Capitulo 13

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- Você sabe que ele está tentando se aproximar de você, certo? – No minuto em que eu abri minha boca e contei para ela sobre o Brian (ocultando a parte do beijo, obviamente) percebi que tinha feito uma grande besteira. 

- Barbara, ele pode ter qualquer menina daquela escola! Você acha mesmo que ele ia correr atrás de mim, que além de não ter nada muito atrativo, não está nem aí para ele? – Digo enquanto termino de arrumar meus livros pela quinta vez. Nunca consigo achar uma boa forma de organizá-los: nem por editora, nem por ordem alfabética, nem por cor, nem pela ordem alfabética do nome do autor. Nada hoje parece muito bom. 

- Por isso mesmo, sua tola! – Ela diz como se a resposta fosse a coisa mais obvia do mundo. – Olha, ele sempre tem todas as meninas na palma da mão, basta dar um aceno ou um sorriso que elas correm atrás. Com você não foi assim. Ele se sentiu atraído por isso. E acho melhor você parar com essa auto piedade, já que você é linda! 

- De qual forma você achou melhor? – Digo parada olhando para a estante. Agora os livros estão organizados por tamanho. Viro para o computador que está posicionada na cama, em direção a prateleira. 

- As cores, sem duvidas. E você precisa de mais uma prateleira, duas não é suficiente e você tem muito livro em cima da escrivaninha. Mas você não vai conseguir me desviar do assunto em foco aqui. 

- Babi, infelizmente vou ter que te deixar com seu assunto em foco, já que está na hora de ir pro clube. O que faz uma pessoa querer marcar um encontro para discutir sobre um trabalho escolar em um clube? 

- Talvez ele queira te ver de biquíni. 

- Babi, tchau! – Fecho o notebook antes que ela possa dizer qualquer coisa e pego minha ecobag na cama. 

A Penélope ficou de me encontrar na portaria do prédio e, mesmo eu tendo pedido para ela ligar assim que chegasse, para que eu pudesse descer. Eu não consegui segurar o nervosismo. Não sei por que, mas meu estomago passou o dia dando cambalhotas e meus pés nem minhas mãos conseguem parar quietos. Usei três biquínis várias vezes. Um amarelo com estampas de abacaxi e tomara que caia não parecia muito bom. O azul de cortininha também não. Acabei optando por um vermelho de cerejas, as alças pendiam no pescoço e sem duvidas foi o que ficou melhor. 

Antes que eu começasse a cavar um buraco na sala, decidi descer para a portaria mesmo sem ter nenhum sinal de vida da Penélope. Assim que as portas do elevador se abrem vejo o Brian. Ele está meio virado de lado e com o telefone no ouvido. Entro mesmo morrendo de vontade de usar as escadas ou esperar o elevador voltar, eu ainda teria uma chance de fugir, já que ele está tão concentrado na conversa que nem notou minha presença. Mas seja lá pelo qual motivo insano, eu decido entrar. Estou impaciente demais para esperar o elevador voltar. 

- Ceci, eu já disse que vou passar esse sábado ocupado. – Juro que não estava querendo escutar a conversa dele, mas em um elevador tão pequeno é impossível não ouvir, mesmo com a voz tão abafada. – É sim, é aquele trabalho.  Nã... Não Ceci! Não sei que horas vai acabar. Olhar assim que eu sair do clube te ligo, amanhã ainda é domingo. Quem sabe a gente não vai ver um filme? Perfeito! Nos falamos depois, beijo. 

Quando ele, finalmente, parece notar minha presença as portas do elevador já estão se abrindo e antes que ele diga qualquer coisa, eu já sai. 

- Rebeca! - Me viro e percebo que ele está bem mais perto do que eu imaginava. Quase a um palmo de distancia. – Você quer uma carona para o clube? 

- Não, obrigada. Eu vou com a Penélope, ela já deve estar chegando. 

Como se por um sinal do destino, no mesmo instante a Penélope me envia uma mensagem avisando que já está na esquina do prédio. Aceno o celular para mostrar pro Brian e solto um sorriso sem graça. 

Just a Year - (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora