Capítulo 16.

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(Mais um capítulo saindo do forno, tão rápido quanto o outro. Se eu puder lhe pedir uma coisa, eu lhe peço que por favor leia esse capítulo ouvindo I don't love you, do my chemical romance. Esse capítulo foi pensado em conjunto com a música, significa muito para a experiência que você leia ouvindo. Posso contar com você? Sei que sim. Obrigada por ler até aqui, atenciosamente, a autora.)


Frank Iero.

Tentei me aproximar de todas as formas possíveis e imagináveis, tentei segurar a sua mão, fazer carinho em seus cabelos, tocar em seus ombros, beijar o seu braço e acariciar as suas pernas, mas parecia que meus toques lhe causavam choques, seu corpo tremia e logo se afastava. Repulsa? Eu estou fazendo o possível para lhe prestar apoio, mas parece que nada do que eu faço é suficiente. Tudo bem, Frank. Respira. Isso não é sobre você. O irmão dele está no hospital, não é sobre você, ele só não está bem. Respira. Não leva para o pessoal.

Ao chegarmos em sua casa, Gerard praticamente pulou para fora do veículo, deu duas batidas na lataria do carro e disse: "Deixe esse senhor em casa". Ah, mas vá tomar no meio do seu cu. O motorista deu partida. Senti o meu rosto aquecer com a raiva, então é isso? Eu perco uma noite inteira de sono, me arrisco, fico numa porra de um hospital dentro do carro HORAS A FIO para ser tratado dessa maneira? Mas vá para a casa do caralho, Gerard Way. Prontamente retirei a minha Glock calibre 28 da cintura, apontando para a parte de trás da cabeça do motorista, que travou rapidamente.

- Ou você volta com esse carro, ou eu vou ter que parar ele de outra maneira. - Deixei a arma pronta, com a bala no gatilho. O barulho fez o corpo do motorista estremecer, que sem demora, deu ré, voltando para o local de origem. Retirei a arma de sua cabeça, coloquei de volta em minha cintura e desci do carro puto da vida. Ok. Calma, não é pessoal. O irmão dele está no hospital, Frank, respira.

Enquanto fazíamos nosso caminho até o seu apartamento, a distancia entre nós só aumentava e não estou falando da distância física. Parecia que havia entre nós quilômetros de distancia, talvez um abismo, ele estava caindo. O que quer que seja que tivéssemos juntos estava caindo e ele se recusava a pegar a minha mão. Como eu impeço alguém de cair de um penhasco se a pessoa insiste em recusar ajuda? Ele estava indo embora e não havia nada o que eu pudesse fazer. Nunca em toda a minha existência, tinha me sentido tão inútil. Meus esforços eram em vão.

Nesse poço profundo que se tornara nosso relacionamento em questão de horas, um pouco de nós falecia a cada novo segundo. O poço parecia não ter fundo, vasto, intenso, imenso, se continuasse me afogaria? Talvez. Mas por você eu até me afogaria. Algo morreu naquele acidente, não só o não nascido filho do Michael; não, acho que havia morrido muito mais do que só ele, havia morrido talvez, a esperança e a ideia de que, em algum lugar do mundo, existe sim um lugar para pessoas como nós. Nós. Nós morremos ali. E estou sentindo que não tem nada que eu possa fazer para mudar isso.

Quando chegamos em sua sala, todos os malabarismos que Gerard fazia estavam me deixando impaciente. Não demorou muito para ele me acusar, novamente, de ter atentado contra a vida ou a integridade física do irmão precioso dele. Eu poderia ficar ofendido, triste mas de todas as coisas que eu poderia ter ficado, eu fiquei com raiva.

- Eu realmente não consigo conceber a ideia de que você acha que eu tenho algo a ver com isso. Gerard, acorda. Você tem muitos inimigos. Irlandeses, ingleses, brasileiros, familiares, membros do clero... Metade da população mundial tem vontade de colocar a tua cabeça em uma estaca. Assim como a do Michael. Mas você parece que só pensa em mim.

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