Pelas tuas Aparências (Série IMPERFEIÇÕES)

10 - Olhos de água

Enzo
         — Estive flertando com Leticia desde o momento que peguei o celular enquanto as crianças iam brincar no pátio onde existiam alguns brinquedos como a gangorra entre outros e jogos que Anna tinha pegado da sala para os outros alunos mais quietos e enquanto observava toda aquela alegria infantil ao meu redor podia ler as mensagens da minha esposa fujona que tinha me deixado de pau duro bem cedo já que ao tocar seu lugar na cama estava vazio e mesmo me sentindo frustrado com sua decisão fiquei com as imagens do sexo oral como um tipo de filme pornô particular inteiramente meu.
Anna:– A tecnologia te sugou por completo não foi?
Enzo:– Nem tanto.
          — Estava sentado sobre uma das cadeiras de madeira verdes espalhadas na pequena praça onde eles brincavam e nos observávamos.
Anna:– O amor faz milagres em certas pessoas!
         — Ela se senta do meu lado com um sorriso grande no rosto e pegando algumas batatinhas fritas e enfiando na boca.
Enzo:– Você quer?
Anna:– Desculpa!
         — Ambos rimos e Anna coloca o rosto sobre a manga da minha camiseta branca.
Anna:– Ela é uma garota de muita sorte.
          — Tinha começado,não que tivesse falado mais seriamente apenas que ficava repetitivo quando estava dando em cima de mim como se de alguma forma eu tivesse lhe dado esperanças.
Enzo:– Anna você sabe que eu...
Anna:– Eu já sei Enzo!Mas confesso que não esperava que tão rápido se casasse.
Enzo:– Muito menos eu.
Anna:– O que?
Enzo:– Anna eu amo ela entendeu?
Anna:– Mas isso não é possível Enzo!
           — A voz dela se altera por alguns momentos me fazendo acreditar que aquela pessoa na minha frente não poderia ser a doce professora que cuidava tão bem dos seus alunos,ao notar que tinha percebido sua alteração começa à se acalmar e se sentar do meu lado e alguns segundos depois recomeça à falar como se não tivesse se alterado.
Anna:– Só acho que aconteceu muito rápido tudo entre vocês não acha?
Enzo:– Admito que não foi do jeito convencional mas agora sinto que foi mesmo o certo,não me imagino longe dela ou da Nina.
Anna:– Essa filha dela é especial também não é Enzo?
Enzo:– Sim.
Anna:– Por que a Nina ainda não está estudando aqui?Sabe que essa escola trata de crianças especiais,sua esposa pelo menos sabia disso?
            — Eu à observo querendo entender o que pretendia com aquelas perguntas e acusações desnecessárias parecia até que Anna está com raiva.
Enzo:– Ela precisa de um tempo para pensar e resolvi deixá-la em seu canto,quando estiver pronta para isso no outro dia matriculo Nina aqui.
Anna:– Olha só você!
Enzo:– O que foi?
           — Começo à olhar pela minha roupa para ver se não tinha sinal de sujeira ou alguma gordura pela comida.
Anna:– Está agindo igual um pai.
Enzo:– Obrigado.
Anna:– Gosta tanto dela assim?Pra fazer esse casamento falso dar certo?
Enzo:– Fica calada!
          — Tinha contado a versão resumida da história de Leticia alguns dias antes do casamento querendo que Anna me aconselhasse,bem não posso reclamar disso porque tinha me falado para não continuar com aquela loucura, que iria estragar minha vida cuidando de alguém como"ela"e coloquei aspas porque na ocasião tinha xingado Leticia de coisa pior.
Anna:– Desculpe me estiquei um pouco mas fala sério Enzo!
          — Tinha me levantado e olhado a última mensagem que me enviou,Anna estava do meu lado.
Anna:– Você me ouviu?
Enzo:– Claro que sim.
Anna:– Sério?Porque parece que quer embarcar nessa canoa furada mesmo sabendo que vai se afogar.
          — Estava indo até a sala para pegar uns cadernos e lápis para algumas das crianças que nem estavam brincando nos brinquedos ou nos jogos mas afastadas com seu tempo ocioso.
Anna:– Enzo!
Enzo:– Anna!Sou ótimo nadador,não se preucupe com isso!
         — Levantei um pouco a voz sério querendo que esse assunto chegasse à um ponto final e tentasse relaxar minha colega que dava muito mais importância à vida de casados do que a própria pessoa que estava me deixando louco de tesão nas últimas semanas e não era culpa de Anna nem nada do tipo mas acho que sei porque está sempre querendo se meter como se assim fosse me influenciar de alguma maneira.
             - Vou até o armário branco e abro com uma chave dada para cada professor caso fosse pegar alguma ferramenta para ajudar com os garotos,meio sem esperar à vejo aparecer do lado da porta quando à fecho,meio assustador pensar que pode aparecer dessa maneira para os outros.
Enzo:- Credo Anna!
Anna:- Te assustei?Desculpa é que não sei se posso ser sincera com você agora ou não.
Enzo:- Não verdade não estamos trabalhando e você deveria estar lá fora olhando eles.
          - Mesmo estando sem jeito não sinto pena dela já que ficou insistindo em uma coisa que não existe mais,passado.
Anna:- Tudo bem mas depois podemos conversar?
Enzo:- Posso perguntar sobre o que?
Anna:- Você sabe Enzo,a gente.
           - Precisava respirar fundo e ser o mais direto possível sobre aquilo já que Anna estava vivendo uma história que não existia mais.
Enzo:- Anna escuta bem tá?
           - Ela mantém sua atenção focada toda no que iria lhe contar,provavelmente acreditando que iria dizer algo diferente mas a resposta é a mesma.
Enzo:- Não existe mais a gente,supera isso agora vamos voltar ok?
Anna:- Ok.
           - Seu tom sério e melancólico me faz acreditar que talvez tenha entendido que o nosso sexo iria levar para algo mais sério,claro que só foi uma única vez e fiquei meio pertubado por isso na época mas pelo menos esclareci as coisas em seguida lhe dizendo que não poderíamos ter nada mais sério e em resposta falou que sua primeira vez comigo foi linda e não iria esquecer,porra!Como podia jogar essas revelações e esperar que ficasse tudo igual?E quando me casei meio que foi puxado para debaixo do tapete.