Capítulo 15

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Louis

Hoje cedo na lanchonete foi muito estranho. Alice parecia ser outra pessoa e eu tenho certeza que aquela tal de Hope sabe o motivo dessa mudança toda. Aproveitei o resto do dia livre e que não tenho o que jantar e invadi a casa de Lucy. Ela cometeu o erro de me dar uma cópia da chave e tem uma semana que eu entro aqui pra catar comida dela quando ela não está.

— Louis Campbell, o que você tá fazendo aqui? — Eu deveria ter confirmado os horários dela antes.

— Compras?

— Então você é o motivo da minha comida estar desaparecendo? Devolve a chave. — Ela estica a mão e eu coloco a chave.

— Poxa irmãzinha, você tem tudo pronto. — Tento me fazer de vítima pra ver se funciona. Ela sabe que eu sou um desastre na cozinha.

— Porque eu preciso ter tudo pronto pra semana. Louis eu mal paro em casa, não tenho tempo pra quase nada. — Fico com a consciência pesada. Sei que ela trabalha muito pra dar conta de tudo.

— Foi mal, eu vou parar de roubar sua comida. Toma, pelo que eu peguei esses dias. — Pego minha carteira e começo a contar algumas notas, mas ela me interrompe.

— Tudo bem, relaxa. — Ela me devolve a chave. — Só me avisa quando for passar aqui, e se eu não estiver sozinha? — Ela mora sozinha, mas então entendo o que quer dizer. Eu definitivamente não quero ver essa cena.

— Você tem um ponto. Vou começar a avisar.

— Mas aproveitando que eu cheguei mais cedo, a gente come junto. — Ela abre a geladeira e eu me sento.

— Vai fazer o quê?

— Esquentar o que tem na geladeira. Temos macarrão, arroz, frango, alguns legumes. — Ela fala como se fosse um cardápio de um restaurante cinco estrelas e eu entro na brincadeira, igual quando éramos crianças. Ela sempre gostou de cozinhar e me arrastava para ser cobaia dela.

— Macarrão e frango.

— Toma, arruma seu prato e coloca no microondas. — Ok, quebrou todo o clima da brincadeira.

— Mas...

— Você já vai comer minha comida, e ainda vai querer que eu arrume tudo pra você?

— Sim.

— Deixa de ser folgado e aprende a se virar, Louis. — Custava ela brincar só um pouquinho?

— Tá bom. — Me levanto e a ajudo a arrumar a mesa, logo estamos sentados e comendo.

— Os meninos gostaram dos quartos? — Ela pergunta, ansiosa pra saber se o trabalho dela valeu a pena.

— Gostaram sim, você mandou bem. — Ela sorri e sei que está orgulhosa de si mesma, até eu estou orgulhoso dela depois de tudo que fez

— Eu tenho alguns dons secretos. Decoração é um deles. — Lucy sempre foi mil e uma utilidades, é bem difícil ter alguma coisa que ela não tenha nem meia noção de como fazer.

— Eu sei. Isso é tudo, menos secreto.

— Você me entendeu. — Ela dá de ombros e eu me lembro de falar sobre mais cedo. — Hm, sabe quem eu encontrei hoje?

— Não, minha bola de cristal quebrou.

— Alice. — Ela me olha confusa. — Que foi?

— Que Alice?

— A Alice de Santa Mônica.

— Mentira. — Ela realmente não está acreditando em mim.

— É sério. Ela trabalha na lanchonete do Tom.

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