Capítulo 59

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Louis

— Eu não vou pedir para morar com a Alice. — Falo firme antes que minha irmã tenha a chance de perguntar, sei que falaria sobre isso apenas pela forma como estava me encarando. — É loucura.

— Talvez seja, mas também é uma opção. — Não é não.

— Lucy, meu plano era vir morar aqui. — Fico com medo dela falar que não pode mais me receber.

— Eu sei, e está tudo bem. Era só uma opção.

— Fora de cogitação.

— Aquela história ainda? — Tem tanta coisa acontecendo que ela pode estar se referindo a literalmente qualquer coisa.

— Qual?

— Aquilo da Alice ser virgem e tals. — Tenho certeza que fiquei um pouco vermelho, não estava nos meus planos falar sobre isso.

— Ah, isso não é o problema. Não mais. — Falo a última parte baixo e tenho certeza que ela não ouviu, mas só o início já foi o suficiente.

— Como é? Louis, o que você fez?

— Eu não fiz nada sozinho, nem começa.

— Você fez tudo certo né? — Não exatamente, não sei explicar mas é como se algo estivesse fora do lugar. Talvez seja a pílula, nunca comprei uma pra alguma garota antes, não sei como funciona.

— Você é o quê? Minha mãe?

— Eu só me preocupo com vocês. Alice é uma garota legal.

— Eu sei, ela é incrível.

— Você fez tudo certo? — Quanta implicância.

— Fiz, Lucy. Quem estragou o dia foi aquela mulher falando todo tipo de coisa horrível sobre a Alice. — Já contei essa parte umas duas vezes, mas ainda não consigo acreditar no que eu ouvi, e que Alice foi obrigada a ouvir também.

— Usou camisinha?

— Usei. — Falo com a certeza que eu gostaria de ter. — Você acha que eu sou tão irresponsável assim?

— Sim.

— Eu vou poder me mudar pra cá? — Mudo de assunto antes que eu admita minha dúvida e ela faça dessa conversa uma aula de ciências.

— Só por um tempo. Não que eu não queira você aqui, mas o espaço não é muito. — É compreensível.

— Fica tranquila, eu vou começar a juntar dinheiro e assim que for possível eu me mudo. — Preciso anotar isso em algum lugar, tenho que começar a controlar melhor o que eu gasto.

— Vovó vai ficar feliz quando souber disso.

— Ou preocupada. — Ou os dois.

— Ela sabe que você tem onde morar, não vai ter um piripaque, todo mundo já sabia que isso ia acontecer.

— É verdade. Vovó é forte, e disse que vai me ajudar como puder. Então relaxa, você não vai pagar as contas sozinha. — Vejo a expressão de alívio dela se formando.

— Já é uma ótima notícia.

— Agora eu preciso me preparar para conhecer o dono da gravadora e assinar aquele contrato. — Vai ser um desespero só. Até hoje eu acho que é tudo um sonho meu.

— A Victoria já falou mais alguma coisa?

— Quase todos os dias ela fala alguma coisa. "Ah, vai ser dia sete mesmo." "Louis, o dono da gravadora vai mesmo estar presente." "Louis, você precisa de uma música porque o dono vai querer te ouvir." — Leio as últimas três que ela me mandou, há dois dias.

— E você tem essa música? — Ótima pergunta, Lucy.

— Não, mas eu consigo escrever a tempo. Na verdade comecei no vôo de volta. — Na realidade são três versos.

— Ótimo. Pode usar um dos meus violões se precisar. — Ela pega a chave na mesa.

— Onde você vai?

— Sair. E você deveria ir avisar seus amigos que não vai mais morar com eles. — Droga, isso vai ser uma bagunça.

— Você tem razão. Eu preciso mesmo. — Mas não queria que fosse agora. Não vai dar certo.

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