Depois da meia-noite [CONCLUÍDA]

Capítulo 26- Conforto

JADE

Poucas vezes na minha vida eu senti tanto medo quanto naquele corredor, com Matheus.

O sol já tinha se posto e o corredor estava lúgubre

Meu coração estava tão acelerado que doía dentro do peito, batendo como se quisesse fugir de dentro da caixa torácica.

Achei que  fosse desmaiar de puro alívio quando Chris apareceu com Samuel e Fernanda ao seu lado.

— Ei — Chris chamou com a voz grossa e me virei para olhá-lo, assim como Matheus. — Tudo bem por aqui?

Christian estava furioso de um jeito que eu nunca tinha visto. Ele parecia mais alto e largo e até seus braços pareciam mais musculosos como se ele estivesse pronto para brigar.

O rapaz à minha frente mediu o outro de cima a baixo com o olhar e depois olhou para Sam, como se estivesse calculando se valia a pena entrar em uma briga contra dois, sendo um deles muito mais forte que ele.

— Tranquilo, japa — respondeu com uma voz falsamente relaxada, mas a gota de suor que escorria pela lateral da sua testa era um bom indicativo que ele sabia que iria perder uma briga mano a mano com Chris. — Só estamos conversando.

Me sentindo muito mais corajosa do que realmente era, pois sabia que Chris não deixaria nenhum mal me acontecer, revirei os olhos.

— Ele é coreano —  respondi com a voz mais irritada possível. Empurrei seu peito para poder me desvencilhar dele. — E eu já disse que não tenho nada para falar com você. Eu bloqueei seu número por um motivo.

Não consegui  dar sequer dois passos para longe de Matheus antes de ele segurar meu pulso com força.

Sinceramente, só consegui  reagir porque sabia que nada aconteceria comigo ali, na faculdade, onde havia câmeras para todo lado e uma pequena plateia nos observando.

Levei todo o meu peso para a frente e fechei a mão livre em um punho cerrado antes de voltar toda a minha força contra a  lateral do rosto de Mateus.

Pego de surpresa, ele me soltou e corri para os braços de Chris, que me envolveu em um abraço protetor com tanta força que ele parecia querer me esconder dentro de si. Apesar de estar quase me sufocando, não reclamei.

Chris era quente e firme, um porto seguro no meio do caos que estava dentro de mim.

— Tudo bem com você, linda? — perguntou sem ar, afastando uma mecha de cabelo para trás da minha orelha.

Um nó obstruiu a minha garganta.

Chris era um anjo.

Fiz que sim com a cabeça, já que nenhum som parecia capaz de passar pelo nó na garganta.

— E quem é você mesmo? — a voz de Matheus inquiriu com um tom cínico.

Não ergui a cabeça para olhá-lo.