Capítulo 33

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Eu tento olhar ao meu redor, mas só o esforço de manter os olhos abertos já é demais para mim. Principalmente com a sensação de estar com o ombro pegando fogo.
Mesmo assim, apesar da dor que me consome por completo, eu forço meus olhos a permanecerem abertos até que os veja, só por um momento eu preciso vê-los, mesmo quando Jo me garantiu que estaria comigo no hospital.
Eu sinto a maca em que eu estou ser levada até um lugar, provavelmente uma ambulância, mas eu ainda me obrigo a procurar por eles.
Um homem de cabelos pretos curtos se aproxima de mim, e pelo jeito do andar, pela postura, eu reconheço meu amigo, que em breve estará de volta no inferno.











- Nós temos que leva-lo agora!










A mulher que empurra a maca diz para Cody, que acente com a cabeça ao mesmo tempo em que olha para mim.













- Jo... nossos filhos...











Eu tento perguntar para Cody, mas minha voz sai muito baixa enquanto eu continuo lutando contra a escuridão e a dor que não para nem por um segundo e ameaça me deixar inconsciente mais rápido do que eu gostaria.
Eu olho dentro dos olhos do meu amigo, que sai da minha frente para apontar para a mulher de cabelos loiros que está parada perto de uma outra ambulância, com duas crianças, uma menina de cabelos loiros e uma menino de cabelos pretos em seu colo.
Eu forço meus olhos a permanecerem  abertos, só para que eu possa olhar para eles mais uma vez.
Josephine, a mulher que eu amo, que eu sempre amei, segura, ilesa, com nossos filhos em seu colo.
Eu continuo observando a mulher de cabelos loiros que segura com força as crianças em seu colo, e apesar da dor e dos pedidos de Cody para que eu permaneça acordado eu abro um sorrio para a mulher e os gêmeos e finalmente aceito a dor e a escuridão que me consome...






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Luz, uma luz branca atinge meus olhos e eu mexo meu braço para levar minha mão até meus olhos, mas uma sensação estranha no meu braço me desperta, me fazendo assim abrir levemente os olhos, só para enxergar o que está acontecendo e me deparar com um pequeno tubo preso no meu braço e  preenchido por uma cor vermelha escura.
Eu tento levantar o outro braço para saber o que é que está enfiado na minha veia, mas uma dor absurdamente forte me atinge, o que me faz soltar um gemido rouco e olhar para o outro lado, só para me deparar com meu ombro coberto de curativos.













- Titan, Titan chame a médica, ele está acordando!










Uma mulher de voz doce diz, ao mesmo tempo em que passos apressados ecoam pelo ambiente o que me faz ficar ainda mais alerta e tentar levantar o corpo, o que imediatamente se mostra impossível graças a ondas de dor que me ombro inrradia.











- Fique calmo meu filho, Titan já foi chamar a médica!










A voz doce me diz, ao mesmo tempo em que se aproxima mais do meu lado direito, para o qual eu ainda encaro o ombro machucado.
Eu olho para os olhos apreensivos da mulher ao meu lado, e não contenho o suspiro profundo quando todos os acontecimentos que me causaram o ferimento no ombro me invadem.
Era um bom plano, arriscado, mas um excelente plano se considerarmos a rapidez com a qual Jo imaginou tudo. Fazer com que Khadijha libertasse Emery e Auden, juntamente com a babá, para que somente restasse eu e Jo, porque a mesma sabia que nós teríamos chances contra Khadijha e Brian, mesmo com os eles armados. Porque Jo sabia que eu iria protege-la!












- Olá, eu me chamo Safira. O senhor sabe onde está?












Uma mulher de cabelos castanhos claros na altura dos ombros, diz, me fazendo assim voltar minha atenção para ela, que está parada do meu lado esquerdo.











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