Capitulo 24

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Esse capitulo vai ser dedicado a @Marcelacorrea19 que está sempre votando, comentando e curtindo as publicações de Just A Year! Obrigada por todo carinho, é isso que me motiva :D 

Sempre achei que gesso fosse algo legal. Quando era criança era muito medrosa para fazer algo que pudesse me machucar. Enquanto as outras crianças viviam caindo de bicicletas e quebrando braços e pernas, eu me sentava em um balanço e dava pouco impulso, com medo de ir muito alto e acabar caindo.

Sempre achei legal quando as crianças apareciam com gesso e todo mundo corria para cima para desenhar. Ser popular na segunda série é isso: ter seu braço, perna ou qualquer parte do corpo engessado. E deixar que todo mundo te rabisque.

Também sempre achei besteira quando falavam que da dor de quebrar um osso ou do incomodo que o gesso causava. Não sou muito boa em me colocar no lugar das pessoas e conseguir sentir sua dor. Até que eu realmente sinta.

Passar um dia com o gesso foi um enorme desafio para mim. E só se passaram apenas 24 horas. E de imaginar que ainda terei mais 29 dias pela frente com isso. Para minha sorte gesso só vai até o joelho, como a fratura foi apenas na tíbia não tinha necessidade de colocar gesso na perna toda. Apesar de meu pai querer me engessar até as mãos, pois segundo ele eu deveria ter quebrado mais alguma coisa. A Vanessa e minha mãe teve que convencê-lo de que seu diploma era apenas em direito e que era melhor ele deixar o verdadeiro médico fazer seu trabalho.  A cena poderia ter sido engraçada, se não tivesse sido completamente estressante.

Tudo está incrivelmente estranho. Tudo que aconteceu com o Brian me fez ficar completamente confusa e agora não sie mais como agir quando esbarrar com ele pela escola. Não sei se ele irá falar normalmente comigo ou se ele vai continuar me ignorando e fingir que nada aconteceu. Suas palavras não saem da minha cabeça e eu fico repetindo várias e várias vezes como se, conforme eu repita, eu consiga realmente entender.

Ele disse que ficar comigo dentro do elevador o deixou em pânico. Saber que eu consigo fazer com que ele entre em pânico me deixa estranhamente feliz. Não feliz por ele entrar em pânico, apenas feliz por eu conseguir ter a capacidade que ele tem sobre mim, de me afetar completamente e bagunçar tudo aqui dentro.

Meu ceular vibra e vejo que é uma ligação do Guilherme. Meu dedo congela em cima do botão verde e fico tentada a desligar ou apenas deixa-lo vibrando. Mas algo dentro de mim quer ouvir sua voz. Sua voz sempre me acalma e ele sempre tem algo bom para dizer, apesar de que nesse momento eu acredite fielmente que ele só vai me bagunçar mais.

- Oi! – Sua voz doce invade meus ouvidos após eu decidir apertar o botão verde.

- Hey!

-Tudo bem? – Ai! Ele não sabe sobre minha perna! E como saberia? Proibi a Babi de adicioná-lo ou tentar qualquer contato e eu não sou do tipo que publica toda a vida no facebook.

- Na verdade, não. Quebrei minha perna.

- O quê? – Sua voz tem uma urgência e desespero que me faz rir.

- Já estou bem. Foi apenas uma pequena fratura, estou com gesso e em breve vou me recuperar. – Incrível como nós conseguimos passar adiante algo que não acreditamos, não? Há poucos minutos atrás eu estava brigando com minha mãe alegando que para sempre seria defeituosa e que esse ano ia ser horrível, que iria passar meses sem correr ou fazer qualquer coisa divertida. 

- Você tem certeza? Por que não me avisou antes?

- Para falar a verdade não pensei em contar para ninguém. Foi apenas uma pequena fratura e em alguns meses tudo volta ao normal. Já está tudo bem, nem dói mais.

Just a Year - (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora