New Jersey. 2019. Frank iero.
Finalmente chegamos à New Jersey. Nunca tinham sido loucos o suficiente para chegar até aqui, bom...prazer. Meu nome é Frank Anthony Thomas Iero Jr. e eu estou oficialmente expandindo os negócios do meu pai. Sou filho único, então assumir os negócios nunca foi uma questão de vontade e sim de obrigação. Mas tudo bem, acho que eu não saberia fazer outra coisa. Chegar a essa cidade é realmente ousado da minha parte, eu poderia tentar ganhar outros lugares antes de vir até a cidade deles, ameaçar diretamente os membros da realeza do crime, como eles acham que são. Bom, você saberá que não é bem assim.
Quando meu pai morreu e eu tive que, obrigatoriamente, dar prosseguimento aos negócios ou eu e minha mãe estaríamos mortos em menos de uma semana, foi aí que eu percebi que as minhas vontades eram muito maiores do que as vontades do meu pai. Você precisa entender que, uma vez que você entra nos negócios você não pode sair, ao menos não vivo. Você até sai, mas dentro de um caixão e deixando uma dúzia de pessoas para chorar e dizer por aí o quão bom você era. Mesmo que fosse uma mentira. Aprendi tudo muito cedo, desde criança fui preparado para isso, para assumir a organização e dar prosseguimento a tudo que conquistamos a base de muita luta. Literalmente. Lembro até hoje dos olhos castanhos escuros, com pupilas extremamente dilatadas da primeira pessoa que eu matei. Rito de passagem, disse o meu pai. Não sei quantas pessoas eu matei. Perdi as contas aos dezesseis anos de idade.
Pois é, como você pode ver, entrei nos negócios muito cedo. Porém estar ao lado do meu pai nessa jornada por poder não me impediu de fazer faculdade de administração, o que fez com que eu aumentasse em 10000 vezes os lucros da nossa família após assumir o comando da "empresa". Desculpe mamãe, o seu sonho de viver pacificamente na suíça vai ficar para a próxima encarnação. Nessa aqui, eu vou continuar fazendo o que sei fazer. Nesse país, só existem duas pessoas loucas o suficiente para fazer negócios dentro do território nacional, nós, e os Skylines and Turnstiles. Pode-se dizer que somos os donos deste país, você tem que aprender algo na sua vida: não existe nada, nem ninguém neste mundo, que não possa ser comprado.
Cargos no senado, na câmara dos deputados, juízes, delegados, polícia. Tudo tem seu preço. E nós sempre estivemos dispostos a pagar. A morte do meu pai foi divulgada na mídia como se ele e o patriarca da outra família tivessem morrido em um assalto à mão armada, afinal, para o público comum, nós somos apenas mais uma família rica dos estados unidos da américa. Sabe aquelas famílias ricas e subcelebridades que você vê na televisão e se pergunta: como diabos essas pessoas foram parar aí? Pronto. Somos nós. Você não sabe de onde vem o nosso dinheiro e a nossa fama, mas ela está lá para todo mundo ver. É o chamado se esconder à plena vista. Fazemos o que temos que fazer e depois damos entrevistas e tiramos fotos.
Ouvi dizer que quanto mais você tem, mais você quer. Dinheiro e poder são coisas extremamente viciantes uma vez que você começa a apreciar o sabor de ter tudo e todos aos seus pés. É como se não existissem limites. E de fato não existem. Na verdade, até existem, mas estou aqui, não é? Já cruzei a fronteira de New Jersey.
Não me preocupo com a fama de Gerard Arthur Way, que mais parecia um playboyzinho milionário do que um gênio do crime, fala sério, olha isso. Olha a foto desse cara. Se você vê essa carinha na rua, você jura que tem medo até de uma mosca. Ele tem uma fama muito peculiar dentro do nosso ramo, dificilmente você o verá envolvido diretamente com os negócios, nas ruas, fazendo contratos ou resolvendo pendências. Ele só aparece, bom.... Podemos dizer que ele é muito mais o tipo de cara que aparece apenas para finalizar um trabalho. Sem muitas conversas, ele chega, mata quem tem que matar e vai embora, no outro dia segue vivendo sua vidinha de milionário, pagando de filantropo, quando na verdade é um assassino sanguinário filho de uma puta.
Diferente de mim, que estou envolvido em todo tipo de trabalho, sempre que tenho a oportunidade mostro quem eu sou e o que eu sei fazer, essa é a minha maneira de intimidação. Meu corpo é coberto de tatuagens, foi a única maneira que eu encontrei de expressar quem sou. Não tenho medo de colocar a minha cara a tapa na TV do país inteiro, dou entrevistas, mostro os meus affairs, causo polêmica, arrumo briga em bares e saio no outro dia com um olho roxo e um sorriso no rosto dando tchau para os paparazzi. Como é que o cara prefere deixar as coisas para a imaginação do público? Deus me livre.
Se teve uma coisa que eu aprendi com essa vida é que você tem que aproveitar, antes que fique velho demais ou morto demais para poder fazer alguma coisa de interessante. Então vai para a rua, bate em gente desconhecida, tem um romance com gente famosa, fode insanamente a madrugada inteira, vira manchete de jornal, faz shows pelo país com sua banda. Faz o que te der vontade. Inclusive vender drogas dentro do território nacional e internacional.
Mencionei que eu tenho uma banda? Pois é. Eu sei, parece cômico. Um gangster querer fazer sucesso com música, mas o que eu posso fazer se eu sou um cara de diversos talentos? Você vai conhecer alguns deles ao longo dessa história e eu garanto que não vai se arrepender. Bom, talvez vá. Se você espera algum tipo de final feliz por aqui. É como eu já lhe disse, de onde eu venho, a única forma de sair deste lugar é dentro de um caixão com meia dúzia de pessoas para chorar por você, talvez um ou dois para vingar a sua morte. Em menos de 12 meses ninguém nem lembra mais que você se quer existiu.
Sim, pode se dizer que esta é uma vida solitária. Como não seria? Não sou louco o suficiente para envolver pessoas inocentes neste jogo sórdido pelo poder. Mas também não sou autossuficiente para querer viver esta vida sozinho. Então faço o que considero ser mais próximo de uma vida normal: saio, bebo, transo, danço, escrevo, canto, toco guitarra e tatuo o meu corpo inteiro, na tentativa de talvez preencher algum vazio dentro de mim causado por uma vida inteira sem carinho ou afeição de qualquer modo. Bom, isso não é inteiramente verdade. Minha mãe é uma mulher extremamente afetuosa. E ao menos isso meu pai fez direito, manteve minha mãe sempre o mais longe possível disso tudo. Frank Anthony Thomas Iero Jr que se foda sozinho para lidar com isso. Valeu pelo presente pai. Divirta-se aí no inferno.
Tirei a minha pistola glock .40 prateada da cintura, e apontei para a cabeça daquele jovem de aproximadamente 20 anos ajoelhado em minha frente, pedindo pelo amor de deus para que eu poupasse a sua vida. Tenha um pouco de dignidade, homem. Se for para morrer, ao menos morra com dignidade. Encostei o cano da minha pistola em sua testa, fazendo com que ele fechasse os olhos logo em seguida. Falei em um tom baixo, porém intimidador, não tenho paciência para quem acha que precisa gritar para fazer valer um ponto de vista: - Você vai sair e vai dizer para o seu chefe que eu cheguei e não pretendo ir embora. Iniciamos um período de transição de chefia. Tem um novo xerife na cidade. - Tirei a pistola da sua cabeça e dei um chute bem no meio da sua caixa torácica, para que ele se levantasse logo depois e saísse correndo. A mensagem agora havia sido entregue. Dou dois dias para as coisas ficarem insanas aqui em New Jersey.
Será que já posso sair para tomar um drink? Olhei para o meu relógio e passava das 23:00 horas. Ah, sextas-feiras. Dei uma batidinha no braço do Ray, meu melhor amigo e parceiro de trabalho e fomos andando até uma boate próxima. A boate do meu rival, porque eu gosto mesmo é de viver perigosamente. Senti uma espécie de excitação percorrer pelo meu corpo, os pelos dos meus braços arrepiados e uma sensação indescritível. É surreal o que a adrenalina pode fazer com você. Entramos todos. Eu te disse que todo mundo pode ser comprado neste país. Eu, Ray e mais oito funcionários e amigos meus, fortemente armados e prontos para nos divertirmos bastante às custas de Gerard Arthur Way. O playboyzinho que se acha melhor do que o resto de nós. Melhor eu não sei, mas que o filho da puta é atraente ninguém pode negar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Prison Blinders
FanfictionGênios do crime. Gangues rivais. Após seus pais se matarem, Gerard Way e Frank Iero são forçados a assumir os negócios da família. Levados pela ambição e obsessão pelo poder, desejam se tornar os maiores do país. Mas sabem que isso nunca irá acontec...