Capitulo 28

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           Olho para o relógio do celular e vejo que falta apenas cinco minutos para as cinco da tarde. O horário combinado por nós para resolvermos o trabalho. Olho apreensiva para o painel do elevador e a Vanessa finge que não percebe, apesar de me lançar alguns olhares curiosos. Novamente, o elevador parece que está sendo comandado por uma tartaruga. 

Arrumo meu cabelo pela quinta vez no espelho do elevador e fico analisando pequenos detalhes do meu rosto. Assim que a Vanessa entra no nosso andar e as portas se fecham, me levando para o andar do Brian, pego um batom rosa leve que está em minha bolsa e passo. 

Não sei por que estou tão nervosa assim. Já vi o Brian várias vezes, inclusive hoje. Sem contar qe ele já me viu de todas as piores formas possíveis: toda suada e descabelada, com a cara inchada de sono (quase todas as manhãs, aliás) e, infelizmente, em uma maca de hospital. Minhas mãos ficam suando e meu estomago faz uns barulhos estranhos, que, espero eu, que não seja audível para os outros. 

Toco a campainha e em alguns minutos o Brian aparece. 

Eu esperava que ele realmente ficasse surpreso quando me visse. Não que eu tenha mudado tanto, só cortei algumas pontas do cabelo que, realmente, nem dá para notar, e deixeis os fios mais claros. Mas assim que a porta se abre, o que eu não esperava era que EU fosse me surpreender. 

Meus olhos batem pousam nos do Brian e descem um pouco, focalizando seu tórax molhado e sem blusa. E então eu percebo que ele também está com uma toalha presa na cintura. Subo o olhar rapidamente e vejo que seu lindo cabelo bagunçado está molhado e pingando um pouco. Sinto meu rosto aquecer. 

- Acho que cheguei em uma má hora. – Digo, já me virando e voltando até o elevador, mas antes que possa dar dois passos sua mão paira sobre meu ombro, me fazendo girar novamente. 

Ele realmente não deveria fazer muitos movimentos quando tem uma tolha presa em sua cintura. A impressão que eu tenho é que qualquer movimento que ele faça, até mesmo mexer os dedos da mão, vai fazer com que essa toalha despenque. 

- Eu não achei que você fosse realmente chegar na hora. Mas você não vai voltar. Espera na sala que eu já volto. – Ele abre mais a porta revelando um pedaço da sala. Entro, um tanto relutante. 

A sala da casa do Brian é completamente maravilhosa. Assim como da minha casa também. Parece até mesmo que a Vanessa e a mãe dele resolveram trocar dicas sobre decoração. As paredes são claras, em uma cor que eu não faço a menor ideia de qual seja, é como se fosse um bege com um pouco de salmão. 

Tem um sofá branco com algumas almofadas de cor cinza e bege também. Duas poltronas ocupam o outro canto da sala e no meio tem um pequeno centro com um jarro de flores. No jarro tem várias tulipas brancas. Sei que são tulipas, pois são as flores preferidas da minha mãe. A cor das tulipas combina perfeitamente com a decoração clean da sala. 

O Brian pede para que eu me sente e liga a televisão, que é presa na parede. Tem algumas prateleiras perto da televisão, em cima do painel onde também fica a TV. 

Pego meu celular e vejo que são cinco horas em ponto. O meu celular vibra do exato momento em que ia jogá-lo dentro da minha bolsa tiracolo e vejo que é uma mensagem da Penélope, dizendo que sua mãe não quis deixar que ela viesse. Reviro os olhos e jogo o celular dentro da bolsa logo após enviar um “tudo bem”. 

No mesmo instante o Brian aparece na sala, agora adequadamente vestido. Ele está com uma blusa azul simples e uma calça moletom cinza. É a primeira vez que o vejo com uma roupa completamente descombinada. Mas mesmo assim, ele continua incrivelmente lindo, com seu cabelo molhado caindo sobre o rosto. 

Just a Year - (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora