Capítulo 7.

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(DISCLAIMER: CONTENT WARNING: Descrição de cena de crime, cadáveres e sangue. Quem for ler já está avisado que terá a descrição um tanto específica de uma cena de crime e do estado do corpo. Se for um tópico sensível, não leia. Ok? Atenciosamente, a autora)

Gerard Way.

      O dia amanheceu agitado. Não tive muito tempo, como de costume, para reavaliar nada que havia acontecido essa semana. O que em partes foi bom, não tive tempo para pensar em Frank Iero. Teria somente no período da manhã reuniões e uma entrevista para para uma revista, algo costumeiro para a minha vida, se eu vou lhe ser sincero. Tenho que dizer não para muitas entrevistas porque é fisicamente impossível estar em tantos lugares e bom, não faço entrevistas de cunho pessoal. Apenas para representação dos meus negócios ou não me verão na televisão. E é isso.

Quem gosta se exibir para o público é o outro cara lá. Quem está ali não é Gerard Way herdeiro do crime, é Gerard Way empresário, bilionário, playboy, filantropo, solteiro cobiçado. Essa última parte eu inventei, claro. Mas não duvido que aconteça, qual é, quem não iria querer namorar comigo? Tudo bem que eu sou um empresário na faixa dos trinta anos que pinta o cabelo de vermelho. Oh, fuck it.

Estava sentado em minha cadeira, aguardando a primeira reunião do dia quando liguei a TV e vi o que de fato estava acontecendo na cidade. E que porra era essa? Penduraram um CORPO na frente da minha boate. UM CORPO. U M C O R P O. Todos os meus telefones estavam tocando fervorosamente. Eu já entendi que penduraram um corpo na minha boate, caralho. Meu pulso acelerou. Não consigo pensar. Não reconheci de quem era, óbvio, mas puta que me pariu que porra está acontecendo? Michael!

Saí do edifício como se estivesse indo apagar um fogo, violando todos os limites de velocidade permitidos na cidade, minha cabeça estava fervendo, enquanto eu tentava processar internamente o que estava acontecendo. Sem sucesso. Meu pulso acelerado e o badalar do meu coração pareciam ser as únicas coisas em minha mente. Afinal, ontem quando fui dormir estava tudo sob controle e hoje isso? Não conseguir prever, imaginar ou deduzir os próximos passos do meu inimigo me traziam uma sensação grande de impotência. A mídia toda falando sobre esse crime horrendo que havia acontecido no meu negócio.

Como foi que eu cheguei nesse ponto? Aliás, como eu deixei as coisas chegarem a esse ponto?

Mais de dez anos de negócios e nunca atraí nenhuma espécie de atenção deste tipo para nenhum de meus empreendimentos legais. Muito pelo contrário, sempre fiz o possível para que os negócios limpos permanecessem limpos e dificilmente me envolvia em alguma espécie de problema, justamente para que as coisas permanecessem sob controle. Eu tentava não bater o meu carro no carro de ninguém, enquanto dirigia de maneira insana e no mínimo inconsequente. 

Em minha mente ecoavam todos os tipos de pensamentos que você puder imaginar: quem era o cara? Porque na boate? Porque pendurar um corpo? O que tinha acontecido? Por que aconteceu? Eu não fiz nada! Talvez tenha sido esse o meu problema. Como eu vou resolver isso?  Quando dei por mim, já estava na frente da boate que estava parecendo um cenário de filme de terror.

Alguns repórteres e câmeras estavam cobrindo o acontecimento, não muitos ainda, por enquanto. Respirei profundamente antes de descer do carro, não estou pronto para ter que transformar o inferno em um lugar tranquilo hoje. Porém, não é como se eu tivesse alguma escolha, não é? Desci do carro abotoando o meu terno e ajeitando a gravata, sim eu tenho mania de ajeitar a minha gravata, você pode por favor parar de se incomodar com isso? Os policiais já haviam isolado a cena e estavam tirando fotos, etiquetando tudo, e estavam todos um pouco agitados.

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