Capitulo 31

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Algo dentro de mim tem vontade de socar esse seu sorrisinho ridículo. Já outra parte quer pular em cima dele e beijá-lo. A forma como seu cabelo está bagunçado, como ele está desarrumado faz com que algo cresça dentro de mim. Um sorriso quer se formar no canto da minha boca, mas uso toda minha força para reprimi-lo. Já ele parece não se importar em sorrir.

Respiro fundo quando vejo o olhar da Babi em cima de mim.

- Brian, Barbara. – Digo estendendo meu braço para minha amiga que me olha com curiosidade e um tanto de perversidade. – Babi, Brian.

O Brian fala algo como prazer em te conhecer, e a Babi dá uma resposta qualquer. Minha cabeça me diz para fugir daqui. Inventar um contratempo. Uma mensagem surpresa do meu pai. Qualquer coisa que me faça ficar longe dele. O Brian é como uma ribanceira. Cheia de barro e escorregadia, e eu tenho que juntar todas minhas forças e equilíbrio para não cair de penhasco a baixo.

- Então... – O Brian se vira para mim, colocando suas mãos dos bolsos da bermuda preta enquanto se balança para frente e para trás. É como se ele estivesse com vergonha ou sem saber o que dizer. – Eu... te mandei uma mensagem. – Dá para ver que ele controla sua respiração e isso faz a minha acelerar. – Você viu?

- Eu vou pega uma pipoca! – A Babi diz e sai antes que eu possa puxar ela pelo braço. Vejo-a se afastando e então respiro, sem nem perceber que já deveria estar roxa de tão sem ar.

- Vi sim. – Me viro, finalmente, e inspiro profundamente. Ele me olha com aqueles grandes olhos claros ficando pequenos conforme ele contorce o rosto. Ele quer uma resposta. Ótimo! – Eu estava saindo do prédio e não dava para responder... Era algo importante?

Seu rosto melhora e sua careta vai embora, ele solta uma pequena risada misturada com um suspiro de alivio. O que me assusta. O Brian tem me assustado bastante. Seus olhares. Seu jeito desleixado. Como se não se importasse mais com a aparência. A forma como ele demonstra tão facilmente o que sente. Tão diferente de quando eu o conheci. Ele era uma mascara, com um sorriso debochado estampado e olhar impenetrável. E agora ele parece tão... Vulnerável. Bom, a Cecilia parece estar fazendo ele feliz, então.

- Ahn... Mais ou menos. – Ele abre um sorriso sem graça. – Eu faço aniversário nesse fim de semana e vai rolar uma festa lá em casa. Meu pai liberou o apartamento. E eu queria muito que você fosse.

Ele fala as últimas palavras de uma forma tão rápida que eu quase não entendo. Mas meu coração acelera, mostrando que eu ouvi muito bem tudo que ele disse. Dessa vez não consigo conter o sorriso. Uma parte de mim me deixa aflita, mas outra me deixa feliz.

- Você pode levar a Babi! – Ele se apressa em dizer. Percebo que ainda continua apreensivo e chega a ser engraçado, por isso não tenho uma sincope por ele ter usado o apelido dela.

No mesmo instante a Babi se materializa ao meu lado, me dando um susto.

- Me levar para onde? – Ela pergunta e joga uma pipoca na boca, me dando outro saco branco com listras vermelhas cheio de pipoca doce. Minha preferida.

- Vou dar uma festa. Aniversário. – O Brian diz e eu tento reprimir o gemido. Por mais que tenha ficado feliz com seu convite, estava realmente muito afim de não aceitar. Mas a Babi jamais ia permitir. Por isso iria omitir esse detalhe. Mas agora eu estou na ruína. – Sábado.

A Babi suspende suas sobrancelhas, morde levemente um lábio e abre um largo sorriso, destacado pelo seu batom vermelho. Que Deus me ajude!

- Opa, nós vamos! – Ela joga outra pipoca na boca e sorri para mim, como um pouco da minha pipoca para não ter que dizer nada. – Vai ver que filme? Será que o mesmo que o nosso?

- Claro que não! – Digo apressadamente, e então percebo que fui um pouco precipitada e exagerada. Se controle Rebeca! – É obvio que ele deve ter vindo ver um desses filmes de super herói.

- É verdade. – Ele sorri e eu lanço um olhar de “te falei” para a Babi que apenas dá de ombro. – Mas, posso ver o filme com vocês. Já que estamos todos aqui.

E então ela me revida o olhar até que entramos na sala e escuridão não me deixa mais ser fuzilada por seu olhar. Acabo me sentando entre o Brian e a Babi e assim que o filme começa eu rezo para o casal principal não ter nenhuma briga ou se separar em algum momento, para que eu não acabe chorando. O que é meio difícil, já que é uma comédia romântica meio dramática.

 - Sobre o que é esse filme? – O Brian fala no meu ouvido tão baixo que nem os ouvidos biônicos conseguem captar. Não consigo controlar uma risada.

- Você veio ver o filme e nem sabe do que se trata? – Eu me viro e nossos narizes quase se encostando, fazendo com que eu me vire rapidamente.

- Não vim pela história mesmo... – Ele sussurra e então, depois de tantos trailers, o filme começa.

Nos primeiros vinte minutos eu consigo me controlar totalmente e não derramar nenhuma lagrima, mesmo com todo o drama e com as brigas do casal principal, que ainda não é casal, mas tenho certeza que irá ser. Não olhei para o lado nenhuma vez, mas senti os olhos do Brian grudados em mim. Suas mãos encostaram-se à minha umas duas vezes quando fomos pegar a pipoca ao mesmo tempo e nesse pequeno segundo uma corrente elétrica percorreu meu corpo.

Era absolutamente ridículo isso. Como ele podia despertar em mim essas sensações absurdas com apenas um toque?

- Você sumiu. – Ele fala do meu ouvido. Outra corrente elétrica percorre meu corpo e eu me repreendo por me deixar levar a tal ponto.

- Eu estou aqui. – Digo enquanto tento controlar a respiração. Parece que foi só ele chegar dois centímetros para perto de mim que todo o ar foi sugado.

- Você sabe que não estou falando disso. – Ele responde impaciente e abaixa um pouco mais o tom de voz por causa do olhar irritado da mulher que está atrás de nós. – Você nem se quer falar mais comigo. O que aconteceu?

- Nada aconteceu. Nós apresentamos o trabalho e acabou. – Coloco mais um pouco de pipoca na boca e desvio por um segundo o olhar da tela para seus olhos. Seus olhos me prendem como se aquela fosse minha zona gravitacional. Era como se ele usasse o poder de me hipnotizar. E a cada vez mais que tinha algum contato com ele uma ira crescia em mim. Ele não tinha o direito de mexer tanto com minhas emoções.

- Você parece estar fugindo de mim.

- Isso é ridículo! – Levanto um pouco minha voz e a mulher de trás olha para nós novamente. É como se sua expressão quisesse dizer “te espero na saída”. Olho para o lado e percebo que a Babi está concentrada no filme, o que é uma mentira e provavelmente assim que pisarmos os pés em casa ela vai me forçar a contar cada mínima palavra, sem emitir uma virgula.

- Não, não é. – Ele chega mais perto e eu controlo o impulso e ir para o lado oposto. Toda essa proximidade me deixa louca e acho que nunca estive tanto em um conflito interno como agora. – Você chega mais cedo na escola. É a primeira a sair. Você está usando as escadas, e nem vem dizer que é para emagrecer porque é evidente que você não precisa de nada disso. – Ele me olha como se tivesse me conferindo e sinto um leve arrepio percorrer minha espinha.

- Shiu! Se quiserem ter uma DR tenham lá fora! – A mulher de trás finalmente fala algo e seus olhos soltam faíscas. Abro minha boca para dizer que aqui não existe nenhuma relação para ser discutida, mas sinto medo dela soltar fogo pela boca, por isso me viro para frente e foco meus olhos na tela até as letras subirem e as luzes começarem a acender. 

Demorei, mas voltei! Galera o livro está na reta final, adoraria que vocês pudessem me dizer o que pensam e querem que aconteça, mesmo que eu já tenha tudo em mente posso dar uma aleterada :D Outra coisinha importante: o livro não está revisado, por isso é possivel encontrar vários erros, assim que eu terminar de escrever irei revisar com cuidado. Ok? Não se esqueça de votar! Vamos fazer o livro subir no raking! Beijos!

Just a Year - (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora