Epílogo

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JADE

Eu estava quebrada

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Eu estava quebrada. Essa era a única palavra suficiente para me descrever naquele momento.

Tirei a arma e o coldre do carro e coloquei no cofre muito bem protegido e no alto que ficava sobre uma prateleira. E tirei os sapatos no pequeno espaço que separava a garagem do curto corredor que levava à parte de trás de casa.

Soltei um suspiro desgastado quanto meus pés tocaram o cimento áspero pelo piso de madeira.

Mal dei dois passos para dentro da cozinha quando uma coisinha ligeira de mais ou menos um metro se chocou contra o meu corpo, me fazendo perder o ar.

Omma! — o menininho gritou, desenterrando a cabeça do meu baixo ventre e eu sorri me agachando na altura dele.

— Boa noite, meu amor — respondi em bom português, acariciando seus cabelos escuros e um tanto despenteados. — Não era para você estar dormindo?

Em geral eu gostava de colocar o meu filho na cama para dormir, mas naquele dia em especial o dever me segurou até bem tarde no trabalho.

O menininho à minha frente fez um biquinho adorável que o deixava ainda mais impossivelmente teimoso que fazia ele se assemelhar a mim e eu sorri antes de afastar os cabelos extremamente escuros para longe dos seus olhos e um sentimento quente apertou meu coração: amor. Eu amava o meu filho de uma forma que não acreditava ser possível.

— Eu juro que tentei colocar ele para dormir — Chris se defendeu dando passos lentos na nossa direção com um sorriso que, mesmo quase dez anos depois, ainda fazia o meu coração parar por um segundo.

Meu marido pegou o rapazinho que se parecia tanto com ele no colo e se levantou sorrindo para mim antes de me dar um beijo rápido nos lábios.

— Uhum — comentei sem acreditar nem por um segundo também me levantando.

Felipe Jae (lê-se Djêi) tinha um dom para engambelar o pai, e o pior era que Christian não só sabia disso como amava.

Ambos sorriram daquele jeito que eu adorava, de olhos fechados, sabendo que eu sabia que Chris era um bobão quando o assunto era nosso filho.

— Você pelo menos tomou banho? — questionei olhando para o garotinho e ele olhou para o pai, o que me fez revirar os olhos.

Me aproximei dele e o cheiro de suor infantil chegou até mim.

Lancei um olhar irritado para o homem lindo à minha frente.

— Banheiro — ordenei firmemente para Felipe e até Chris fez uma cara meio preocupada. — Eu vou lá te dar banho daqui a pouco, mocinho.

Christian soltou o garotinho no chão e ele foi correndo na direção do próprio quarto para pegar sua toalha.

— Eu não fiz por mal — Chris comentou com a voz baixa quando ficamos sozinhos na pequena cozinha.

Depois da meia-noite [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora