04- Piloto automático

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Agradeço ao atendente depois que pego meu café, controlo um bocejo enquanto vou sentar em uma das mesas da cantina do hospital

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Agradeço ao atendente depois que pego meu café, controlo um bocejo enquanto vou sentar em uma das mesas da cantina do hospital. Eu estava no fim de um turno de... bem, algumas boas horas, não tinha certeza de quantas eram, mas... eu estava exausto, pra dizer no mínimo. Eram dez horas da noite da sexta-feira e eu queria muito ir pra casa e dormir.

Eu não costumava ficar na emergência, mas um cirurgião a mais era sempre bem-vindo e não eu não tinha exatamente um grande número de coisas pra fazer fora a isso.

Sim, eu sabia que isso era meio deprimente, mas era o que era. Meio que já tinha me acostumado e aceitado.

Mark senta ao meu lado com um copo de café igual ao meu na mão.

— Cara, você fica dois minutos pensando e acho que está prestes a chorar. — Ele diz rindo.

— É que eu lembrei da imagem de você nu. — Devolvo bebendo mais do meu café. Mark rir alto.

Éramos amigos desde a faculdade, um dos mais próximos, nós dois fazíamos medicina, nos especializamos na mesma área. E quanto a imagem dele nu, dividimos o apartamento por um tempo, foi realmente traumatizante.

— Você não vai pra casa nunca? Eu saí e voltei e você aqui.

Checo meu relógio pra responder.

— Só tenho mais uma hora e vou para casa. Eu sei que você gosta muito da minha presença.

— Só não quero que você mate alguém por estar com sono.

— Até dormindo minhas cirurgias são mais bem sucedidas que as suas. — Provoco e ele revira os olhos.

— Seu boçal.

— O que você está fazendo aqui mesmo? Já começa seu plantão com um intervalo?

— Fazer o que, né?

Trabalhar seria um bom começo, penso.

— Doutor Storm, compareça a emergência. — A voz no sistema de som me chama.

Na sua menteOnde histórias criam vida. Descubra agora