome...
Afonso logo sai da sala me deixando sozinha, estou com vontade de atacar essa comida, porem tenho medo que esteja envenenada ou coisa do tipo, não vou tocar em absolutamente nada.
Não demora muito e o senhor Ferretti chega à sala, tira seu blazer ficando apenas de camisa social e calça, senta sem olhar para mim, arregaça as mangas e começa a se servir.
- Não está com fome? - Percebendo que o encaro com desprezo e não tem absolutamente nada no meu prato.
- Estou, mas como eu disse, não quero nada vindo de você - falo com tom de superioridade, tenho medo dele, mas não vou abaixar minha cabeça, pelo menos não tão facilmente.
- Mas está usando o vestido, as peças intimas e o colar que eu comprei pra você - fala ele de boca cheia apontando o garfo para mim, meu Deus que homem nojento.
- Era a única coisa que eu tinha pra vestir, da próxima vez venho arrolada na toalha – falo cruzando os braços e as pernas me afastando da mesa.
- Que bom, então terá uma próxima vez - fala ele batendo palmas
- Inclusive, vou adorar te ver só de toalha- fala ele dando um sorrisinho, não falo nada, só consigo sentir repulsa por ele, esse ar masculino dele me enoja, é o típico macho escroto - Pode comer gatinha, não esta envenenada, não tenho a menor intenção de te matar, pelo menos não agora.
Quando ele fala isso, eu suspiro e começo a me servir, peguei um pouco de arroz, uma coxa de frango e salada, estava morrendo de fome, tentei porem não consegui me controlar, eu ataquei a coxa do pobre frango... parecia um animal.
Não pude me conter, estava uma delícia, depois de devorar ela inteira eu olho pra ele, esta me olha perplexo, acho que assustei o cara.
- O Que foi? - falo com a boca cheia, curvada sobe o prato.
- Nada, não sou acostumado a ver mulheres atacando uma coxa de frango, geralmente elas usam garfo, ou pelo menos guardanapo- fala ele com ar de riso.
Largo tudo, limpo minhas mãos e boca e falo.
- O Que você quer de mim, porque isso tudo? porque o vestido, o colar?
- Sabe Isadora, eu tenho uma proposta para você, quero que você se case comigo. -
Como é que é ? esse homem só pode ta usando alguma droga ou então ele é completamente louco, nem em um milhão de anos eu casaria com esse neandertal.
- Não - falo seria, porem perplexa, sem dar nenhuma brecha pra joguinhos e gracinhas que ele possa falar.
- Então vou mandar o Afonso matar você- fala ele, sem esboçar nenhum espanto pela minha recusa.
- Você é louco - falo levantando bruscamente da cadeira fazendo a mesma cair no chão.
- Isso é um sim? - diz ele de encostando na cadeira olhando para mim.
- Claro que não, eu não sei nem seu nome, não sei quem você é, por que eu me casaria com você? - digo ainda de pé gesticulando mostrando toda minha incredulidade diante da situação.
- Meu nome é Fernando Ferreti, sou o chefe da 'Ndrangheta. - diz ele levantando da cadeira sorrindo.
Meu sangue virou gelo ao ouvir aquele nome que sempre passava nos jornais.
Com uma receita anual de 60 bilhões de dólares, ele controla 80% do mercado das drogas na Europa. Seus negócios vão do tráfico de drogas, até extorsão, passando pelo tráfico de armas, prostituição e lucro derivado de contratos públicos. Eles não brincam em serviço.
- E porque eu? - digo me apoiando na mesa e encarando ele.
- Por que você foi dada a mim, não precisei conhecer você, você simplesmente caiu no meu colo e isso foi muito mais fácil, não tenho tempo nem paciência para ir atras de mulher - falou ele enquanto s aproximava de mim.
- O que eu ganho com isso? - falo encarando ele. Já que vou ser obrigada a casar com ele vamos ver o que posso aproveitar disso tudo.
- Tudo, dinheiro, roupas de marca, uma casa enorme, empregados, tudo que uma mulher sonha.
- Posso sair da casa?
- Só comigo ou com meus seguranças, não vou correr o risco de você fugir.
- Posso trabalhar? - pergunto já sabendo a resposta.
- Não, pra mim, mulher não trabalha.
- O que eu posso fazer? - falei com tom de raiva por conta da resposta dele.
Não passei 5 anos em uma faculdade caríssima pra não exercer o que eu estudei, sou boa no que faço, ajudo varias pessoas e ele vai me obrigar e ser uma dona de casa, não posso aceitar isso, mas por enquanto vou ficar calada.
- Você pode fazer coisas de esposa, como cuidar da casa e do seu querido marido - falou ele ficando bem aproximo de mim, conseguia sentir seu hálito, ele havia bebido, antes de vim pra cá. não parece estra bêbado, já senti a força dele, não posso irritá-lo, mas não consigo disfarçar minha raiva.
- Nunca - falo olhando fundo nos olhos dele.
- Então quer morrer? - diz ele saindo de perto de mim.
- Mas que coisa, sempre que eu disser um "não" você vai me ameaçar de morte que tipo de relação você espera ter comigo? - falo alterando o tom de voz.
- Eu não esporo nada, até por que eu também não quero casar, você acha que vai ser bom pra mim ter só uma mulher podendo ter todas que eu quiser? Claro que não, mas minha família está me cobrando um herdeiro, logo, eu preciso casar, não aceitam filhos bastardos na 'Ndrangheta. - diz ele voltando a sentar na cadeira
Não era bem essa a resposta que eu estava esperando, então eu vou ter que alem de casar com esse filho da puta eu ainda vou ter que transar com ele e engravidar, não, negativo, isso vai de encontro a tudo que já lutei contra.
- Não vou transar com você - digo decidida
- Tudo bem, não vou te obrigar, quero que você venha atrás de mim - fala ele levantando e vindo em direção a mim novamente
- Hahaha nunca, você e tudo que eu mais odeio em um homem - eu falo rindo, e desprezando ele.
- Veremos gatinha, veremos - fala ele nos meus ouvidos, o cheiro dele é realmente bom, essa mistura inebriante de álcool com perfume masculino vicia qualquer mulher e eu tenho que admitir que ele consegue ser bem sexy... Para Isadora, que isso? Ta loca? ele te sequestrou, te bateu e agora ta te obrigando a casar com ele, ele não e nem de longe homem pra você , então acorda porra.
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Speechless
ChickLitIsadora Castello, 25 anos, brasileira que vivia na Itália a 2 anos, fisioterapeuta instrutora de Pilates esta desparecida a 1 mês sem dar noticias a seus familiares e amigos, qualquer noticia, ligara para o numero 0800 655... - Estão preocupados com...