Capítulo 6- Oportunidades

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JADE

O resto da noite passou voando e quando percebi já estava fazendo o curto caminho entre o ponto de ônibus e o pequeno prédio onde morava

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O resto da noite passou voando e quando percebi já estava fazendo o curto caminho entre o ponto de ônibus e o pequeno prédio onde morava.

Já passava da meia-noite quando cheguei em casa e suspirei tirando os sapatos, que deixei ao lado da porta de entrada.

A esperança de finalmente conseguir um emprego fazia tudo parecer muito melhor. A cozinha minúscula em vez de deprimentemente pequena era aconchegante, a sala entulhada com as revistas de decoração de Lívia parecia apenas desorganizada e o meu quarto não era tão pequeno.

Escolhi as minhas melhores roupas e deixei o conjunto — camisa branca e saia lápis preta — pendurado em cabides na porta do guarda-roupa.

Programei o despertador para sete da manhã e me deitei, sem esquecer de orar para que a boa sorte me sorrisse.

Lívia tinha falado sobre Destino mais cedo, eu realmente esperava que ele estivesse ao meu lado. Estava precisando.

Revirei na cama, incapaz de pegar no sono, cenários onde eu não o conseguia passavam em um desfile, cada possível coisa que podia dar errado.

Eu precisava muito de um emprego, não queria depender da boa vontade dos meus pais ou de Lívia e por isso sabia que precisava causar uma boa-impressão na firma de advocacia onde tinha sido chamada.

Assim que ouvi a minha amiga xingando baixinho no quarto dela, achei que era uma hora razoável para me levantar.

— Bom dia — cumprimentou com um bocejo. — Desculpa te acordar, tropecei na porcaria da minha mesa de cabeceira de novo.

— Você deveria tirar ela — observei como quem não quer nada. — Mais atrapalha que ajuda.

Os olhos castanhos de Livia se arregalaram.

— Claro que não! — respondeu, horrorizada como se eu tivesse falado a maior barbaridade do mundo. — Vai estragar completamente o conceito do quarto!

Sacudi a cabeça em desaprovação. Eu nunca ia entender a minha amiga e sua mania com "conceitos".

— Esse conceito não é nada prático.

Ela ergueu os ombros.

— Mas meu quarto fica lindo — respondeu como se isso explicasse tudo. — E você acordou cedo hoje.

Senti um sorriso imenso surgir nos meus lábios.

— Uma vaga — expliquei sentindo uma faísca de orgulho permeando minha voz. Finalmente. — Quer que eu faça café para você?

Uma careta cruzou o rosto da amiga e ela jogou o cabelo longo para trás do ombro que não estava com a sua toalha cor-de-rosa.

— Só se você não colocar três quilos de açúcar.

Depois da meia-noite [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora