Capítulo 3- Erro

8.6K 1.1K 1.3K
                                    

JADE

— Como assim você não agarrou aquele homem, Jade Emanuelle Tavares?! — Lívia repetiu pelo que deveria ser a centésima vez desde que lhe contei sobre os acontecimentos da noite anterior, andando de um lado para o outro na cozinha minúscula do nosso...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Como assim você não agarrou aquele homem, Jade Emanuelle Tavares?! — Lívia repetiu pelo que deveria ser a centésima vez desde que lhe contei sobre os acontecimentos da noite anterior, andando de um lado para o outro na cozinha minúscula do nosso apartamento.

Era a manhã seguinte à primeira aula do semestre e eu estava ouvindo seu sermão enquanto minha amiga fazia café, se preparando para a aula dela.

— Eu te disse — enfatizei mais uma vez com um suspiro pesado. — Não me sinto confortável com sexo casual.

— Isso é por causa do que o Matheus disse, não é? — deduziu sagazmente e me encolhi. — Nossa, eu vou cortar as bolas daquele desgraçado fora com alicate de unhas!

— Não tem nada a ver com ele — declarei com o olhar fixo no rosto dela. — Eu só não me sinto confortável mesmo, amiga.

Lívia me encarou, os olhos castanhos parecendo perfurar a minha alma, mas logo ela aceitou que a minha resposta não era mentira. E não era... pelo menos a segunda parte.

Apoiei o cotovelo na bancada de granito e a cabeça sobre a mão, observando a minha amiga.

— Pelo amor de Deus — Lívia resmungou sacudindo a cabeça e seu cabelo louro se soltou do nó que ela fez. Os fios dourados caíram em uma cascata perfeita sobre seus ombros, como se ela estivesse em um comercial de shampoo. — Quais são as chances de esbarrar com ele assim do nada, depois de se pegarem naquela festa? É o Destino te unindo a esse homem, Jade! Você não pode ignorar o destino.

Dei risada e me ajeitei no assento almofadado.

Aquilo era bem a cara de Lívia. Destino! Rá.

— Então é melhor o Destino se ocupar em me arrumar um emprego — observei docilmente. — Não posso viver de seguro-desemprego pra sempre e já fazem quase quatro meses desde que fui demitida.

A expressão inflamada dela suavizou.

— Você sabe que se precisar de dinheiro eu posso emprestar — comentou com a voz mais gentil.

Fiz uma careta e passei os dedos pela asa da minha caneca.

— Não precisa — respondi com um gosto amargo na língua. — Vou dar um jeito.

— Você vai conseguir — disse com mais suavidade, servindo café em duas canecas de cerâmica. — Estou com um bom pressentimento.

Sorri sem mostrar os dentes.

— Amém — concordei mais por hábito do que por acreditar. Infelizmente Lívia dizia aquilo pelo menos uma vez por mês, então eu podia descartar seus pressentimentos.

— Vai — ela começou com o tom mandão de sempre sentando na cadeira ao meu lado — me deixa ver o Instagram dele.

Revirei os olhos e mostrei meu relógio de pulso para a minha amiga.

Depois da meia-noite [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora