Capítulo 13.

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(Voltei com mais uma atualização. DISCLAIMER: tópicos sensíveis. Não preciso lembrar que as coisas nesta história são violentas, não é? Se você é sensível, aconselho que não leia. Atenciosamente, a autora.)

Gerard Way.

Sete dias. Sete dias que eu havia esquecido completamente de quem eu sou, do que eu faço e do que eu tenho que fazer para continuar vivendo nesta vida de merda, a única que conhecia até hoje. Sete dias foi tempo suficiente para me fazer duvidar se os únicos sentimentos existentes neste planeta eram mesmo avareza, luxúria e uma sede insaciável por poder. Alguma coisa havia mudado, não posso lhe dizer ao certo o que, mas mudou. E esta mudança está me deixando completamente insano e fora de mim.

Frank e eu estávamos passando MUITO mais tempo juntos do que deveríamos, da hora que acordávamos até a hora que íamos dormir. E quando não estamos juntos, estamos trocando mensagens. Nenhum de nós abriu mão dos negócios para priorizarmos qualquer tipo de intimidade e isso era o suficiente para deixar toda uma sociedade movida a criminologia doidinha da cabeça. Não sei quantos milhões de prejuízo Frank e sua gangue já haviam me causado, mas posso te garantir que, se eu perdi milhões com a sua presença, os meus parceiros comerciais também.

Ninguém seria louco o suficiente para fazer algo pelas minhas costas, como desobedecer as minhas ordens e acabar com a vida do Frank, por exemplo. Ou completamente burro para querer fazer algo contra mim. Mas sei que isso pode mudar em pouco tempo. É só continuarmos vivendo como estamos e as pessoas começarão a ficar extremamente irritadas pela perda de dinheiro, pessoas ficam mais ofendidas se você tira o dinheiro delas do que se você tira a própria família.

Em frente ao espelho, ajeitava o terno de milhares de dólares que eu iria usar para o evento beneficente organizado pela Way Enterprises na noite de hoje. Todo dinheiro arrecadado no leilão será direcionado ao custeio de tratamento de saúde de pessoas que não possuem acesso. Sim, de vez em quando você tem que fazer algo de bom para a sociedade, ajuda a tirar o peso de ser um grande filho da puta das costas. O peso de ser um grande gostoso, no entanto, segue firme.

Eu poderia ir sozinho, aliás, deveria ir sozinho. Mas como eu disse, são sete dias passando muito mais tempo com o Frank do que deveria, então, por motivos até agora desconhecidos, o chamei para me acompanhar no evento. Primeira vez que iriamos sair em público juntos de verdade. Óbvio que aquele beijo que centenas de revistas noticiaram havia sido a nossa primeira aparição pública, mas ainda assim, dava uma atmosfera de descomprometimento. Como se tivesse sido algo casual. E foi. Não foi? Ah, meu irmãozinho vai ficar feliz para caramba.

Pude ouvir os passos do Frank, quando ele FINALMENTE resolveu sair do banho. A criatura demora tanto tempo embaixo do chuveiro que as vezes me questiono se ele não caiu pelo ralo. Ajeitei o nó da minha gravata e virei o meu corpo para ele. Parado com uma toalha branca envolvendo a sua cintura, cabelos molhados que deixavam pingar algumas gotículas de água em seus ombros, me olhou intrigado. Percorri os meus olhos por toda a dimensão do seu corpo, levando o meu tempo para analisar calmamente cada pedaço daquele corpo que há apenas uma hora estava embaixo do meu, chamando o meu nome e fazendo com que eu me sentisse o cara mais sortudo de todo o planeta.

Começou a caminhar em direção a cama, onde tinha colocado a roupa que iria usar naquele dia para o evento. Meus olhos acompanharam cada passo que deu. Como é difícil parar de olhar para ele. E agora, a partir deste momento, deste exato milésimo de segundo, eu sabia que eu havia adquirido uma nova fraqueza e que isso iria ser usado contra mim. Se apaixonar é uma fraqueza que eu nunca me permiti ter. Já me envolvi com pessoas antes, claro. Mas nunca deixei se aproximarem o suficiente para que eu pudesse entender o que significa de fato se apaixonar por alguém.

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