Capítulo 37

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1 de setembro de 2019

Alice

Toda essa história com o Louis ainda é muito confusa pra mim. É tudo muito diferente estar com alguém que não me manda mensagem a cada hora, ou que me olha torto quando faço alguma coisa que possa deixá-lo irritado, na verdade, acho que é impossível fazer Louis perder a paciência. Ele é tão doce, tão compreensivo e tem tanto medo de estragar tudo que ontem me ligou quase chorando, pedindo desculpas por ter contado sobre um pouquinho da minha história para Lucy e a avó. Na hora eu fiquei assustada, não esperava que ele fosse contar para alguém, mas em momento algum eu pedi segredo sobre algo, e então me acalmei e escutei o que ele tinha pra falar. Louis explicou que tinha comentado sobre a minha resistência e só falou sobre meu ex para explicar para as duas, que ficaram felizes por eu ter dado uma chance para ele. Na hora eu não falei, mas pensei, eu também estou feliz por isso.

Ontem ele foi me ver na lanchonete mais uma vez e nós combinamos de nos encontrar no parque para passarmos um tempo juntos. Um tempo que eu não vou precisar sair a cada cinco minutos e ele não vai ter que correr para ir para a faculdade, então domingo é o dia perfeito para isso. Não temos aula, não preciso trabalhar, não é dia dele visitar a avó, ou seja, paz para os dois. E acho que por causa dessa paz toda, me adiantei no horário e cheguei vinte minutos mais cedo do que havíamos combinado. Eu não me importo, na verdade, gosto desses momentos sozinha. Ando um pouco pelo lugar e encontro uma sombra na grama, perto de uma árvore, completamente vazia. Me sento no lugar, pego meu caderninho de capa azul com uma caneta também azul e começo a rabiscar em uma das páginas, e a escrever qualquer coisa.

— Eu não sabia que você também escreve. — Me assusto com a voz de Louis atrás de mim. Como ele me achou aqui? — Oi loirinha.

— Oi popstar. — Ele se senta ao meu lado e me dá um selinho. — Eu não escrevo tanto.

— Música? — E essa é uma pergunta sem resposta.

— Ou poemas, não sei direito. — Também tem alguns que não dá pra serem definidos, além de desenhos mal feitos espalhados pelas páginas. Acho que posso dizer que é quase um diário.

— Posso ver?

— Pode sim. — Entrego nas mãos dele na página que eu estava rabiscando e só então me lembro sobre o que estava escrevendo.

— I was drowning in my own feelings/When you came and gave me new wings — Ele termina, me encara e eu sinto minhas bochechas ficando vermelhas.

— Não me olha assim, eu fico com vergonha. — Olho para a grama, tentando amenizar meu constrangimento.

— Isso é sobre mim? — Não é óbvio?

— Eu sinto muito, mas não. — Tento ficar o mais séria possível para ver a reação dele. — É sobre o Ethan. — Finalizo e ele abre um sorriso, enquanto eu começo a rir alto.

— Mentira, você nunca escreveria isso sobre o Ethan. Ele é seu irmão. — Eu não sei por quê, mas ouvir isso foi tão bom.

— É sobre você sim, sobre mim, não sei. Eu não penso muito nisso, eu só escrevo.

— Eu posso tirar uma foto da letra? Pra tentar colocar melodia. — Ele surtou? Como assim colocar melodia?

— Por quê?

— Porque é incrível. É muito boa mesmo. — Não é não.

— Eu não sei se acredito mesmo nisso.

— Deixa eu transformar em música e depois você me diz, o que acha? — Ele pede mais uma vez e eu resolvo concordar. Não vai fazer mal nenhum, certo?

Summer LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora