Capítulo 12

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5 de agosto de 2019

Louis

Finalmente estou livre dos meus pais. Era bom morar com eles, mas a falta de privacidade e de possibilidade de fazer o que eu quero era sufocante. Depois que eles descobriram que a Lucy estava tocando com a banda, mandaram ela pra fora de casa e eu fiquei sozinho lá. A única coisa que eu salvei foi um violão.

Obviamente ainda tenho contato com a minha irmã, mas meus pais nem sonham com isso. Eles pensam que escolhi fazer faculdade de outro lado do país para ficar perto da minha avó, mas a verdade é que quem está aqui é Lucy. Ela foi a pessoa que me ajudou a escolher uma casa pra morar com James e Max, porque como se não bastasse eu estar me mudando, tive que arrastar meus amigos comigo. Os dois só se mudam semana que vem, já que as aulas para os novatos começam uma semana depois das aulas para os veteranos, mas eu tive que vir antes para terminar de arrumar a casa.

— James, seu quarto tá assim, vê se quer que muda algo. — Viro a câmera do celular para ele poder ver direito o que tá pronto aqui.

— Tá ótimo, Louis. Nem precisava de tanta coisa.

— O Max tá por aí? — É óbvio que sim. Ele vive na casa do James por causa do videogame dele.

— Tá sim, vou passar pra ele.

— E aí? A casa tá pronta? — Max grita do outro lado da tela e vejo James no fundo reclamando em silêncio.

— Quase. A gente só precisa de uma internet boa, mas estão pra resolver isso amanhã.

— Qual o meu quarto?

— Pera, já vou lá. — Ando pelo corredor, até abrir a porta do final do corredor. — Aqui.

— Tá incrível. Sua irmã mandou bem nisso. — A Lucy fez todo um trabalho de agente secreta pra não ser descoberta pelo pessoal que meus pais contrataram, mas conseguiu deixar esse lugar com as nossas caras.

— Ela realmente se superou.

— Falando nela, cadê? — A entonação de Max me assusta, que história é essa agora?

— Tá doido? É a minha irmã, Max.

— E daí? Ela é gata. — Mas é a minha irmã.

— Ela é lésbica, seu animal. — Quase grito. — James, dá um tapa nesse garoto pra mim. — Meu amigo bate na cabeça de Max.

— Ai!

— Obrigado.

— Louis, quem vai ficar com a suíte?

— Eu. — E ele sabe disso, mas quer se fazer de bobo.

— Isso é injusto. — James se coloca do lado dele.

— Meu filho, eu arrumei tudo pra gente.

— Pra mim, a gente tinha que ter feito no uni duni tê. — Gente, mas que história é essa agora?

— Olha, é cedo demais pra eu aguentar isso. Preciso sair pra comprar um café.

— Ué, faz aí. — James fala.

— Eu não. Aqui tem uma lanchonete que eu amo desde pequeno. Já falei dela com vocês.

— Aquela 24 horas? — É a melhor parte dela. Mesmo depois que eu me mudei, continuei indo lá sempre que visitava minha avó e meus primos. O ponto alto da minha vida foi quando eu fiz doze anos e começaram a deixar eu ir com eles de madrugada.

— Aham, a lanchonete do Tom.

— Esse lugar existe desde que você era criança?

— Existe. Foi por causa do milkshake de morango deles que ele virou meu favorito.

— Agora eu tô curioso. — Max fala.

— Quando vocês chegarem a gente vai.

— É longe de casa?

— Mais ou menos. Mas meu pai mandou o carro pra mim então é de boa.

— Muito mimadinho mesmo. — Vão entrar nessa questão outra vez, eu vou ter um ataque.

— Não vou nem comentar sobre isso. Tô indo comprar meu café.

Desligo o celular e pego as chaves de casa e do carro. Desde que eu cheguei, é a primeira vez que eu consigo ir na lanchonete do Tom e realmente estou pensando em tomar um milkshake de café da manhã. Quais as chances de dar errado?

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