Capítulo 18- Família

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JADE

Aquilo não podia estar acontecendo

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Aquilo não podia estar acontecendo. Não podia, não podia... Mas estava.

Em completo estado de horror, me afastei de Christian para encarar meu pai.

A figura do homem que me criou estava recortada contra a luz que entrava pela porta aberta do estábulo.

Como se estivesse em câmera lenta, papai deu passos comedidos, analisando a cena diante de si, os olhos sem abandonar meu rosto por um segundo sequer.

Christian deu um passo à frente como se estivesse se apresentando ao pelotão de fuzilamento.

— Bom dia, senhor — cumprimentou com a voz amabilíssima, cortês e eu senti uma vontade imensa de rir. Aquela cena toda era irreal demais.

Os olhos escuros de José Carlos Tavares pareciam queimar enquanto ele fitava Christian e juro que vi uma veia saltando no pescoço do homem mais velho.

Tremi diante da forma como ele parecia ameaçador com a mão na fivela de metal do seu cinto.

— Quem é você? — papai questionou com suavidade se aproximando de nós.

Mesmo que sua voz fosse baixa, ela parecia reverberar diante do silêncio sepulcral do estábulo. Mesmo os cavalos pareciam silenciosos, prendendo a respiração em face da tensão pairando como eletricidade no ar.

Aquela calma fria era muito pior que ouvir gritos e meu coração acelerou de forma dolorosa dentro do peito, como se ele quisesse fugir para não ter que presenciar a cena.

Agarrei a parte de trás da camiseta de Christian, embora não tivesse muita certeza de para quê. Puxá-lo caso papai tentasse bater nele?

— Papai, esse é o Chri... — comecei, mas me calei diante do seu olhar frio que parecia me perfurar.

Ele indicou Chris com o queixo.

— Quem é você?

Me encolhi e Chris recuou para passar um braço ao redor da minha cintura, me puxando para trás de si em um gesto pra lá de protetor.

Sua postura se tornou mais ereta e ele ficou ainda mais alto e imponente.

— Sou o Christian — se apresentou com a voz grave e firme. — Estudo com a sua filha.

Dei um passo a frente para ficar ao lado do rapaz.

— Somos amigos — acrescentei soando bem mais corajosa do que de fato era.

A minha resposta não foi bem recebida.

— Hm — foi tudo que meu pai disse e ele acariciou a fivela imensa do seu cinto que parecia reluzir sob a pouca luz solar que entrava pelos vãos entre tábuas.

Depois da meia-noite [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora