Capítulo 1.

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Disclaimer:

(Oi. Aqui estou eu escrevendo mais uma estória. Aqui vocês encontrarão menções à violência, violência, crimes, assassinatos, organização criminosa, sexo explícito e também amor. Conteúdo+18. Essa história não tem intenção de promover o crime ou romantizar, escrevo apenas por inspiração. Não tenho conhecimento de causa e tudo o que estou escrevendo é baseado nas séries que já assisti, principalmente Peaky Blinders. Se qualquer um desses assuntos seja gatilho para você, te aconselho a não ler essa estória.

Obrigada por estarem comigo mais uma vez. Amo todes sempre! Agora vamos para o que interessa. Atenciosamente, a autora.)

It's family business.

New Jersey. 2019. Gerard Way.

Sentado na cadeira de meu escritório, passeava uma moeda por entre os meus dedos impacientemente, fazendo uma espécie de malabarismo com ela, enquanto tragava lentamente o quarto cigarro que fumava em meia hora. Eu sempre fico extremamente impaciente e receoso quando o Michael sai em "missões" sem mim.

- Ele deveria me obedecer, esse filho da puta. Essa porra é minha. Eu mando aqui. - Falei quase que em um sussurro, segundos antes de fechar a minha mão direita em punho e socar a mesa de madeira importada da Itália, desnecessariamente cara e vintage para o meu gosto. Mas no meu ramo é o seguinte: se você faz mais dinheiro do que deveria, tem que arrumar um jeito de "lavar" a grana.

Lavar o dinheiro é torná-lo limpo para a sociedade, sabe? Tirar qualquer cheiro de ilegalidade. Para o governo, se o dinheiro vem de algum lugar, desde que venha de algum lugar onde eles possam meter os olhos, a procedência não importa. Desde que haja tributação em cima do dinheiro, você pode tirar ele até do cu. Literalmente. Semana passada um deputado foi preso com dinheiro enfiado no cu, parece brincadeira, mas não é.

O telefone tocou pela terceira vez. Eu não atendo telefone, aliás, até atendo, depois de cumprir a seguinte regra: você vai ligar três vezes seguidas. Se o telefone tocar três vezes seguidas irei entender que o telefonema é importante o suficiente para eu perder o meu tempo atendendo. Apaguei o cigarro na mesa, deixando mais uma marca naquela mesa italiana que eu amava odiar. - Fala. - Resmunguei após atender o telefone. O barulho do outro lado da linha tornava impossível a missão de entender o que estavam falando, várias pessoas estavam falando ao mesmo tempo, alguns em um tom exaltado, barulho de garrafas, palavrões, puta de uma bagunça.

- Se vocês calarem a boca e deixarem apenas uma pessoa falar eu vou conseguir entender o que vocês querem. Eu te dou trinta segundos para organizar essa bagunça antes de eu mandar o Andrey ir até vocês. - Falei impaciente. Andrey é uma espécie de gerente do negócio. Meu braço direito. Considere como um Consigliere e um Capi. Meu conselheiro, bem como o gerente da organização. Quase nunca saio de trás dessa mesa, se algum dia, eu for resolver alguma coisa por mim mesmo, é porque todos os incompetentes que trabalham para mim falharam.

E eu não saio dessa sala para conversas. Não tenho tempo, nem paciência para conversar. Precisaria ter quatro bolas para aguentar lidar com gente burra, só tenho duas, torna anatomicamente impossível. Eu só saio dessa sala para dar trabalho para uma família encomendar um funeral. Por isso poucas pessoas me conhecem. Me conhecem pelo nome, pela fama e pelo negócio. Fisicamente, tsc, tsc...Não me lembro de ter deixado ninguém vivo para contar essa história. O silêncio reinou no outro lado da linha. - Senhor, nosso produto foi interceptado pela polícia, cinco dos nossos caras foram presos. A família está aqui enchendo o saco. - Apoiei o meu rosto em minha mão. Quanta gente incompetente, meu Deus do céu.

- O Andrey está indo aí, vai levar dinheiro suficiente para tirar os cinco com fiança. Liga para aquele advogado de sempre e manda ele ir soltar o pessoal. Quanto ao produto, fica em paz. Amanhã está chegando o triplo da carga no terminal, a interceptação do produto foi proposital. Se eles pegam a carga de hoje, amanhã não vai ter ninguém na nossa cola. Passa o telefone para o Michael, por favor. - Falei calmamente enquanto acendia um novo cigarro, aguardando pacientemente pela voz do meu irmão do outro lado da linha.

- O que porra você quer, Gerard? Você precisa parar de me tratar como criança, ou como seu funcionário. Eu não trabalho para você. Eu trabalho com você, entenda a diferença. - Michael sempre que tinha a oportunidade, dava uns chiliques desses. Nunca aceitou que ele era novo demais para assumir a organização quando o nosso pai faleceu. Por mim, ele estaria na Inglaterra fazendo alguma faculdade e se casando com alguém a essa altura do campeonato, não queria essa vida para o meu irmão mais novo. Mas é como ele mesmo disse, Michael não é uma criança, nem mesmo meu funcionário. Não posso obrigar um adulto a fazer o que eu quero. Pelo menos não posso com um adulto que não tem medo de mim.

- Deixa de ser insuportável. Eu preciso que você volte antes do advogado chegar. Quero você na boate hoje. Eu não estou com paciência de continuar fazendo negócios, você assume. - Desliguei o telefone logo em seguida. Ele devia estar radiante do outro lado da linha. Sempre ficava extremamente feliz quando eu mandava ele assumir os negócios, mesmo que por um dia. Que negócios? Você deve estar se perguntando! Bom, muitos. Drogas, empréstimos, apostas, política. O que você puder imaginar. Temos homens em cada canto desse país, em cada estrutura política, judiciária, policial.

Somos uma organização familiar que comanda, ou pretende comandar, este país. Muito em breve eu diria. Cada ano que se passa conquistamos um estado novo. Nós somos os Skylines and Turnstiles. Estamos nos negócios há mais de 100 anos. Já fui capa da Forbes under 30, um empresário conhecido nos Estados Unidos da América. Sempre levantam suspeitas acerca da legalidade dos meus negócios, mas todos são limpos. Como eu já lhe disse, todo nosso dinheiro é lavado. Tenho todo tipo de empreendimento: hotéis, farmácias, supermercados, casa de show, produtora musical, boates, bares e restaurantes. Estamos financiando a compra de uma linha aérea. Porém, por enquanto, trabalhamos com táxi aéreo.

Nos chamam de mafiosos, gangsters, criminosos, traficantes, assassinos. Você pode utilizar o termo que preferir, não me importo. Me considero um empresário do crime e um dia serei dono dos Estados Unidos da América. Isso se conseguirmos derrubar os Neverenders. Empresários do mesmo ramo que estão constantemente atrapalhando a hegemonia dos meus negócios e testando a minha paciência. Os patriarcas das duas organizações se mataram, literalmente. Atiraram um no outro e morreram juntos, no mesmo dia. Perdi o meu pai e o lado de lá também. Duas almas encaminhadas para o inferno na mesma hora, capeta estava festejando. Não se preocupe, já estou em paz com o meu destino. Se o céu existe, o inferno também. E bom...para o céu que eu não vou quando morrer, não é? Já perdi mais de trinta homens na luta contra esses filhos da puta. Não temos medo de polícia, são outros iguais a nós que nos assustam. E eles são os únicos capazes de ficar no meu caminho. Mas te garanto: não por muito tempo.

( E aí? Gostaram? Deixem seus comentários aqui! <3)

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