Capítulo 30

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Louis

— Não é possível que você não tenha visto nada, Lucy. — Não dá pra acreditar que enquanto todo o caos acontecia, ela não percebeu absolutamente nada.

— Eu estava concentrada na minha comida. Fora que essa mesa é horrível, por que você sempre se senta nela? — A mesa não é tão ruim, só é um pouco mais afastada.

— Eu gosto daqui.

— Bom, é ruim. Mas o que ela disse? — Lucy só pode estar de brincadeira.

— Ela quase gritou me expulsando daqui.

— E o que você ainda tá fazendo aqui dentro?

— Te esperando, criatura. — Pego uma de suas batatas e ela parece comer ainda mais devagar. Ela só pode estar fazendo de propósito.

— Ata. E sobre o resto? — É hoje que eu mato essa menina. Como é possível?

— O que tem?

— Eu quero informações completas, Louis.

— Eu também, Lucy.

— Ela não deu nenhuma pista? — Que tipo de pista ela espera?

— Não. Ela só disse que não tinha nada a ver comigo.

— Já é algo bom, certo? Você estava em pânico só de pensar que pode ter feito alguma coisa errada.

— E se ela mentiu? — Até dois segundos atrás essa possibilidade nem existia na minha mente.

— Ela não tem motivo pra isso, criatura. — É verdade. — Para de ser paranoico.

— Eu só quero entender essa fuga dela. — Essa e todas as outras.

— Nem tudo nessa vida tem explicação, irmãozinho. — Ela bebe um pouco do refrigerante dela e eu respiro fundo.

— Mas se a gente procurar, a gente encontra uma. — Lembro da minha avó me pedindo para não desistir.

— E vai procurar como se ela não quer te ver nunca mais?

— Eu não sei. Vou dar mais um tempo, sei lá. — Não tenho ideia do que fazer. — Não quero sufocar a menina.

— Você tem é que deixar isso pra lá. Alice não está interessada, pronto, acabou. Não tem o que discutir mais. — Ela coloca mais um monte de batata na boca.

— Eu posso lidar com isso, Lucy. — Posso mesmo? — Mas o que me deixa angustiado é que eu consigo ver que tem algo a mais no meio disso. E a Hope também confirmou que aconteceu uma coisa.

— E não me falou antes por quê?

— E você deixou?

— Se aconteceu alguma coisa, eu mantenho minha aposta anterior. Ela perdeu alguém que ama muito e tem medo de te amar e te perder. — É impressão minha ou ela acabou de se contradizer?

— Você acabou de dizer que ela não está interessada em mim.

— São palpites, Louis. Palpites. Eu mal vi a garota desde que você a reencontrou. Você tem que concordar que são duas opções bem possíveis.

— E extremas.

— Mas possíveis.

— A gente pode falar de outra coisa? — Peço.

— Não fale como se você realmente fosse esquecer dela. — Eu não vou, mas pelo menos enquanto ela não quiser falar comigo, eu preciso parar de pensar um pouco nela.

— Eu nunca disse que vou. Mas você poderia me ajudar um pouquinho.

— Eu até posso ajudar, mas olha quem está vindo pra cá. — Ela faz sinal com a cabeça para eu olhar para trás.

— Eu não vou cair nisso. Não vou olhar pra trás achando que ela está vindo quando eu sei perfeitamente que isso é impossível.

— Louis. — Alguém me chama e eu me viro para responder.

— Oi... Alice? — É inacreditável. Lucy estava falando sério?

— Eu sei, eu também não esperava estar aqui. — Gostei da sinceridade.

— O que mudou?

— Não sei, acho que nada. — Percebo que Lucy termina de comer enquanto presta atenção no que estamos falando.

— Então?

— Acho que a gente pode conversar. — Ela fala de uma vez só, como se precisasse de muita coragem para isso.

— Tem certeza?

— Não me pergunta isso, ou eu vou pensar duas vezes e desistir.

— Ok, senta. — Me preparo para pedir Lucy para ir embora quando Alice volta a falar.

— Agora não. Eu não posso, já parei demais durante o trabalho hoje.

— Então, mais tarde?

— Pode ser. Meu turno acaba em uma hora e meia, depois disso eu tenho... meia hora antes de ter que ir pra faculdade. — Ela confere o relógio umas três vezes enquanto fala e eu tenho a impressão de que ela já sabia esses horários decorados antes. — Tudo bem por você?

— Sim. Eu te espero aqui?

— Se você quiser. — Concordo. — Até depois.

— Até depois. — Ela sai de perto e eu automaticamente me viro para Lucy, em choque. — O que acabou de acontecer?

— Eu não faço ideia. — Me levanto enquanto deixo dinheiro para ela pagar o que comeu. — Ei, onde você vai? — Ela praticamente grita.

— Comprar Skittles. — Respondo já na porta da lanchonete. Antes de sair, consigo ver Alice contendo um sorriso e Hope olhando para a amiga.

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