Capítulo 20

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Quarto dia de maratona.

Pov Eric

Olho para os dois lados e não vejo ninguém por perto. Está absolutamente tudo escuro. Estou ofegante devido ao fato de ter corrido mais de dois quilômetros. Corro mais um pouco e me escondo atrás de um poste. Quando noto que realmente não há ninguém atrás de mim eu finalmente entro na casa que consegui alugar. Fecho a porta e deslizo para o chão.

Quando foi que minha vida virou esse inferno?

Observo a casinha na qual eu aluguei com um nome falso. É algo bem humilde, mas foi o único jeito de me manter seguro. Se a polícia me achar, minha família morre. Se os outros me acharem, eu morro.

Levanto e sigo para a cozinha. Faço rapidamente uma salada e frito um bife para comer. Depois de comer tomo um banho e deito na cama. Fico não sei quanto tempo olhando para o teto desgastado do quarto.

Aluguei algo que não pudesse chamar a atenção pra mim. Rolo para o lado e pego a foto em que minha filha está em meus braços e minha esposa ao meu lado. Meu peito dói de tanta saudade. Elas representam os melhores anos da minha vida. Eu fui o homem mais feliz do mundo quando elas estavam comigo, mas infelizmente a minha vida nunca mantém uma constância de felicidade. Estar sem elas está me levando ao fundo do poço.

Sei por que Dakota fugiu e de certa forma fico feliz que ela tenha feito isso. Pelo menos assim, ela e Eliza estão a salvo. Porém isso não impede que eu sinta saudade delas.

Sempre fui uma pessoa revoltada com tudo em minha vida. Primeiro por ter sido abandonado em um orfanato pelos meus pais. Quando os Johnsons me adotaram eu não me sentia digno deles. Achava que eles haviam feito isso por pena. Não conseguia acreditar que alguém pudesse me amar de verdade. Eu era tão revoltado com a vida. Era revoltado com todos ao meu redor. Eu era sozinho e distante. Achava que era um ser tão desprezível que nem meus pais foram capazes de me amar. Mas conforme cresci vi que talvez eu pudesse ser feliz mesmo com o passado de merda que eu tinha.

Eu me apaixonei perdidamente por minha prima. Nós não nos suportavamos no início, eu a achava ridícula com toda aquela perfeição. Implicava com ela e fazia de tudo para ver ela irritada, mas quando me tornei adulto me toquei que eu tinha tanta raiva dela porque eu gostava dela, contudo sabia que uma pessoa como ela nunca seria capaz de me amar. Então me conformei com o fato de apenas ser seu amigo. Estar por perto já me deixava feliz.

Eu não gostava do fato dela namorar com Jamie. Ele era um cara legal, éramos amigos. Conseguiu me fazer ver que eu não era tão bosta quanto eu imaginava. Ele tinha bons planos para o futuro, mas eu sentia ciúmes. No início como um bom filho da puta que sou, coloquei ideais ruins em sua cabeça. Falei mal de Dakota para ele, porém quando vi que não funcionou e que ela ficava mal quando brigava com ele, eu recuei. Me doía ver seu sofrimento. Eu queria arrancar a merda dela e colocá-la em mim. Então simplesmente deixei ela seguir sua vida com ele.

Todavia tudo mudou quando ele por si mesmo começou a sacanear ela.

Puta que pariu!

Só eu sei o quão apavorada ela ficou quando aquele bandido tentou pegar ela. Seu estado era deplorável. Ela tremia mais que vara verde. Eu queria Jamie ali pra ele ver o que tinha causado nela. Queria tirar satisfação com ele. Jamie era meu amigo, mas ninguém merece ver a pessoa que você ama sofrer e o cara só querer saber de trabalho. O cara que vivia dizendo que a amava e a deixava a mercê de bandidos. Não que eu fosse um santo, mas eu acho que se você diz amar alguém deve estar lá quando a pessoa precisa de você. Principalmente se o culpado da situação for você.

No meu caso infelizmente preciso me manter afastado das únicas mulheres que amo na vida. Se eu me aproximar delas coisas muito ruins vão acontecer.

Obstinada Paixão (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora