Capítulo 24.

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Frank Iero.

Acordei com o meu celular vibrando ao lado da minha cabeça. As ondas de vibração invadiram os meus ouvidos, fazendo meu tímpano tremer e me acordar, por consequência. Ergui o meu corpo com cuidado, tirando o meu braço esquerdo de baixo da cabeça do Gerard, tomei um susto quando me deparei com o horário: sete da manhã e eu ainda estava na cama do Gerard. Adam estava enchendo o meu celular de mensagens e ligações, por sorte uma delas conseguiu me acordar.

O sentimento de culpa brotou quase instantaneamente. Adam me viu com o Gerard, vivenciou uma confusão que terminou na morte de alguém, viu o Robert agonizar até a morte e como se tudo isso não fosse o suficiente, me assistiu voltando para casa com meu ex. Porra, o que eu deveria fazer? Deixar Gerard voltar para casa sozinho depois de tudo? Tudo bem que não havia necessidade de eu ter passado parte da madrugada fazendo coisas pecaminosas que eu não ousaria mencionar por questão de respeito a você, queride leitore. Recusei a chamada e enviei uma mensagem escrito: estou a caminho. Beijos.

Minhas roupas, onde eu botei minhas roupas? Levantei da cama de maneira suave, quieta, calma. Não podia e nem queria acordar Gerard, que dormia tranquilamente. Sua respiração lenta, a forma como ele estava abraçando o travesseiro e os repuxados involuntários que dava no nariz fazendo com que ele parecesse uma espécie de esquilo, me deram a vontade de voltar e deitar com ele. Mas eu tenho uma obrigação. Ainda que meramente moral, de dar satisfação da minha vida ao meu namorado que provavelmente estava incrivelmente frágil e traumatizado.

Fui colocando a roupa calmamente. Ao me vestir, pensei em deixar um bilhete ou o café da manhã pronto para ele mas se eu o fizesse estaria endossando uma atitude infantil, antiética e amadora que tomara ontem a noite. Eu sempre fui muitas coisas na minha vida, mas infiel nunca esteve na lista. Não sei se é a falta de amor próprio ou a predileção por coisas perigosas e proibidas, mas estava tomando atitudes que não me orgulhavam. No entanto, também não me traziam arrependimento.

Fiz o meu caminho até a minha casa reprisando em minha mente cada segundo da noite que tínhamos passados juntos. Não pude deixar de pensar no quão apertado Gerard era. Nunca havia sentido algo assim. E bom, posso dizer que já dormi com uma boa quantidade de pessoas em todos os meus anos de vida e não tinha com quem comparar.


Era como se sua entrada fosse uma espécie de massageador, que suavemente pressionava o meu membro enquanto eu tentava, quase que desesperadamente, fazer com que a experiência fosse boa para ele também. Tive que interromper os movimentos e sair de dentro dele diversas vezes ao longo do nosso sexo, porque o tesão tornava impossível a sensação de estar próximo do ápice do prazer.

Cheguei na casa que estávamos em aproximadamente vinte minutos. Agradeci ao motorista de aplicativo que me deixara lá e fiz o meu caminho até a porta. Estava me sentindo um marido infiel dos anos sessenta voltando para a casa com a maior cara lavada depois de ter me realizado sexualmente com outro durante a madrugada. Abri a porta e senti cheiro de café. Mas será possível que eu durmo fora e o Adam vai passar um café porque eu estou chegando?

Fui tirando a camisa e os sapatos, deixando perto da porta de entrada, e caminhei em direção à cozinha. Adam estava vestindo um roupão, encostado na bancada com uma caneca de café nas mãos. Não falou nada. Seus olhos estavam vidrados olhando em minha direção e eu sentia que a qualquer momento eu podia sucumbir de tanta vergonha.

- Bom dia. - Falei enquanto caminhava em sua direção. Parei na sua frente, me coloquei na ponta dos meus pés e selei os nossos lábios. Adam não respondeu. Limitou-se a dar um gole no seu café e voltar a me olhar de maneira blasé. O silêncio as vezes pode ser assustador.

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