Capítulo 20.

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(continuação...)

Gerard Way.

Esperei alguma espécie de represália ou rejeição, que jamais chegou. Muito pelo contrário, Frank levou uma de suas mãos ao meu pescoço, puxando o meu rosto mais para perto de si, aprofundando um beijo que havia iniciado há poucos segundos. Era diferente, mas ao mesmo tempo familiar. Era diferente porque era um beijo cauteloso. Nossas línguas deslizavam uma sobre a outra com cuidado, com calma, como se a qualquer momento algo pudesse acontecer e cessar o nosso beijo. O que a essa altura do campeonato, eu estava esperando que acontecesse.

Frank levou suas mãos até o meu quadril, me puxando por ali, fazendo com que o recado passado fosse entendido rapidamente. Coloquei uma perna em cada lado do seu corpo e sentei em seu colo. Ele envolveu seus braços em torno da minha cintura, enquanto minhas mãos passeavam calmamente pelos seus longos cabelos. Meu coração acelerava toda vez que apertava os seus braços em torno da minha cintura, estava realmente difícil pensar em alguma coisa. Sei que deveríamos conversar, mas parece que a única conversa nossa que dá certo é quando deixamos os nossos corpos falarem por nós.

E pelo volume que eu sentia roçar em minha bunda, ele sentia tanta falta minha quanto eu sentia dele. Esse tempo separados trouxe uma espécie de melancolia para os nossos toques, que eram saudosos e ao mesmo tempo assustados. Dava para sentir a tensão em cada ofego que saia de nossas bocas. Suas mãos começaram a subir pelas minhas costas, ele as deslizava pelo meu corpo com propriedade. Em poucos segundos, suas mãos já estavam retirando o meu terno, sem que eu precisasse ajudá-lo no processo. Jogou o pedaço de roupa no chão enquanto seus dedos cuidadosos desabotoavam a minha camisa, calmamente, botão por botão, fazendo com que um arrepio subisse pelas minhas costas e ressoasse em meu corpo.

É difícil me fazer paralisar diante de qualquer situação, mas ali eu estava completamente entregue e sem atitude alguma. Eu era um reflexo do que ele queria. E ele estava ditando o ritmo com propriedade, tínhamos urgência, mas não pressa. Cada novo movimento que fazia era vagaroso e cuidadoso, como quem explora um terreno novo em um cenário perigoso, com calma, sem pressa. Respeitoso. Mas nem um pouco intimidado.

Você nunca sabe qual passo pode fazer explodir a granada que estava escondida embaixo da terra. Parou de desabotoar minha camisa na metade, deixando apenas o meu tórax exposto. Separou os nossos lábios para deslizar os seus pelo meu pescoço, enquanto suas mãos entravam por dentro de minha camisa e passeava a ponta dos seus dedos pelos músculos do meu peito, seus polegares acariciavam os meus mamilos, fazendo com que eu soltasse um gemido.

Sua boca voltou para a minha. Em segundos nosso beijo já havia se tornado mais intenso e feroz, começando a se parecer bastante com os beijos que trocávamos há meses atrás. Meu quadril se movimentava para frente e para trás quase automaticamente, fazendo roçar a sua ereção em minhas nádegas. Isso aqui estava começando a ficar um pouco perigoso demais. Todas as vezes que eu tentava separar nossos lábios, Frank iniciava um novo beijo, como se quisesse calar a minha boca.

Como não, ele queria sim me silenciar. Para que talvez eu não pudesse falar algo que estragasse aquele momento, aqueles minutos onde só existe eu e ele no mundo. Sempre brincávamos que quando estávamos juntos era como se só nós dois existíssemos e mais ninguém. Perdíamos a noção do tempo e do espaço, porque cá estamos nós nos tocando como se estivéssemos em um local apropriado para isso.

Não existem palavras boas o suficiente para descrever as reações físicas que o seu toque me causava, nem as emocionais. Nem se eu quisesse descrever para você como eu estava me sentindo por ter novamente a boca dele na minha, eu conseguiria. Não existem comparativos bons o suficiente, nunca conheci ou vivenciei algo bom o suficiente que se compare ou ao menos chegue perto disso aqui.

Prison BlindersOnde histórias criam vida. Descubra agora