Capítulo 31- Sonho

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JADE

Ninguém falou na viagem desconfortável no carro de Gael — um Jeep imenso e verde oliva —, mas vez ou outra eu o pegava me olhando pelo retrovisor interno

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Ninguém falou na viagem desconfortável no carro de Gael — um Jeep imenso e verde oliva —, mas vez ou outra eu o pegava me olhando pelo retrovisor interno.

Embora a penumbra e sua espessa ruiva escondessem, eu tinha a sensação que ele estava tentando esconder o riso.

Samuel, ao meu lado, dormiu quase que instantaneamente, apoiado contra a porta.

Ele parecia um menino com um suave sorriso nos lábios e os óculos tortos no rosto. No entanto, parecia tão feliz em seu sono que eu não queria perturbá-lo para ajeitar sua postura.

Christian parou diante de um imponente casarão cor de creme e Gael abriu a porta do passageiro,onde estava.

— Pode deixar que o Sammy vai dormir aqui hoje. Acho que a família deserda ele se aparecer desse jeito.

Christian também riu.

— Coitado — comentou com um toque de malícia. — Amanhã a ressaca vai matar ele.

— Vou fazer ele tomar uns remédios — o ruivo concordou. — Enfim, eu vou lá. Falou.

Christian respondeu o "falou" e eu também.

Gael abriu a porta do passageiro e irou o amigo, que jogou por cima do ombro como se não pesasse nada.

Assim que os dois passaram pelo portão de ferro, adentrando a propriedade, Christian acelerou o carro.

Estávamos sozinhos, se desconsiderasse o gato dormindo na minha bolsa.

Eletricidade pura pulsou pelas minhas veias enquanto meu cérebro um pouco bêbado apreendia aquele fato.

Eu estava sozinha com Christian Young em um carro.

Fiz questão de não pensar nele, nos seus beijos, na forma como suas mãos imensas agarravam meu cabelo com força... Mas era um paradoxo: quanto mais se tenta não pensar em algo, mais essa coisa fica na nossa cabeça.

Felizmente estava escuro o suficiente para ele não conseguir ver meu rosto vermelho de vergonha.

— Como foi o seu encontro? — perguntou em voz baixa quando parou em um sinal vermelho.

— Foi bom — respondi simplesmente, desviando o olhar para a calçada onde as lojas já estavam fechadas.

Ele não precisava saber que odiei cada segundo e que tinha me arrependido exatamente cinco minutos depois de ter aceitado sair com Júlio e que o "encontro" foi basicamente o rapaz falando sobre como seu pai era rico.

Christian assentiu.

— Fico feliz em saber — murmurou, mas seu tom de voz era tudo, menos feliz. Estava mais irritado que qualquer coisa.

Depois da meia-noite [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora