(Sábado à noite e capítulo novo para vocês. Melhor combinação possível. Neste capítulo teremos menção à sangue e armas. Se você se sente mal com qualquer um desses assuntos, sugiro que não leia. Obrigada por acompanharem a estória, estou amando o feedback de vocês.Atenciosamente, a autora.)
Gerard Way.
Acordei com Mary abrindo as cortinas do meu quarto e me desejando bom dia. A quantidade de álcool que ingeri ontem tornava difícil abrir os olhos, principalmente com aquela claridade toda. Olhei para o relógio que fica na mesa de cabeceira, 09:00 horas da manhã. Isso lá são horas de se acordar em um sábado? Sim, são, Gerard Way, você tem um milhão de coisas para fazer, legais e ilegais. O dia deveria ter 36 horas no mínimo. Me sentei na cama reclamando mentalmente da dor de cabeça que parecia que 30 dançarinos irlandeses estavam fazendo sapateado no meu cérebro. Levantei contra as forças da natureza que me puxavam de volta para ela e fui andando em direção ao meu banheiro, logo, abri a minha farmacinha particular e tomei dois comprimidos para dor de cabeça com uma dose de whisky para começar o dia.
Dizem que só se cura ressaca com outra. E é sábado. Me dá um tempo. Fui para o banheiro e assim que entrei no box, já fui abrindo o chuveiro, entrando embaixo da água sem nem pestanejar. Nada mais reconfortante do que sentir as gotículas de água caindo sobre o seu corpo, trazendo de volta a sensação de estar vivo ou algo semelhante. Aos poucos, a sensação da água escorrendo pelo meu corpo trazia a lembrança da noite passada, o que foi o suficiente para me deixar inquieto. Eu me orgulho de poucas coisas na minha vida e não ser impulsivo é uma das coisas que mais me orgulho na minha personalidade. Tenho inclusive a mania de racionalizar absolutamente tudo em, mas aparentemente, ontem à noite eu tinha feito uma merda colossal, provavelmente do tamanho da cela da prisão em que eu vou ser jogado qualquer dia desses.
Como se não fosse o suficiente, eu beijei o Frank na frente das câmeras. E lá se vão trinta anos de discrição quanto a minha sexualidade e meus relacionamentos jogados na privada. Eu não quero sair desse banheiro hoje, não tenho paciência para lidar com tudo o que irá acontecer. Vamos lá, não sou adivinho, nem prevejo o futuro mas vou te dizer o que vai acontecer, não sei se exatamente nessa ordem mas será assim: Michael vai surtar, minha mãe vai surtar, teremos um encontro familiar super agradável, será ótimo, quase tão gostoso quanto enfiar um asteroide bem dentro do seu cu. Meus assistentes estão tendo que se virar em 30 para atender tantas ligações de jornalistas querendo conversar comigo sobre isso. Milhares de artigos online questionando a natureza do meu relacionamento com o Frank, artigos em revistas provavelmente dizendo CEO beija cantor de rock após o show e traz consigo a bandeira do orgulho gay. Os meus sócios dos negócios ilegais pavorosos. Vai ser incrível.
Saí do banho, coloquei desodorante e perfume, ajeitei o meu cabelo em frente ao espelho, sem muita pretensão, escovei os meus dentes e em poucos minutos já estava vestido. Um terno italiano preto, combinando com a minha gravata também preta, uma camisa social branca para compor o look empresário. A costura do terno destacava a grossura das minhas coxas, e o volume em minha calça. Coloquei um dos meus relógios, um óculos escuros e fui até a sala. Como sempre, a mesa do café estava posta. Algumas frutas, um omelete, café preto. Me limitei a pegar o café, sem condições de ingerir qualquer tipo de alimento sólido neste momento de grande ressaca e ódio no coração. Me despedi de Mary, peguei as chaves do meu carro, e fui até a empresa.
Ao chegar, ignorei alguns jornalistas que estavam na porta e fui em direção ao elevador que me levava até o vigésimo terceiro andar, o último andar do prédio, onde ficava a minha sala. Passei pela mesa de Lindsey, que tentou se levantar para me dar bom dia mas percebeu rapidamente que eu não estava para papo, limitou-se a dizer: O Michael está na sua sala. Claro que ele está. Alguém teria duvida em relação a isso? Ao abrir a porta me deparei com a cena que provavelmente deve ter saído de um dos sonhos do Mikey. Ele estava sentado em minha cadeira, com os pés na minha mesa, fumando um de meus charutos de maneira despreocupada. Eu dou um beijo em alguém em público e o meu irmãozinho já acha que é o dono da porra toda, ah, mas me dê paciência.
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Prison Blinders
FanfictionGênios do crime. Gangues rivais. Após seus pais se matarem, Gerard Way e Frank Iero são forçados a assumir os negócios da família. Levados pela ambição e obsessão pelo poder, desejam se tornar os maiores do país. Mas sabem que isso nunca irá acontec...