Summer Love

Capítulo 49

13 de outubro de 2019

Louis

Meu pescoço dói, minhas costas doem. Quando abro os olhos entendo o motivo. Estou praticamente no chão da sala de Alice, enquanto ela dorme tranquilamente, esticada no sofá e com a cabeça bem perto do meu ombro, exatamente como ela se deitou ontem. A televisão ligada confirma minhas suspeitas, de que teríamos dormido vendo o filme. Na mesa de centro, algumas formigas fazem a festa com os doces que nós nem tocamos. Tento encontrar uma posição melhor, mas me mexo demais e por fim, minha namorada acaba despertando.

— A gente dormiu? — A garota loira pergunta com a cara amassada.

— Aparentemente sim.

— Nossa! Dormimos demais, já são mais de onze e meia. — Ela olha no celular e eu me assusto. Há tempos eu não dormia tanto, mesmo estando tão desconfortável.

— Pelo menos hoje você não trabalha.

— É verdade, mas eu tenho três trabalhos da faculdade pra fazer, pra entregar durante a semana. Já tinha até avisado o pessoal que não vou me encontrar com eles hoje.

— E eu esqueci que combinei de ir almoçar com a Lucy hoje. — Dou um pulo do sofá enquanto abro as mensagens da minha irmã. — Droga, ela já mandou umas cinco mensagens.

— Se você se apressar, consegue chegar como se não tivesse esquecido.

— É isso que eu vou fazer. — Pego minha calça, que está jogada no chão e tiro o moletom emprestado pela minha namorada. Preciso me trocar rápido. — Tchau Loirinha, boa sorte com seus trabalhos, qualquer coisa me liga.

— Tchau Popstar. — Dou um selinho de despedida e quando passo pela porta, percebo que me troquei na frente dela, sem a mínima cerimônia, o que talvez explique a cara de tacho que ela ficou.

Saio apressado, tentando desamassar minha blusa e terminar de fechar minha calça. Entro no carro e tento arrumar meu cabelo que está completamente atrapalhado. Estou com uma sensação muito estranha de estar esquecendo alguma coisa, mas não tenho tempo. Confirmo com Lucy que já estou chegando e torço para conseguir realmente chegar rápido até ela.

— Você demorou, achei que nem viria mais. — Minha irmã fala, de mau humor, assim que entro na casa dela. Nós passamos bastante tempo juntos.

— Foi mal, perdi a hora. — Coloco minhas chaves na mesa da sala e sigo pro sofá. Aposto como ainda estou com o rosto inchado de sono.

— Vou deixar passar dessa vez. Como foi ontem com a Alice?

— Então, meu atraso meio que tem dedo dela.

— Desenvolve. — Ela se senta ao meu lado e já nem parece aquela criatura desesperada por comida de dois minutos atrás.

— Depois do parque, nós voltamos pra casa dela e fomos assistir um filme. Em resumo, nenhum dos dois chegou perto do final.

— Vocês são dois bichos preguiça.

— Não vou negar. Se não tivesse tão desconfortável naquele sofá, eu provavelmente ainda estaria apagado.

— Ainda bem que estava ruim então. — Não sei se posso dizer que estava ruim, mas com certeza não estava bom. Meu pescoço ainda dói quando tento olhar para a esquerda. — Vou pedir comida pra gente, tá com seu cartão aí?

— Óbvio que eu tô com meu... ué, minha carteira deve ter ficado no carro. Peraí. — Vasculho tudo, embaixo dos bancos, no porta luvas, reviro os meus bolsos um milhão de vezes. Até no banco de trás eu olho.