Capítulo 56

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2 de novembro de 2019

Alice

Eu estava tão cansada que mal percebi quando peguei no sono, mas eu sei que tive poucas boas noites de sono como essa. Me sento na cama extremamente confortável de Louis e vejo meu celular conectado ao carregador quase do outro lado do quarto, a preguiça de levantar para conferir a hora é enorme, mas me obrigo a fazer isso. Quando coloco os pés para fora da cama, eles encostam em algo fofo e então eu percebo uma espécie de cama improvisada do chão. Instantaneamente eu fico envergonhada. Não acredito que ele fez isso. A porta do banheiro se abre e meu namorado aparece, com o cabelo molhado e usando só uma calça de moletom.

— Bom dia! — Ele parece muito animado para quem passou a noite no chão.

— Bom dia. Você dormiu no chão.

— Ah, isso? Não... — Ele começa a juntar os cobertores e coloca em cima da cama.

— Eu não estava perguntando. Porque você dormiu no chão?

— Eu só não queria te assustar. — Ele fala baixo. Por que ele está envergonhado com essa situação? — Você já estava dormindo e... não sei, eu acho que não soube lidar.

— Eu disse que confiava em você, Lou. — Tento manter a calma. — Não precisava disso.

— Eu só não queria que você se sentisse mal.

— Desculpa. — Toda essa confusão só por causa de uma coisa idiota.

— Pelo quê? Você não precisa se desculpar por nada.

— Mas...

— Sem mas. — Agora ele já está sorrindo outra vez. — Se levanta e se arruma que nós vamos dar uma volta.

— Onde nós vamos?

— Já é quase hora do almoço, então pensei em comprar uma pizza pra gente almoçar no Central Park, depois nós vamos ver a estátua da liberdade e a noite na Times Square.

— Já é quase hora do almoço?

— Eu planejei um itinerário inteirinho e você prestou atenção nessa parte? — Dou uma risada fraca. Realmente é algo bem aleatório, mas para mim é uma surpresa já ser tão tarde.

— Não, eu ouvi tudo, só não pensei que tinha dormido tanto. Eu amei a programação.

— Espero que dê tempo.

— Vai dar. Vou tomar um banho e me arrumar, eu faço isso rápido.

— Eu sei, você fica pronta rápido.

Quarenta minutos depois eu já estou sentada na cama, com o cabelo arrumado, com a maquiagem super leve feita, minhas coisas todas separadas. E o Louis no banheiro há quase dez minutos lutando contra o próprio cabelo. Eu não entendo como, sendo que está muito mais curto do que três anos atrás, mas ele ainda consegue se atrapalhar. Pela milésima vez ele ameaça raspar a cabeça como uma adolescente em crise de identidade e eu dou gargalhadas. Ele sai e eu percebo que metade das reclamações dele eram drama puro.

— Agora podemos ir? — Pergunto e coloco a pequena mochila que trouxe nas costas.

— Sim. Mas ainda estou confuso com isso aqui. — Ele aponta para a própria cabeça.

— Está ótimo popstar.

— Deixa eu só conferir uma coisa. — Ele abre a porta do quarto devagar e o silêncio reina na casa. — Ótimo, eles ainda não voltaram.

— Seus pais?

— É. Quando estivermos na rua eu mando uma mensagem avisando que vamos demorar. Quanto mais longe deles, melhor.

— E quando pretende falar com eles? — Afinal, é o que viemos fazer aqui.

— Amanhã. Vou deixar pro último momento.

— É inteligente.

— Nós vamos a pé para o parque, ok? É bem perto. — Ele fala enquanto descemos as escadas e ele confere se está com tudo que precisa.

— Você sabe que eu não me importo de andar, mas eu quero aquela pizza.

— No caminho.

Quando chegamos, não é difícil encontrar um bom lugar para nos sentarmos e comer. Passamos uma boa parte do nosso dia assim, olhando para o céu, vendo as crianças brincando ao nosso redor, o que me fez pensar em quando forem nossas crianças correndo em volta de outras pessoas. O que essa menina fez comigo? Ela sorri, falando da faculdade e me explicando o motivo de ser tão importante que as crianças pequenas irem para a escola.

No caminho para a estátua da liberdade eu falo mais da música. Quando estou com Alice, sinto que posso falar do que eu quiser o dia inteiro que ela nunca vai se cansar de ouvir. Da mesma forma que ela pode falar do que for, que eu vou amar estar com ela. Ela fica admirada com o lugar, nós tiramos algumas fotos e então percebemos que ficamos tempo demais no parque. Quando chegamos na Times Square já é noite. O céu está preto e todas as luzes ao nosso redor iluminam as ruas.

— Aqui é tão bonito. — Me sinto uma criança, tão admirada com tudo ao meu redor.

— Era um dos meus lugares preferidos. Eu e James vivíamos fugindo pra cá pra não fazer nada.

— Fugindo?

— Normalmente era quando meus pais estavam de mau humor e queriam me prender em casa.

— Agora faz mais sentido.

— Quer comer mais alguma coisa? — Penso um pouco e sinto falta de uma coisa.

— Tem algum lugar que vende milkshake aqui perto?

— Não é tão perto, mas a gente vai andando e rapidinho chega.

— Tudo bem.

Andamos um pouquinho pelo lugar e antes do que eu imaginava, já estou com meu milkshake de morango na mão. Louis informa que estamos perto do apartamento e é quando eu me dou conta de que é uma caminhada bem curta até lá. Vamos devagar, sem muita pressa e ainda assim, chegamos muito rápido.

— Seus pais ainda estão fora? — É quase uma pergunta retórica, já que a casa está tão vazia quanto hoje cedo.

— Estão, e vão demorar ainda.

— Como você sabe?

— Me mandaram uma mensagem mais cedo, falando pra não demorar e encontrar com eles num restaurante. — Me desanimo na mesma hora, não estou cansada, mas não queria sair.

— E nós vamos?

— Você quer ir?

— Você quer? — Jogo a decisão para ele, que segura minha cintura e se vira de frente para mim.

— Nem um pouco. Prefiro ficar aqui com você. — Ele me dá um selinho demorado, enquanto aperta um pouco minha cintura.

— Eu também. — O beijo outra vez e ele cola seu corpo no meu.

— Vamos subir? — Ele pergunta rápido, voltando a beijar meu pescoço, enquanto sinto meu corpo cedendo.

— Aham. — Eu mal percebo quando chegamos no quarto. É tudo tão rápido, tão...

— Alice acho melhor a gente... — Interrompo a fala dele com mais um beijo. Não quero parar, tenho certeza disso.

— O que você estava falando? — Mordo o lábio inferior.

— Esqueci.

—Imaginei. — Ele tira a camisa e me beija mais uma vez. Sinto que estamos indo na direção da cama. Não quero parar.

— Loirinha, você tem certeza disso?

— Absoluta. — Volto a colar nossas bocas, mas ele parece precisar de mais uma confirmação.

— Você tem certeza mesmo?

— Louis, eu quero isso tanto quanto você. Para de perder tempo. 

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