Capitulo 30 - Tempos atuais.

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Ano 2017

Tempos atuais......






Quem diria que estaria aqui novamente, na minha cidade natal, Santa Clara...... fazia oito anos que eu não pisava nesse solo, tanto tempo.... parecia que foi ontem que deixei essa cidade.


Tanta dor e sofrimento.... tantos.....problemas...... era bom estar de volta.



Mesmo sentindo um pouco de receio,  eu estava aqui , bem de frente a casa dos meus pais. Era incrível como a fachada continuava a mesma, assim como o bairro todo. Algumas coisas mudaram mas não foi algo drástico, estava a mesma coisa.



- Você está bem ? - perguntou Mark.



- Me sinto um pouco nervoso,  voltar a minha cidade me trás nostalgias.



- Imagino, muitas coisas boas e ruins aconteceram aqui, é normal relembrar.




- É  sim - olhei pra janela do último andar  -  As luzes estão apagadas, será que não tem ninguém aí?.



- Você só vai saber se bater na porta.


Respirando fundo, bati na porta umas três vezes, aguardei que alguém a atendesse mas ninguém apareceu, parecia que não tinha ninguém presente ali.



- Acho que saíram  - olhei para o vaso de flores que tinha no pequeno canteiro antigo de minha mãe, me aproximei e levantei o vaso, lá tinha uma chave extra  - Mesmo depois de anos, a chave ainda permanece aqui - Peguei e abri a porta.





Ao entrar eu comecei a lembrar de todos os momentos que tive naquela casa, os mais fortes era as lembranças do meu irmão, Bucky. Desde criança éramos unidos, passamos por tantas coisas juntos, eu amava demais, e sentia muita falta dele, o motivo maior de não voltar para cá era as lembranças dele, ainda me sentia culpado por tudo.



- Que estranho, a casa está vazia  - minha voz ecoou pela casa que não havia nenhum móvel  - O que aconteceu aqui ?.


- Acho que seus pais não moram mais aqui, talvez se mudaram.


- Pra onde eles iriam ? - olhei para as escadas que levavam ao andar de cima.




- Eu não sei.... - ele passou as mãos nos cabelos dele.



- Antes daquilo tudo acontecer com meu irmão, meus pais fizeram uma viagem de trabalho para outro estado, talvez eles estejam lá, é  uma cogitação,  não tenho certeza - olhei para o local onde antigamente ficava a mesa de jantar  - Nas madrugadas, eu sempre pegava o Bucky no flagra assaltando a geladeira, as vezes ele colocava a culpa em mim - ri  - Eu sinto falta dele.



- Eu sei disso  - ele colocou a mão em meu ombro  - Sei que as coisas estão acontecendo rápido mas..... você não quer ver ele ? Sabe.....visitar o túmulo.




- Desde quando ele morreu eu nunca fiz isso, também nunca mais tinha vindo aqui  - me sentei na escada - Eu era um garoto covarde e medroso, não queria ver que tudo que aconteceu era real.



- Mas hoje você não é mais aquela criança, está crescido, é um homem e bem inteligente  - ele sentou perto de mim - Mas se não quiser ir, não tem problema, faça o que você quiser, sem se machucar.




- Eu preciso ver ele, eu devo isso ao Bucky  - suspirei e me levantei  - Você vai me acompanhar  ?.



- Sempre  - ele se pôs de pé.



- Então vamos ver o túmulo do meu irmão.




E então,  depois de anos eu fui com o Mark em direção ao cemitério que ficava a três quadras daqui, foi uma boa caminhada e deu pra presenciar a chegada de um lindo pôr do sol que estava aparecendo no céu, sim, estava anoitecendo.



Chegamos no cemitério que estava bem iluminado, tinha algumas pessoas que estavam rezando de frente aos túmulos de seus familiares,  em ordem alfabética e com ajuda do Mark, tentamos encontrar o túmulo da família Valles, era lá que meu irmão estava , junto com os outros familiares dos meus pais.



- Que estranho, não estou encontrando o túmulo com o nome do Bucky  - disse eu enquanto passava meus olhos nas lápides.



- Eu também  não encontrei o dele , mas achei esse  - ele apontou e eu arregalei meus olhos.



- Que porra é essa ? - falei pasmo - Porque tem um túmulo meu aqui  ??.



- Não faço a menor ideia, você apenas " Morreu " em San American, não tem como o povo daqui saber disso.


Não entendendo muito bem, eu e Mark fomos procurar o coveiro que tomava conta do cemitério, ele que era um senhor de idade nos atendeu educadamente e pegou o livro que nele continham  o nome de todas as pessoas que faleceram, ele foi diretamente a minha família, como pedi e lá não estava o nome do Bucky e sim o meu.


- Me diga, como ele morreu ? - falei, sem identificar de que eu era aquela pessoa.



- A oito anos atrás, a família desse rapaz veio o enterrar mas não havia corpo, apenas fizeram uma lápide em homenagem a ele, esse garoto ele morreu de uma forma bruta, morreu queimado.



- Queimado  ? - olhei pro Mark que estava com a mesma expressão que a minha.



- Sim, mas não sei como ocorreu isso, a família manteve em sigilo,  eu posso ajudar em mais alguma coisa ?.



- Não, obrigado, o senhor já fez muito  - sorri e me afastei junto com o Mark que agora estávamos fora do cemitério.




- O que está acontecendo Mark  ? Porque não tem o túmulo do meu irmão e porque tem um túmulo meu ?.



- Alguma coisa aconteceu durante esses oito anos em que você esteve fora daqui, isso é estranho.



- Eu preciso de respostas, preciso saber o que está acontecendo - comecei a andar.



- Onde está indo  ?- perguntou Mark vindo atrás de mim.



- Encontrar minhas respostas, as únicas pessoas que podem me dar são a Ângela e o Diego, preciso encontrar eles.



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VicentOnde histórias criam vida. Descubra agora