Capítulo 2

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2 de julho de 2016

Louis

Depois de dois dias sem meu celular, eu já estava ficando maluco. Minha mãe resolveu que eu ficaria sem ele durante toda a viagem, com a desculpa de eu estar muito viciado e precisar aprender a aproveitar melhor o tempo convivendo com a minha família. Confesso que ela não está completamente errada, mas não tem nada de interessante pra fazer por aqui. Meus primos resolveram que esse ano iriam acampar e não nos esperaram chegar para eu ir junto, então somos só eu e Lucy, minha irmã mais velha, com meus avós, que passam metade do tempo cozinhando juntos ou vendo reality shows antigos.

O plano na minha mãe tinha tudo pra dar certo, se ela não tivesse guardado meu celular dentro da própria bolsa. Depois de muito tempo tentando pegá-lo, hoje finalmente tive uma oportunidade. Precisei ter muito cuidado para não ser pego e não faço ideia de como vou colocar essa coisa de volta no lugar, mas agora preciso aproveitar o pouco tempo que tenho para falar com os meninos. Entro no banheiro, abro o grupo com Max e James e tenho tempo de mandar uma mensagem antes da porta se abrir.

— Quer me matar de susto, Lucy? — Respiro aliviado quando minha irmã entra no local.

— Você não se deu o trabalho de trancar a porta, não venha me culpar pela sua idiotice.

— Fecha isso, antes que a mamãe me veja com o celular na mão. — Passo por ela e fecho a porta, enquanto a garota ri do meu desespero. — Se ela descobre que eu peguei, eu fico até o ano que vem sem encostar nele.

— Então você tá ferrado. A gente precisa descer agora. — Justo agora? O celular vibra na minha mão e vejo pela notificação que é Max me respondendo no grupo.

— Pra quê?

— Nós vamos pra Santa Mônica.

— Assim, do nada?

— Parece que um amigo do papai foi com a família e chamou a gente pra passar o feriado com eles.

— A gente vai poder ir na praia?

— Provavelmente. — Ok, talvez eu esteja começando a gostar dessa viagem. Não tem lugar melhor que praia.

— Pelo menos alguma coisa boa.

— Segura um pouco o drama, Lou.

— Não é drama. Você fala essas coisas porque eles te amam e nunca fazem nada pra te contrariar. E olha que você é um pé no saco pra eles, tá sempre desafiando os dois. — É a verdade, o passatempo favorito dela é tirar nossos pais do sério.

— Uma palavra. Música. — A bendita música. Não importa o quanto a gente goste, os dois nunca aceitaram. Lucy é a única corajosa o suficiente para tentar correr atrás do que quer, nem que seja só um pouquinho.

— Mas isso é um caso a parte. Ano que vem você vai começar a faculdade de administração que eles sempre quiseram e eu vou ficar sozinho com os dois falando no meu ouvido. — Céus, eu vou precisar de tanta paciência. Talvez eu passe mais tempo no colégio até ser minha vez de sair de perto dos dois.

— Se eu entrar na faculdade. — A encaro confuso. Nós estudamos na mesma escola, que é a melhor da cidade. Todo mundo que estuda lá consegue entrar numa universidade boa. Alguns conseguem vagas até em universidades fora do país. — Minhas notas não estão muito boas porque tenho passado muito tempo ensaiando com a banda.

— Se os dois descobrem sobre essa banda, você vai ser deserdada. — E isso não é piada. Não tenho dúvida de que é exatamente isso que aconteceria.

— Eu sei, por isso eu chamo de grupo de estudos. E eu vou precisar que você me ajude a driblar os dois.

— Mais?

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