Capítulo 31

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Isadora

Nícolas não para de mexer, eu não consigo para de chorar, ainda não acredito que Fernando se rendeu...

- Já está chorando? Nem comecei a me divertir com você ainda – diz Pedro saindo da escuridão.

- Vai se fuder! - Rosno para ele.

- Que linguaja mais feio para uma mocinha, seus pais não te deram educação não?

Ouvi-lo falar dos meus país me faz chorar mais ainda, fiquei tão focada na minha vida que acabei esquecendo completamente dos meus pais, esqueci que passei todos esses meses sem falar com ele, eles devem achar que estou morta.

- Não fale dos meus pais – digo chorando.

- Por que? Senhor e senhora Castello são dois senhores adoráveis, como são os nomes deles mesmo? A sim! Fatima e Geraldo, não é? - Diz ele. Como ele sabe? Nem Fernando sabe o nome dos meus pais, como ele descobriu isso?

- Como você sabe?

- Eu fui fazer uma visitinha a eles, lá em Santos, linda cidade, bonitas praias.

Senti meu corpo todo gelar, ele foi na minha cidade, foi na minha casa, conheceu meus pais... ele fez alguma coisa com meus pais.

- Ainda consigo ouvir os gritos da sua mãe quando ela abril a porta e seu pai estava esquartejado espalhado pela casa, não demorou muito e ela pulou da janela do 5 andar, linda cena, quase poética.

Minha mãe...Meu pai...

Não, ele não esta falando a verdade, está dizendo isso só para me deixar fraca, mas ele não vai conseguir.

- Eu não credito em você - digo levantando a cabeça, não vou me abater por causa dessas mentiras.

- Esta bem, talvez você queira ver – diz ele tirando o celular do bolso.

Ele me mostra o celular e eu não aguento ver as imagens que ele me aponta. Ele matou meus pais.

Sinto uma dor tão forte que se eu não tivesse amarrada na cadeira eu teria caído e me debatido no chão, nunca senti uma dor assim, não acredito, não quero acreditar.

Eu não aguento e começo a chorar, meus pais não souberam de nada sobre mim, morreram achando que eu estava morta, não chegaram a conhecer Fernando, nem me ver gravida.

- Você é um mostro – digo chorando.

- Obrigado, sempre quis ser reconhecido – diz ele orgulhoso

- FERNANDO VAI MATAR VOCÊ! – Grito me debatendo na cadeira, se não for Fernando que vai matar ele serei eu.

- Isso é o que vamos ver – diz ele se virando costas e saída da sala.

Fernando

Já estou de volta à Itália, e eu e Afonso já estamos na localização que Mirko esta com Isadora, é um galpão abandonado.

- Se eu não voltar em 20 minutos quero que vocês entrem e salve a minha esposa - digo para Afonso, estamos só nos dois.

- Sim senhor - diz ele se posicionando e ajustando o cronometro do relógio.

Ando até a entrada do galpão, Afonso se esconde onde as câmeras não o veja, não posso deixar Pedro perceber que eu estou acompanhado

Bato na porta e ela se abre automaticamente. Então uma sala com pouca luminosidade se revela, Pedro esta parado no meio da sala, na parede e atrás dele tem uma porta, provavelmente onde ele mantem Isadora presa.

- Finalmente você chegou – diz ele com tom de brincadeira.

- Onde está minha mulher? – Pergunto impaciente.

- Calma Fernandinho, ela está bem.

- O que você quer Mirko? diga logo, quero ela longe de você o mais rápido possível.

- Quero que você deixa a 'Ndrangheta e passe a chefia para mim – como ele é previsível.

- Esta bem, solte minha mulher – claro que eu não vou deixar de ser chefe, e principalmente para ele, mas quero tirá-la daqui o mais rápido possível.

Ele sorri e abre a porta que leva até uma sala mais escura que a que me encontro, ele me leva pela sala até eu avistar Isadora, esta amarrada e chorando, sinto um aperto no peito, uma sensação de Dejavu, não acredito que fui capaz de fazer isso com ela.

Eu vou em direção a ela e abaixo para abraça-la, sinto seu corpo tremer com meu toque, esta morrendo de medo, ele encosta a cabeça no meu ombro e a sinto chorar mais ainda.

- Eu estou aqui gatinha – digo baixinho.

- Por que você se rendeu? - ela pergunta soluçando e chorando.

- Eu não me rendi – digo baixinho no seu ouvido.

Sinto que ela esta parando de chorar e fico em pé novamente, me viro para Pedro que esta sorrindo em um canto.

- Solte ela Mirko - exijo.

- Claro. - diz ele saindo do seu canto escuro com ar de riso, ela já se ligou que eu não vim me render, tenho que tomar todo cuidado possível agora se não ele pode fazer alguma coisa contra ela. Tenho que me manter na defensiva e esperar Afonso chegar.

Ele chega bem perto dela, desata suas cordas mas...

Isadora

Pedro se aproxima de mim para desamarrar minhas cordas, mas ele levanta e dá um soco na barriga de Fernando fazendo ele recuar.

- FERNANDO – grito e já começo a chorar novamente, porem ele levanta e sorri para mim. Que porra é essa, esse cara é masoquista.

- Hahaha, você achou mesmo que eu ia cair nesse seu truque Ferreti, eu sei que você jamais se renderia, principalmente por uma mulherzinha como ela – diz Pedro dando mais um soco.

Fernando não reage a ele, mas sei que ele esta com um sorriso nos lábios, ele esta fazendo de propósito, não acredito, dessa forma ele vai se matar.

Pedro o vê sorrindo e da mais uma sequência de socos em sua barriga e um no seu rosto, Fernando cai no chão.

- Por que você não está reagindo – diz Pedro dando chutes nele.

- Pare, vai mata-lo – digo chorando.

Porem ele não me escuta, Pedro da mais chutes e eu vejo Afonso aparecendo da escuridão, Pedro esta tão distraído batendo em Fernando que não percebe que ele entrou na sala. Meu coração acelera, estava tudo planejado, eu sou casada com um louco.

Ele aponta a arma para Pedro e atira, acerta em cheio na sua testa, fazendo seu corpo cair para trás. Fernando levanta tossindo, seus braços estão cortados e seu rosto esta ferido também, sai sangue do canto de sua boca.

- Demorei chefe? – diz Afonso ajudando Fernando a levantar.

- Muito, solte-a – diz Fernando totalmente de pé apontando para mim.

- Afonso chega perto de mim e me solta, nunca fiquei tão feliz em vê-lo e começo a chorar.

- Obrigada, muito obrigada – digo abraçando-o, sinto os músculos dele travarem, acho que ele não estava esperando isso.

Solto de Afonso e corro para Fernando, pulo em seus braços com um abraço apertado, seus braços apertam a minha cintura me fazendo ficar mais perto ainda dele.

- Amor porque você fez isso? – digo me afastando.

- Porquê eu te amo – diz ele fazendo me puxando para um beijo, fiquei com medo deu nunca mais poder beija-lo

- Vamos para casa minha gatinha, preciso de um banho – diz Fernando parando nosso beijo.


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