Summer Love

Capítulo 32

Louis

Um bom tempo depois de voltar para a lanchonete, vejo Alice vindo na minha direção. Percebi que ela ficou esse tempo todo distraída, se confundindo com pedidos simples. Ainda bem que Hope estava sempre por perto, porque eu tenho certeza que todos esses erros poderiam custar o emprego dela.

— Oi. — Ela fala sem jeito, provavelmente ainda com a cena de mais cedo na cabeça. Não vai ser muito fácil esquecer o que houve.

— Oi. Senta. — Aponto para a cadeira na minha frente.

— Obrigada.

— Comprei pra você. — Entrego os Skittles e ela sorri para mim. Nossa, eu amo esse sorriso.

— Obrigada. São meus preferidos. — A ironia na voz dela é perceptível e eu fico feliz por ela estar bem o suficiente para fazer alguma brincadeira.

— Nossa, eu nunca imaginaria, foi completamente na sorte. — Brinco também e ela sorri outra vez. É, eu não sabia que era possível ficar viciado em um sorriso.

— Você é muito bobo.

— É um dom meu. — Depois disso, nós dois ficamos em silêncio. Ela quer falar alguma coisa, eu sei disso. — E então?

— Então... — É como se ela não soubesse por onde começar. Ou não tivesse a certeza de que quer falar.

— Alice, eu não quero que você se sinta pressionada a falar. Desculpa se eu dei a entender isso mais cedo.

— Não. Fica tranquilo. Você não me pressionou a nada. — Ela respira fundo umas duas ou três vezes, e então, com os olhos fechados, fala de uma vez. — Louis, eu gosto de você. De verdade.

— Uau. Eu não estava esperando isso. — Na verdade, é a última coisa que eu estava esperando. — Eu também gosto de você, Alice.

— Eu imaginei. — Eu realmente não fiz muita questão de esconder, e por mais que eu tenha amado ouvir isso, fico ainda mais confuso.

— Se você gosta de mim, por quê não me quer por perto?

— Muita coisa aconteceu em três anos, Louis.

— Eu meio que percebi. — Sou sincero com ela. — Você tá diferente.

— Não foi fácil e ainda é complicado falar. — Ela parece estar lutando contra ela mesma estando aqui.

— Ali, se você não quiser, está tudo bem. Eu só insisti porque fiquei preocupado com essa mudança e queria tentar ajudar.

— Por favor cala a boca. Você ainda fala pra caramba. — Tanta coisa pra eu mudar, e isso continua igual.

— Eu tô nervoso.

— Percebi. Como eu dizia, eu gosto de você. — Ela fala rápido. — Mas eu não sei se estou realmente pronta pra outro relacionamento.

— Outro?

— É aí que as coisas se complicam. Eu namorei um garoto, o nome dele era Nate. — Espera, será que a teoria maluca da Lucy estava certa? Ela perdeu mesmo alguém que amava?

— Era? Ele...

— Não. Talvez fosse mais fácil se tivesse sido isso. — Ela fala baixo, mas não o suficiente. A encaro e ela parece perceber minha expressão de assustado. — Não foi isso que eu quis dizer. É que... — Agora é ela quem fala rápido demais.

— Ei, se acalma. Respira fundo. — Ela faz o que eu falo e leva algum tempo para realmente se recompor. Olho para o relógio e percebo que dez minutos já se passaram.