Capítulo 12.

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(CW: sexo. Se este assunto for gatilho para você ou lhe deixar desconfortável de alguma forma, sugiro que não leia esse capítulo. Passe para o último parágrafo que você poderá ler o próximo capítulo sem muitos prejuízos. OK? Espero que gostem.)




Frank Iero.

Milhares de pensamentos percorriam minha mente enquanto eu revivia a frase dita por Gerard diversas vezes. Por que ele me deixa nervoso? Eu não fico nervoso. Eu não sou intimidado facilmente. Deixei de sentir medo quando com 9 anos meu pai me trancou no porão, no escuro, a madrugada inteira. Sozinho, no chão, no frio, com áudios de pessoas rindo e gritando tocando porque eu havia pedido para que ele fosse no meu quarto ver se tinha um monstro embaixo da minha cama. Na manhã seguinte, me arrastou para fora do porão gritando que monstros embaixo da cama não existem, que o inferno estava vazio, todos os demônios estavam aqui na terra e que eu não deveria ter medo de algo imaginário. "O único monstro que tem que te deixar com medo, Frankie, é o homem. Esse sim é capaz de coisas terríveis." Meu pai sempre muito gentil e delicado, com um ótimo jeito para criar crianças e adolescentes.

Depois disso, comecei a fingir que nada me assustava, nada me abalava, quando você mente para os outros e para si mesmo durante muito tempo, aquilo acaba se tornando verdade. Então não posso dizer que sou um cara assustado, não. Pelo contrário. Até gostaria de ter um pouco de medo, medo te torna cauteloso e isso é algo que eu não sou. Trabalho muito mais reagindo a impulsos, do que de fato planejando e executando. Então por que eu estava me questionando se deveria ou não fazer o que Gerard tinha pedido? Terminei de beber uma das long necks que ele havia me entregado e lancei um olhar para Adam, que estava se divertindo com o Ray e outros amigos na pista de dança. Por uns segundos me faltou coragem de deixá-lo ali. Adam é a última pessoa do mundo que eu quero decepcionar. Comecei a beber a segunda cerveja e dei de ombros. Como eu disse, sou muito mais de reagir a impulsos do que de fato me questionando sobre as coisas e comecei o meu caminho até o conhecido escritório.

Da última vez que estive aqui foi a primeira vez que ele me surpreendeu positivamente. Tiveram diversas ocasiões depois, claro. Mas ali foi quando ele deixou em mim a marca do "eu não tenho medo de você" e não sei porque motivo esse era o motivo que mais me atraia a ele. O fato dele não ter medo de mim ou do que eu posso fazer. Terminei de beber a cerveja, coloquei a garrafa no balcão antes de começar a subir as escadas que levavam para o andar superior onde ficava o seu escritório.

Por algum motivo, assim que eu cheguei na porta, os seus seguranças a abriram para mim, assim mesmo, sem necessidade que eu falasse quem era ou o que tinha ido fazer ali. Ao entrar no escritório senti invadir a mesma sensação da primeira vez, os pelos dos meus braços se eriçaram com o clima do local, que era obscuro, sem muita iluminação. Quase como se fosse possível materializar a alma de cada uma das pessoas que ele matou ali.

Dessa vez, luzes vermelhas invadiam o local, deixando com uma atmosfera um tanto sensual, o cheiro de cigarro invadia as minhas narinas e o rock'n'roll que tocava pulsava em meu corpo, quase como se fosse o responsável por fazer o sangue fluir dentro de minhas veias. Ele estava encostado em sua mesa, relaxado e tranquilo, fumando mais um de seus vários cigarros, e bebendo calmamente o seu whisky provavelmente caro demais para papilas gustativas plebeias provarem.

Fechei a porta atrás de mim e fiquei ali parado. os olhamos por alguns minutos, mas nenhum de nós disse nada. Por algum motivo, nenhum pensamento inundava minha mente, como se meu cérebro estivesse ocupado demais decifrando cada pedacinho daquele corpo alguns metros longe de mim. Sua calça preta colada ao corpo marcava as suas coxas e o volume em suas calças, fazendo qualquer pessoa que olhasse para ele ter mais ou menos uma noção das dimensões exatas do membro que possuía.

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