Capítulo 12- Progresso

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CHRISTIAN

Era estranho ver Jade em um ambiente neutro

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Era estranho ver Jade em um ambiente neutro.

Ela se destacava no restaurante sem sequer se esforçar e sem parecer se dar conta disso, atraindo todos os olhares.

— Achei que a gente ia almoçar com o resto do pessoal — comentou correndo os olhos pelo ambiente mais familiar com paredes de pedra e luz amarelada que dava um ar de aconchego bem maior que as luzes brancas e ambiente estéril do restaurante onde todo mundo costumava almoçar.

— Prefiro não ter que dividir você com os outros — respondi com um sorriso malicioso.

Precisei pressionar os lábios para não rir quando suas bochechas ficaram vermelhas como eu sabia que ficariam. Jade era um livro aberto que eu estava aprendendo a decifrar.

— Já me arrependi de ter aceitado almoçar com você — respondeu mexendo na bolsa preta que trazia consigo.

Ela pegou um elástico preto que usou para amarrar o cabelo em um rabo de cavalo baixo, deixando sua franja emoldurando o rosto, aparentemente inconsciente dos olhares que recebia.

Jade tinha um rosto bonito. Ele não era delicado e sim forte como todos os traços dela: olhos escuros que pareciam atrair todas as atenções e lábios perfeitos pintados de um tom que complementava sua pele cor de cobre.

Tudo em Jade parecia ser pensado para passar despercebido, mas isso era impossível.

— O que foi? — questionou vendo o jeito como a olhava.

Dei de ombros e fiz um gesto indicando o caminho até o buffet.

— Sirva-se.

Jade me olhou de um jeito desconfiado, mas aceitou ir na frente.

Aproveitei para dar uma olhada na sua bunda dentro de uma calça jeans. Ela era muito gostosa.

Nos servimos e pegamos uma mesa mais isolada, no fundo do restaurante.

— Então — comecei para tentar quebrar o gelo. Nossa, eu me sentia um adolescente inexperiente, sem saber como proceder com Jade. De alguma forma aquele almoço parecia diferente do último mês em que tínhamos comido juntos na copa. Estávamos em um ambiente neutro, sem cargos ou chefes. Apenas dois amigos almoçando. — Por que você estava tão nervosa hoje de manhã? Pelo que eu entendi era algo a ver com o seu ex...?

Ela abaixou o olhar para o tampo da mesa e começou a desenhar padrões aleatórios no sousplat — aquela peça que fica embaixo do prato para não ficar em contato direto com a mesa.

— Ele me ligou o fim de semana inteiro depois de nos ver na Weeknd — explicou. — Eu bloqueei o número dele, daí você apareceu e achei que, de alguma forma, ele tinha me achado.

Senti minhas sobrancelhas franzirem.

— Ele era abusivo com você? — perguntei com a delicadeza de uma marreta, minha voz até mais grossa, firme.

Depois da meia-noite [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora