Capítulo 30- Confissão

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CHRISTIAN

Desde que saí da casa dos meus pais, aos quinze anos, nunca tive uma semana tão ruim quanto aquela, tendo que ver Jade e Júlio flertando no escritório

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Desde que saí da casa dos meus pais, aos quinze anos, nunca tive uma semana tão ruim quanto aquela, tendo que ver Jade e Júlio flertando no escritório.

Na quarta, eu saí com os meus amigos e peguei uma garota na Weeknd. Ela não tinha nada a ver com Jade: era pequena e loirinha dos olhos azuis, mas mesmo assim eu imaginei olhos escuros me observando e um cabelo liso e grosso em vez dos fios cacheados da garota que eu fiquei.

Na quinta, peguei a garota mais parecida com ela, mas seus olhos não eram nem de longe tão hipnotizantes e sua boca não era tão deliciosa.

Jade começou a me ignorar na sexta. Nem respondeu o meu bom dia e fez questão de sentar do outro lado da sala de aula, sozinha.

Ela quase que de minuto em minuto checava o celular e digitava alguma coisa. Vez ou outra seus olhos lindos se voltavam na minha direção por um segundo e ela logo desviava o olhar. Seu rosto que eu sempre considerei muito fácil de ler parecia indecifrável. Eu estava enlouquecendo sem saber o que ela e Júlio tanto falavam.

Tinha quase certeza que eles nunca transaram, mas a mera ideia daquele babaca beijar seu pescoço macio me deixava enjoado.

Não quis sair na sexta, fiquei assistindo uma maratona de Law and Order: SVU.

No sábado, eu estava insuportável, sem saco para nada, andando de um lado para outro no meu quarto como um bicho enjaulado.

As horas passando no meu relógio de pulso só faziam aquele sentimento ficar ainda pior.

E se ela não se divertisse com Júlio? E se ela se divertisse com ele?

Foi um alívio quando meu celular vibrou com uma mensagem de Gael.

fzd? Meu amigo mandou na nossa conversa privada.

Pensei em responder que enlouquecendo, mas optei pela resposta mais genérica: Nada, pq?

Gael não levou nem um minuto para responder:

vms naquele bar assistir o jogo de hj

Quem vai jogar?, perguntei.

nem sei

Logo em seguida completou: O sam já topou. passo aí em meia hora.

Mordi o interior da bochecha, pesando as minhas opções: sair com os meus amigos ou ficar em casa me lamentando por ter sido idiota o suficiente para perder a melhor coisa que já a aconteceu na minha vida.

Digitei a resposta e enviei.

Uma hora depois, eu estava em uma cadeira dura olhando sem interesse algum para a televisão imensa, onde um jogo de futebol americano passava.

O bar gourmet estava lotado com casais e grupos de amigos assistindo ao jogo ou conversando na área mais quieta ao fundo do salão, onde portas de vidro separavam as mesas individuais do resto do salão, onde estávamos.

Depois da meia-noite [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora