Capítulo 29.

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(aviso amigável do autor: alerta de conteúdo sexual. se for gatilho para você, não leia. +18.)


Gerard Way.


Senti o delicioso cheiro de manjericão e molho de tomate quando saí do banho. O combinado era que eu iria cozinhar, porém, Frank tomou as rédeas da situação e estava cozinhando apenas de cueca boxer, cantarolando músicas do cenário pop punk e bebendo vinho direto da garrafa.

Estava tão entretido que sequer percebeu que eu já tinha saído do banho e estava encostado na parece, apenas admirando suas técnicas com a culinária. Mais uma coisa sobre Frank Iero que eu não sabia.

Deu uma risada quando finalmente percebeu a minha presença, quando depois de alguns minutos eu acendi um cigarro. Olhou para mim com olhos de luxúria.

- É realmente um grande distrativo você parado aí, apenas com uma toalha em volta do seu quadril e esses cabelos molhados caindo no pescoço. Não acho que consigo prestar atenção na receita da minha avó por muito tempo. - Sua fala me fez sorrir.

E ao mesmo tempo, me trouxe uma vontade de chorar. Não iria permitir que essa vontade se tornasse uma realidade mas depois de tanto o que passei em minha vida, as misérias que enfrentei, era como se finalmente eu estivesse recebendo o meu descanso na loucura. Frank estava ali, estava de volta, mesmo eu tentando de todas as formas tirá-lo de minha vida, ele continuava ali. Não é a toa que é o único nos Estados Unidos da América com potencial suficiente para destruir a minha vida, além de mim mesmo.

Aumentei o som, pedindo para que a Alexa tocar Sugar We're Going Down Fall Out Boys. Frank arregalou os olhos.

- O que? Você também lembra? - Dei uma risada. Me aproximei, puxando-o pelos braços.

- Como você lembra dessa música?

- Como esquecer a música que estava tocando quando eu te vi pela primeira vez? Uma camisa branca, gravata vermelha, sidecuts descoloridos, cabelo preto, uma maquiagem em X nos olhos junto com uma sombra vermelha e uma presença de palco insana. - Tirei do caminho uma faixa de cabelo que caia em seus olhos.

- Você estava com um corte de cabelo tão comum que eu lembro de me questionar o porquê das pessoas do nosso ramo idolatrarem tanto você na época. - Soltei uma risada. Envolvi os meus braços em sua cintura, ele por sua vez, envolveu os seus braços em torno do meu pescoço e começamos a dançar pela cozinha, despreocupados, na verdade, tão despreocupados como se nunca tivéssemos tido nenhum problema na vida.

Frank se esticou para desligar a panela do cozimento do molho que acompanharia o spaghetti. E voltou para os meus braços. Encostou o seu rosto na curva do meu pescoço, enquanto rodopiávamos em péssimos passos de dança pela cozinha.

Não me lembro a última vez que fiquei assim com o Frank. Ou com alguém, na verdade. Apesar de as coisas entre nós terem começado de maneira incontrolavelmente carnais, estar assim, nos braços de quem eu amo, depois de tudo o que aconteceu nos últimos dias estava sendo um verdadeiro descanso.

Meu deus, como somos péssimos em dançar. Gargalhamos quando batemos no balcão da cozinha americana pela terceira vez.

- Vai, eu preciso cozinhar. - Disse Frank enquanto me apertava mais forte, já anunciando que iria se soltar do meu abraço.

- Não. Deixa. Isso pode ser a nossa sobremesa...- Comecei a traçar uma linha de beijos pelo seu pescoço, tomando o meu tempo para garantir que fosse causar arrepios no pequeno.

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